Gal Costa já apareceu várias vezes neste blog. No início de abril, escrevemos sobre a artista, lembrando que ela completa 65 anos em setembro e continua em forma como uma das melhores cantoras do país. Recentemente, a baiana foi destaque novamente, primeiro por estar cotada para vir pela segunda vez ao Festival de Inverno de Garanhuns, e depois com a confirmação do seu nome no evento local. Também quando abordamos aqui outros nomes da MPB, como Maria Betânia, Elis Regina e Zeca Baleiro, a intérprete foi citada.
Desta vez, contudo, Gal comparece como uma das maiores expressões da MPB, dentro desta série que estamos escrevendo, destacando os grandes nomes da música nacional. Ela, que juntamente com Caetano, Betânia e Gil, forma o quarteto mais importante da Bahia, desde os anos 60 arrebatando uma legião de fãs por todo o Brasil e em vários países do mundo.
Maria da Graça Costa Penna Burgos nasceu em Salvador e foi incentivada pelos próprios pais a ser cantora. Ainda criança ouviu João Gilberto pela primeira vez, ficando encantada com o som do cantor e compositor. Este exerceria grande influência em sua carreira. Antes de se descobrir como artista, porém, Gal trabalhou numa loja de discos da capital baiana. Só em 1963, já perto dos 20 anos, conheceu Caetano Veloso, de quem veio a se tornar amiga e parceira. Um ano depois, estreou nos palcos, em Salvador, ao lado do próprio Cae, Betânia, Gilberto Gil e Tom Zé. Foi no espetáculo “Nós, por exemplo”, no teatro Vila Velha.
Os baianos logo seguiriam para o Sudeste, se dividindo entre o Rio e São Paulo. Em 1965 a cantora gravou o seu primeiro disco, um compacto com duas músicas: “Eu vim da Bahia” (Gilberto Gil) e “Sim, foi Você” (Caetano Veloso). No ano seguinte participou do Festival Internacional da Canção, mas ainda não emplacou. Foi nesta época, no entanto, que deixou de ser a Maria da Graça, adotando o nome artístico de Gal Costa por sugestão do seu empresário, Guilherme Araújo.
Gravou o LP “Domingo”, em 67, com Caetano Veloso e explodiu em 68, com a música “Divino Maravilhoso”, composição de Gil e Caetano. Depois veio “Baby” (mais uma de Caetano) “Meu nome é Gal” (Roberto e Erasmo) e a carreira da artista foi se consolidando.
Nas décadas seguintes a baiana de voz suave foi amadurecendo, gravando discos impecáveis sem nunca fazer concessões aos esquemas meramente comerciais. Além dos parceiros da Bahia, já citados aqui mais de uma vez, gravou Dorival Caymi, Chico Buarque, Milton Nascimento, compositores antigos, como Lupicínio Rodrigues, Moraes Moreira, Ivan Lins, Jards Macalé, Luiz Melodia, Jorge Ben Jor e tantos outros compositores consagrados.
Além dos primeiros sucessos de Gal, já citados, podemos lembrar ao longo da carreira interpretações marcantes de músicas como Índia, Folhetim, Sua Estupidez, Força Estranha, Balancê, Festa do Interior, Vapor Barato, Vaca Profana, Chuva de Prata, Só Louco, Negro Amor e muitas outras.
Gal Costa já lançou mais de 30 discos sozinha, outros em parceria, gravou seis DVDs, participou de especiais na televisão e esteve no palco com Betânia, Gil e Caetano, em meados dos anos 70 no show “Os Doces Bárbaros”, que na época rendeu um álbum duplo com o mesmo nome, mal recebido pela crítica, mas hoje é uma raridade e tem seu valor reconhecido.
No palco a cantora Maria da Graça é um pouco parada, não tem a movimentação comum a outros artistas, como sua amiga Betânia, ou Simone, Elis ou sua filha Maria Rita. Sua voz, seu repertório, no entanto, compensam tudo. Gal é uma cantora de classe, uma excelente intérprete, sabe escolher o que apresentar e seus discos sempre foram produzidos com grande qualidade técnica. Impossível não ser tiete dessa garota sessentona que orgulha a Bahia e o Brasil com seu talento. Ela é mesmo “divina e maravilhosa” e faz parte do time de melhores da música popular brasileira. (Fontes de Consulta: Cliquemusic e Enciclopédia do Google).
*Clicando em cima do nome Gal Costa, abaixo da foto, todo maiúsculo, você acessa um vídeo do youtube com uma bela interpretação de "Força Estranha", música de Caetano Veloso.
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