O município de Palmares, um dos mais antigos do Estado, localizado na Zona da Mata, a pouco mais de 100 km da capital, nunca mereceu tanta atenção da mídia e dos governantes. Visitado pelo presidente Lula, o governador Eduardo Campos e sete ministros, há poucos dias Palmares hoje é notícia em vários sites e jornais importantes do país, por conta da tragédia causada pelas chuvas, que destruiu parte da cidade. Leia com atenção a reportagem de Daniella Jinkings, da Agência Brasil, publicada em jornais do Sudeste e no Portal UOL. (Na foto o Cine e Teatro Apolo, em Palmares).
"Mais de dois séculos da história e da cultura pernambucanas se perderam em meio à cheia do rio Una, provocada pela forte chuva do fim de semana passado. A enchente devastou o município de Palmares, conhecido como a Terra dos Poetas e dono do primeiro teatro do interior do estado. A força da água destruiu a prefeitura, casas, um cinema e pontes, além de danificar a estrutura de um templo centenário. Só restaram a dor, o desespero e a sensação de desamparo entre os 56 mil habitantes da cidade - terceira mais antiga do estado e distante 105 quilômetros da capital Recife.
Foi a maior enchente da história de Palmares, segundo os moradores. “Essa enchente não vai mais ser esquecida pelos palmarenses. Até parecia um terremoto”, disse o radialista José Alberto Passos da Silva. Ele perdeu a casa localizada a 200 metros da beira do rio, o carro e documentos. “Fique só com a roupa do corpo”.
Passos e mais sete pessoas da família estão abrigados na casa de um parente, na parte alta da cidade. “Não deu tempo de tirar nada, a água veio como tromba d'água. Nós esperávamos que o rio subisse de maneira mais lenta, quando anoiteceu aumentou a velocidade”, relatou esse pernambucano de fala rápida e grave, estatura baixa e de cabelos escuros. “Diante de tudo isso, fico alegre porque ainda estamos vivos”.
O radialista também descreveu o cenário desolador do centro da cidade. “Em frente à prefeitura, abriu uma cratera de mais de dez metros de profundidade. Lá está uma carreta que foi arrastada do outro lado do rio pela força da água”. Segundo ele, o templo de uma igreja presbiteriana de mais de 100 anos também ficou com a estrutura comprometida.
Teresa Cristina Aragão é dona de uma farmácia que ficou completamente destruída. A água chegou ao teto e estragou todos os medicamentos. Segundo ela, ninguém da família morreu, mas os filhos, que moram em Recife e Maceió, ficaram em “pânico” quando acompanharam pela internet a notícia das inundações na noite de sexta-feira (19).
“Nossos celulares não funcionavam e a falta de energia nos deixou sem internet. Pela manhã, as coisas se acalmaram quando conseguimos dar notícias e soubemos que estavam todos bem. Não sei o que será desse povo, do comércio e de toda uma população que foi tragicamente atingida pelas águas que inundaram nossos lares. Quanto às ruas, continuam podres e enlameadas, sem água nas torneiras”, afirmou.
De acordo com Teresa Cristina, a cidade, que sobrevive do plantio de cana de açúcar, não recebia atenção dos governantes há muito tempo. “Já estávamos a ver navios antes das enchentes. Sem indústrias, sem fábricas, sem uma voz forte que clamasse por melhorias na Terra dos Poetas. As usinas da região davam o sustento aos trabalhadores da Zona da Mata de Pernambuco”.
Mesmo sofrendo como os outros palmarenses que perderam casas e objetos pessoais, a comerciante começou uma campanha para arrecadar doações para os conterrâneos em sua página pessoal na internet. Neste sábado (26), ela recebeu roupas e alimentos arrecadados por familiares e amigos de Recife. “As pessoas estão sobrevivendo de donativos que chegam sem parar. Eu estou engajada nessa solidariedade e fiz da casa em que estou alojada um campo de S.O.S., pedindo doações e ajudando a matar a fome dos desesperados”.
