Por
Altamir Pinheiro
Anthony Steffen é
brasileiro da gema, por isso é tratado como o nosso Django. Nosso?!?!?!
Isso mesmo!!! Porque Antonio Luiz de Teffé é brasileiro de boa cepa, como
gostavam de orgulhar-se as reportagens ufanistas que as revistas “MANCHETE” e
“FATOS E FOTOS” sempre faziam cada vez que ele chegava de férias ao Rio. Filho
e neto de diplomatas, o ator nasceu na Embaixada do Brasil em Roma. Anthony
Steffen, nome artístico de Antônio Luiz de Teffé sempre foi elegante, educado
e culto, falava inglês, francês, português, espanhol e italiano. No final dos
anos 80, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde fixou residência. Em 2002,
descobriu que estava com câncer. Faleceu no dia 4 de junho de 2004 aos 73 anos.
E o mundo da magia do cinema perdia um de seus mais proeminentes heróis.
Com os seus olhos azuis e os 1,89m que magnetizavam a plateia dos
cinemas que exibiam seus Djangos, Ringos, Sartanas ou Sabatas, no começo do
Século XXI, antes de morrer(2004), STEFFEN deu uma entrevista ao jornalista de
O Globo, Artur Xexéo, quando naquela oportunidade afirmou: . “ASSIM PASSA A
GLÓRIA DO MUNDO”. Quer dizer, não foi pouca a glória por que Antonio
de Teffé passou neste mundo. Ele fazia parte de um time que contava com Clint
Eastwood, Franco Nero, Giuliano Gemma e protagonizou, entre 1963 e 1974,
quase três dezenas de westerns produzidos na Itália.
A plateia dos cinemas interioranos do mundo inteiro ficava radiante e na
ponta dos cascos quando Anthony Steffen entrava em cena, envolto num poncho
surrado e com aquela barba por fazer, iniciava-se o tom de algum
instrumento penoso, aflitivo e torturante de fundo – um trompete, quase sempre
– e a massa já sabia que o PAU IA CORRER SOLTO. Anthony Steffen foi sempre
sinônimo de encrenca na tela. Ele próprio sabia disto e, certa vez, analisando
o sucesso dos spaghetti westerns, arriscou sua interpretação do fenômeno. Disse
que o mundo estava mudando nos anos 1960 e, se os faroestes feitos na Itália
faziam mais sucesso do que os autênticos, produzidos pelos americanos, é porque
eram mais cruéis, mais verdadeiros. "ERAM DUROS E EXTREMAMENTE
REALISTAS", disse Steffen.
O Cowboy que não sabia montar nem muito menos andar em cima
de um cavalo contou no programa de JÔ SOARES que, no começo de sua
carreira, a única exigência do diretor foi a de que ele soubesse montar. Disse
que era um cavaleiro estupendo, mas não era, mentiu!!! Nunca havia montado num
cavalo e esse foi apenas o começo de seus problemas com eqüinos. Mais tarde,
durante a rodagem de um dos 23 spaghetti westerns que interpretou – quase
sempre, ou sempre, dispensando dublês –, sofreu um acidente. O cavalo rodou e
caiu sobre ele. Antonio de Teffè teve de ser hospitalizado. Pegou ódio de
cavalo, mas seguiu montando, por razões de ordem profissional.
Foram produzidos aproximadamente 50 westerns spaghetti apropriando-se do
nome ”Django”, personagem criado pelos irmãos CORBUCCI (Sergio e Bruno) e
imortalizado por Franco Nero em 1966. Entre os muitos atores QUE PERSONIFICARAM
“DJANGO” está Anthony Steffen, que por três vezes usou o famoso nome,
respectivamente em “POUCOS DÓLARES PARA DJANGO” (Pochi Dollari per Django), de
1966; “DJANGO, O BASTARDO” (Django Il Bastardo), de 1969; e “UM HOMEM CHAMADO
DJANGO” (W Django!), de 1971. Para o autor Howard Hughes “Django, o
Bastardo” é o melhor faroeste da filmografia de Steffen. “Django, o
Bastardo” é um dos quatro melhores westerns que fizeram uso da “FRANQUIA
DJANGO”, sendo os demais “Django”, de Sergio Corbucci, “Django Mata por
Dinheiro” (10.000 Dollari per un Massacro), de Romolo Guerrieri, e “Viva
Django!” (Preparati la Bara!), de Ferdinando Baldi. Não bastassem essas duas
razões para assistir “Django, o Bastardo”, há ainda a propalada influência
deste filme dirigido por Sergio Garrone e escrito por Garrone e pelo próprio
Anthony Steffen.
Antonio Luiz de Teffé, que se tornou conhecido como Anthony Steffen,
tinha dupla nacionalidade e ficou famoso na Itália na mesma vertente que
projetou Clint Eastwood. De um certo modo, Anthony Steffen foi um ator
SUBESTIMADO pela crítica, mas o seu jeito de atuar foi copiado por muitos e
teve vários colegas cawboys adeptos e seus imitadores. Quer dizer, NUNCA foi um
Django do Paraguai. Fez parte de uma geração única do faroeste spaghetti. Os
fãs devem lembrar-se de todos eles. Vasculhe aí a memória e lembre-se – Anthony
Steffen, como bom personagem de western à italiana, não era exatamente um
mocinho. Mas era CHUMBO GROSSO e foi assim que entrou para a história do
gênero.
CLIC no link abaixo para assistir Anthony Steffen sendo entrevistado no
Programa de Jô Soares, como também, o outro link presenteia o leitor deste blog
com o melhor filme de cawboy com Steffen “DJANGO, O BASTARDO” de 1969, na
íntegra.
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