João Campos (PSB) partiu na frente, com uma diferença enorme e se manteve na dianteira até hoje, com uma vantagem menor, porém bastante significativa.
Hoje saíram números do Paraná Pesquisas.
Os entrevistadores foram a campo entre os dias 14 e 18 deste mês e o resultado foi o seguinte, levando em consideração somente os votos válidos:
O prefeito do Recife está com 59,7% das intenções de voto, a governadora Raquel Lyra (PSD) tem 34,9%, o pré-candidato do Partido Novo, Eduardo Moura, soma 4,4% e Ivan Moraes, do PSOL, apenas 1%.
Os números do Paraná Pesquisas são bastante parecidos com o do Instituto Opinião, que também divulgou uma pesquisa neste mês de dezembro.
João Campos tem mais de 50% de intenções de votos, segundo os dois institutos, se aproximando dos 60% contados apenas os votos válidos, quando brancos e nulos ficam fora da conta.
Não dá para dizer que o socialista ganhou a eleição, pois faltam ainda mais de nove meses para o povo votar.
Mas o prefeito do Recife tem uma vantagem confortável que vem se mantendo há dois anos.
A governadora melhorou um pouco em relação as primeiras pesquisas, de 2024 e 2025, mas não o suficiente para animar os seus eleitores e aliados políticos.
Nas pesquisas, de todos os institutos - Opinião, Paraná, Simplex, Conecta, Atlas... - a governadora além de ficar bem atrás tem uma rejeição alta.
Esse é um dado importante. Se um percentual alto de eleitores revela que não pretende votar nela de maneira nenhuma, é porque há insatisfação com o governo.
Ela já se movimentou de todo jeito, reforçou o marketing, investiu milhões em propaganda, cooptou prefeitos, fez centenas de vídeos, mas o garoto não sai do primeiro lugar.
Raquel tem feito mais campanha do que João. Ela é governadora, o que lhe dá mais mobilidade.
Um dia está no Recife, no outro em Olinda ou Paulista, na semana seguinte faz um giro pelo Agreste, passa pela Zona da Mata e depois cumpre agenda no Sertão.
E a situação praticamente inalterada.
Talvez lhe falte o mesmo carisma do possível adversário, as entregas possivelmente não são suficientes para cobrir as falhas do governo.
Ela inaugura uma obra na Região Metropolitana ou interior, cai um teto de um hospital, muriçocas infernizam a vida do povo em outra unidade de saúde, os feminicídios explodem no Estado e jogam a conta em seu colo.
Em alguns momentos, a governadora subiu o tom do discurso, como aconteceu quando estava ao lado do presidente Lula, em Ipojuca.
João Campos fala mansinho, mas também alfineta, como fez na semana que passou.
Disse que não tem de falar mal de ninguém. Deixa a raiva para os outros.
Com sutileza, insinuou que sofre ataques e botou a pecha de agressiva na adversária.
O filho de Eduardo Campos esteve há poucos dias em Jupi, no Agreste Meridional e juntou mais gente do que Frei Damião, quando realizava suas santas missões.
Ato político em Jupi, ao lado da prefeita Rivanda Freire, repercutiu em todo o Estado, tomou conta das redes sociais e dos blogs.
Alguém poderá dizer: "Com Marília também era assim".
Não era.
Marília Arraes empolgou em sua campanha, era recebida festivamente por onde passava, muitos faziam questão de tirar uma foto com ela.
Mas nunca foi como está sendo com João Campos.
Não teve um ato de Marília que se igualasse a esse do seu primo em Jupi.
E é importante lembrar que a neta de Arraes liderou toda a campanha e perdeu a eleição devido a morte do marido de Raquel Lyra no dia da votação.
Foi uma comoção geral, como aconteceu antes com a morte de Eduardo Campos, que elegeu Paulo Câmara.
Raquel pode reagir, em política tudo é possível. Mas a meu ver João precisa apenas administrar bem a vantagem para garantir uma vitória folgada.
Se daqui a 9 meses estiver do mesmo jeito, o prefeito do Recife vai virar governador, sem precisar de segundo turno.
Os prefeitos não terão força suficiente para reverter esse quadro, como não tiveram com Arraes em 1998, Mendonça Filho em 2006 e Danilo Cabral em 2022.
Vamos ter uma campanha bonita pela frente. Com dois candidatos competitivos, que são do ramo e eu diria até que com qualquer um deles Pernambuco estará em boas mãos.
O sentimento do momento, contudo, é de mudança. Há uma esperança no ar em torno do nome de João Campos.

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