Aprovado por unanimidade nesta
quarta (26), o relatório da Comissão Especial da Reforma da Previdência da
Alepe recomenda a rejeição integral da Proposta de Emenda
Constitucional (PEC) nº 6/2019, em tramitação no Congresso
Nacional. O documento elaborado pelo relator do colegiado, deputado João Paulo (PCdoB),
aponta “notório prejuízo imposto à classe trabalhadora” caso a proposição seja
aprovada.
O relatório faz críticas à
desconstitucionalização de direitos, uma vez que a PEC prevê que leis
complementares possam regulamentar direitos constitucionais como benefícios,
idade mínima, tempo de contribuição e regras de cálculo. E alega, baseando-se
em informações da Associação Nacional dos Auditores Fiscais (Anfip) e da CPI da
Previdência Social do Senado, que o déficit previdenciário e da seguridade
social só passaram a existir a partir de 2016, “por força da recessão econômica”.
João Paulo aponta falta de
debate com a sociedade e critica o Governo Federal por não ter adotado medidas
que, segundo ele, poderiam ajudar a sanear o déficit previdenciário. Entre
elas, a cobrança dos grandes devedores da Previdência, a redução no pagamento
de serviços da dívida e medidas de incentivo à geração de emprego. O documento
opõe-se, ainda, à retirada dos regimes próprios dos Estados e municípios da
proposta.
O relatório, com cerca de 80
páginas, destaca ainda que as mulheres são as mais
atingidas pela Reforma da Previdência, com a exigência de idade
mínima de 62 anos e de contribuição por 20 anos para se aposentar com 100% da
média dos salários recebidos. E faz alusão ao aumento na idade mínima para os
professores da Educação Básica.
Presidente do colegiado, o
deputado Doriel Barros
(PT) salientou que a Comissão realizou audiências públicas em todas as regiões
do Estado e reuniões municipais, para que os trabalhadores pudessem participar
da discussão que deu origem ao relatório. Ele disse que o documento será
encaminhado a todos deputados estaduais e federais e senadores de Pernambuco,
além de prefeitos, vereadores, Governo do Estado e organizações da sociedade. E
um material informativo deve ser feito para distribuição para a população.
“Esta proposta de Reforma da Previdência não vai atender a realidade do País,
não vai gerar emprego ou diminuir os problemas sociais. Muito pelo contrário:
vai aprofundar a desigualdade e a miséria”, avaliou.
De acordo com Doriel Barros,
será pedida à Casa a prorrogação, por mais 60 dias, dos trabalhos da Comissão
Especial. “Vamos acompanhar a discussão no Congresso Nacional e nos debruçar no
debate sobre os estados e municípios”, anunciou. Além dele, votaram a favor do
relatório as deputadas Teresa Leitão (PT),
vice-presidente do colegiado, e Dulcicleide
Amorim (PT).
Tribuna –
Durante a Reunião Plenária, o deputado Alberto Feitosa
(SD) abordou o tema da Reforma da Previdência. Ele elogiou a iniciativa do
presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de se reunir com
governadores para tentar concluir um acordo para reinserir Estados e municípios
na proposta. Ele também registrou a aceleração na liberação de emendas
parlamentares federais e cobrou do Poder Executivo estadual ação semelhante.
“Nós estamos cumprindo nosso papel. É importante que o Governo do Estado cumpra
o pagamento de nossas emendas, que são impositivas”, disse.
Bom dia, como ficou o assunto sobre a pensão por morte do aposentado para seus dependentes, será mesmo de 60% o valor a ser repassado.??
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