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HÁ 37 ANOS O BRASIL PERDIA ELIS REGINA


No sábado passado, 19 de janeiro de 2019, completou 37 anos da morte de Elis Regina.

Hoje fazemos uma homenagem especial à excepcional cantora, que se eternizou graças à voz privilegiada, às interpretações singulares e ao repertório sempre caprichado.

Quase quatro décadas depois, Elis vive nas canções, nos vídeos, no coração dos fãs e principalmente nos filhos Pedro Mariano, João Marcelo e Maria Rita.

A PIMENTINHA - Com apenas 36 anos de idade, na melhor fase de sua carreira artística, Elis Regina morreu em janeiro de 1982, causando um choque em milhões de brasileiros que eram seus fãs e/ou admiradores. A artista era tão importante para a música popular brasileira que a revista Veja, a publicação semanal com maior tiragem no país na época, dedicou uma edição especial à cantora e seu trágico desaparecimento. A “Pimentinha”, como tinha sido apelidada pelo poeta e compositor Vinícius de Moraes, foi vítima de uma overdose resultante da mistura de bebida alcoólica e cocaína.

Elis Regina nasceu em Porto Alegre, no dia 17 de março de 1945. Na capital do Rio Grande do Sul, com apenas 11 anos, fez sua primeira apresentação em rádio, cantando na Farroupilha gaúcha. Antes mesmo de sair do Sul gravou seus primeiros discos e ficou mais conhecida quando começou a participar de um programa de TV, nos anos 60, intitulado “O Fino da Bossa”. Ela e o cantor Jair Rodrigues fizeram dupla, durante uns tempos, apresentando juntos o citado programa de televisão.

Nestes primeiros tempos da carreira, Elis era muito bossa nova e cantava também alguma coisa de samba. A partir dos anos 70, evoluiu como intérprete, passou a usar a voz como ninguém e se tornou eclética. Seus discos passaram a incluir a autêntica MPB, sambas, pop e até rock. A artista passou a revelar novos compositores, como Victor Martins e Belchior, que se tornou mais conhecido após a gravação de “Como Nossos Pais” pela Pimentinha.

A cada ano a Elis arrebentava, como fez quando gravou “Travessia”, numa interpretação memorável que superou a do próprio Milton Nascimento. Ainda na década de 70 gravou um disco com Tom Jobim que é uma das obras primas da música popular brasileira dos últimos 40 anos. Outro compositor brasileiro beneficiado pela voz incrível da cantora gaúcha foi Renato Teixeira. “Romaria” se tornou um grande sucesso com a nossa personagem, passando depois a ser regravada por muitos outros cantores e se tornando um dos hits da música nacional nos anos 70 e 80, principalmente.

Elis cantou músicas de Adoniram Barbosa (Saudosa Maloca), Tim Maia , Gilberto Gil, Caetano Veloso, Chico Buarque e Roberto Carlos (As Curvas da Estrada de Santos). Foi uma das primeiras a desafiar as patrulhas elitistas e gravar o rei, considerado brega, alienado ou simplista demais pelas esquerdas e intelectuais do País.

Ao longo da relativamente curta carreira, Elis Regina gravou cerca de 30 discos, entre compactos simples e LPs. Quando morreu o CD ainda estava chegando ao Brasil. Passados 28 anos de sua morte, permanece viva na memória dos que a ouviram em disco ou tiveram o privilégio de vê-la num show, como o que fez no Teatro Santa Isabel, no Recife, pouco tempo depois do lançamento do vinil “Falso Brilhante”.

Hoje, temos que nos contentar com a saudade, com o que ficou registrado pelas gravadoras e em vídeo. Além disso, temos a Maria Rita, filha de Elis, parecida fisicamente com a mãe, com uma voz que também lembra muito a da Pimentinha e que tem se destacado nos últimos anos com um repertório de bom gosto.



LEMBRANÇAS DE ELISPassados 37 anos da morte de Elis Regina, a artista ainda é lembrada como se tivesse se despedido pouco tempo atrás. E muitos, que nem sonhavam em nascer, quando ela se foi, são seus fãs e se deliciam com sua voz interpretando como ninguém “Travessia”, “Como Nossos Pais”, “Romaria” ou a despretensiosa “Alô, alô Marciano”.
Tivemos Eliseth Cardoso e Ângela Maria no passado, nas últimas décadas surgiram grandes vozes como Marisa Monte, Ana Carolina e Vanessa da Mata. E temos a Simone, Maria Betânia, Gal Costa... Todas elas maravilhosas, brilham no palco, escolhem bem o repertório dos seus álbuns. E a Maria Rita, tão parecida com a mãe, na voz, no jeito de cantar...

Mas nenhuma delas se compara a Elis. É uma opinião pessoal minha, mas tenho certeza compartilhada por muitos. Não é à toa que a maioria dos críticos de música do país não cansa de avaliar a gaúcha como “a melhor cantora do Brasil”.

Elis Regina Carvalho estava no auge de sua carreira. Uma infeliz overdose de quem nem era viciada em drogas. Deixou um buraco no país. Uma lacuna na vida artística nacional que ainda não foi preenchida.

Por que ela era a melhor?

Porque além de muito talento, muita voz, Elis evoluiu com o passar dos anos. De intérprete de sambas e bossa nova incorporou o novo ao seu repertório. Revelou compositores e passeou com desenvoltura por Roberto Carlos, Rita Lee,   Chico Buarque, Milton Nascimento,  Belchior, Fagner,  Gonzaguinha, Ivan Lins, Tom Jobim, João Bosco e Aldir Blanc, Adoniram Barbosa, Ary Barroso, Pixinguinha, Toquinho, Vinícius de Moraes...

Elis Regina cantava com todo seu corpo, com alma, com extrema sensibilidade. Intérprete sem igual, e que voz...

Basta você pegar o disco Falso Brilhante, de 1975, para se deliciar e confirmar: “É, essa aí é a melhor de todas...”

No disco citado, que consagrou de vez a sua carreira, ela arrasou na interpretação de “Como Nossos Pais” (Belchior), emocionou com Gracias a la Vida (Violeta Parra), brincou cantando Jardins de Infância (João Bosco e Aldir Blanc), reforçou a beleza de Tatuagem (Chico Buarque) e renovou os belos versos de Fascinação (na versão de Armando Louzada).

Tem uma música gravada por Elis Regina - e não é das mais conhecidas - que sempre entendi como uma espécie de premonição de sua viagem precoce. Nem mesmo nas boas coberturas da Globo sobre a morte da artista vi uma citação a esses versos de Lourenço Baeta e Cacaso.

Na interpretação arrojada, perfeita de Meio Termo, a pimentinha praticamente avisava que ia nos deixar tão cedo:

MEIO TERMO

Ah! Como eu tenho me enganado!
Como tenho me matado
Por ter demais confiado
Nas evidências do amor
Como tenho andado certo
Como tenho andado errado
Por seu carinho inseguro
Por meu caminho deserto
Como tenho me encontrado
Como tenho descoberto
A sombra leve da morte
Passando sempre por perto
E o sentimento mais breve
Rola no ar e descreve
A eterna cicatriz
Mais uma vez
Mais de uma vez
Quase que fui feliz
A barra do amor é que ele é meio ermo
A barra da morte é que ela não tem meio-termo.

Você pode também conferir meio termo assistindo o vídeo do YouTube. É demais!


*Fotos: 1) bognews.com; 2) correiocidadeonline.com.br

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