O município recebeu o nome de Palmares em homenagem ao Quilombo dos Palmares, localizado em Alagoas. A cidade começou a se desenvolver a partir de 1862, com a chegada dos trilhos da estrada de ferro no Sul de Pernambuco. Em 1879, deixou de ser comarca e passou a município.
Palmares ganhou o nome de Terra dos Poetas porque lá nasceram grandes nomes da literatura brasileira, como o poeta modernista Ascenso Ferreiro e os escritores Hermilo Borba Filho e Jayme Griz. Outros palmarenses ilustres são os artistas plásticos Darel Valença Lins e Murilo La Greca.
Jayme Griz (morto em 1981) foi quem mais escreveu sobre a chuva que constantemente cai sobre a região: “De repente / Chuva / Chuva / Chuva / Chuva / Chuva / Chuva de danar a paciência! / Chuva de sapo pedir aos céus clemência! /Mãe Natura endoideceu/ E se ela, / que é mãe, / que é sábia, / que é única, / a cabeça perdeu/ quanto mais eu/ quanto mais eu.”
A ONG BRIGADA AMBIENTAL UNA VIVO CAPOEIRAS NESSA LUTA SENSIBILIZADOS COM AS VITIMAS DAS ENCHESTES, PROMOVEU UMA CAMPANHA DE ARRECADAÇÃO DE ALIMENTOS NÃO PERECIVEIS E ROUPAS NO MUNICIPIO DE CAPOAEIRAS, E O RESULTADO FOI ALTAMENTE POSITIVO. CONSEGUIMOS ARRECARDAR DOIS CAMINÕES DE DONATIVOS EM UM ÚNICO DIA.UM CAMINHÃO FOI ENTREGUE EM PALMARES E O QUE SE VÊ PELA IMPRENÇA NOS NOTICIARIOS NÃO CHEGA A 1/3 DAS DIFICULDADES COM A REALIDADES DE PRESENCIAR OS FATOS NO LOCAL.CONTINUAREMOS COM A CAMPANHA E NA PROSSIMA SEGUNDA FEIRA DIA 28/06/2010 ESTAREMOS EM CAETÉS E ESPERAMOS CONTAR COM A SOLIDARIEDADE DOS NOSSOS VIZINHOS NESSE MOMENTO TÃO DIFICIL.
ResponderExcluirVISANDO PROMOVER A SUSTENTABILIDADE DO RIO UNA MOSTRANDO A IMPORTANCIA E PRESERVAÇÃO DE SEUS RECURSOS NATURAIS FOI CRIADA A BRIGADA AMBIENTAL,ONDE ESTA LOCALIZADA A NASCENTE DO RIO UNA,NA SERRA DA BOA VISTA,SÍTO PIADO;A 900M DE ALTITUDE E DISTANTE 242KM DA VARZEA DO UNA EM SÃO JOSÉ DA CORROA GRANDE ONDE DESÁGUA NO MAR EM CUJO SEU LEITO FICA A BARRAGEM GURJÃO FONTE DE ABASTECIMENTO DE CAPOEIRAS E CAETÉS PELA COMPESA , O MANANCIAL RECEBE TODOS OS ESGOTOS, CHORUME DO LIÃO E DEJETOS DO MATADOURO.
É MOMENTO DE LEMBRAR AO NOSSO PRESIDENTE FILHO DE CAETÉS E AO NOSSO GOVERNADOR QUE PRECISAMOS URGENTEMENTE DAR O PONTA PÉ INICIAL NO PROCESSO DE REVITALIZAÇAO DESSE RIO QUE MOSTRA SUA FORÇA "CONSTRUINDO UMA (ETE Estação de Tratamento de Esgotos em Capoeiras)e amplicão da ETA (Estação de tratamento de Água).
TODOS ESSES ESGOTOS VOLTAM PARA AS NOSSAS TORNEIRS . PERGUNTA-SE ATÉ QUANDO A COMPESA VAI CONSEGUIR TRATAR ESSA ÁGUA.