O TARIFAÇO DE TRUMP E O CINISMO DO GOVERNADOR DE SÃO PAULO


Do jornalista Josias de Souza, no Portal UOL:

Tarcísio de Freitas reagiu à taxa de 50% que Trump disparou contra o Brasil como um avestruz. Desviou do tiro enfiando a cabeça no cinismo. Produziu um combo ofensivo. Num único post, atacou a lógica, preservou o agressor e ignorou as vítimas.

O governador acusou Lula de colocar a "ideologia acima da economia". Agrediu a lógica ao cometer o pecado que atribui ao rival. Ideologizou a encrenca ao tratar como conflito comercial a retaliação política de Trump.

Tarcísio insinuou que Brasília privilegia a hostilidade, não o entendimento com Washington. "Outros países buscaram a negociação", escreveu. Além de desprezar o suor de Geraldo Alckmin e do Itamaraty, preservou o agressor.

O governador anotou que "não adianta" Lula "se esconder atrás do Bolsonaro", pois "a responsabilidade é de quem governa". Fingiu não notar que, para atender às exigências de Trump —impunidade para Bolsonaro e salvo-conduto para a criminalidade nas redes—, Lula precisaria fechar o Supremo e desligar a democracia da tomada.

Desde que passou a namorar a ideia de disputar o Planalto, Tarcísio tenta conciliar duas exigências conflitantes: ser bolsonarista e exibir bom senso. Exagera no cinismo ao ignorar o drama das vítimas que Trump faz ao seu redor.

Tarcísio revela um inusitado ódio à realidade. Mas a realidade é o único lugar onde o governador de São Paulo, de onde saem mais de 30%  das exportações brasileiras para os Estados Unidos, pode socorrer empresários que ralam prejuízos e brasileiros que perdem empregos por causa das taxas de Trump.

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