Por Michel Zaidan Filho*
Os que torcem,
fervorosamente, pela prisão de LULA e o seu impedimento em participar das
eleições presidenciais deste ano ora alegam a sua condição de preso ora a
legalidade da prisão ora a sua ficha “suja”. Entendo que se trata de uma espécie de “vindita
particular”, uma racionalização de um “ódio de classe” contra LULA, o PT e a
esquerda de um modo geral. É como se
fosse possível utilizar o braço da Justiça para alcançar (e ferir) os nossos
adversários. Se fôssemos seguir as lições de Michel Foucault sobre a origem do
processo penal, saberíamos que o ordálio, a vingança particular, ou
simplesmente a famosa “Lei de talião”
estabeleceu o que se chama de justiça retributiva nas relações penais com os condenados.
Mas o progresso das leis penais – desde Beccaria – chegou ao “garantismo legal”
da nossa época, rejeitando a lei kantiana do “olho pelo olho” e estabelecendo o
papel ressocializador do direito penal.
O que assistimos hoje – a um
espetáculo digno dos jogos da arena romana – é uma carnificina moral, política
e penal. É o abandono por completo das conquistas e avanços da consciência
jurídica universal, trocada por um tipo de “terrorismo penal”, onde uma parte
da sociedade se compraz, como na luta da arena romana, em torcer pela desgraça
alheia, sem considerar sua culpa ou o grau de responsabilidade civil e penal
pelos alegados crimes. É uma espécie de “catarse de cabeço para baixo”, uma
forma de exorcização dos nossos maus instintos, da nossa vingança, do nosso
ódio contra um inimigo público e comum.
Não precisamos ir muito longe
à ensaística sobre os massacres e genocídios,
para entender (que não justifica) que o ódio é uma patologia social
perigosa. Seja contra os negros, as mulheres, os pobres e favelados ou
homossexuais e transgeneros, seja contra um partido político, uma ideologia
política e seus seguidores. Os frakfurtianos que estudaram bem esse fenômeno,
na Alemanha Nazista, chegaram à conclusão que ele resulta de um potencial de
autoritarismo latente, alimentado por uma cultura de repressão e de muitas
frustrações sociais. Não é à toa que setores das classes médias têm sido usados
– pela manipulação da mídia – como “massa de manobra” contra LULA, o PT e a
esquerda. É uma maneira dela externar seu complexo social – vingando-se dos
mais pobres e da esquerda. Isto não é novo, nem no Brasil nem no mundo. Na
Alemanha e na Itália (mas também nos EUA) essa onda de ressentimento e
revolta chocou o ovo da serpente nazista
e fascista. No Brasil, uma sucessão de golpes (ainda que estes se apresentem
com a fachada de uma modernização conservadora).
É necessário fazer o diagnóstico
correto dessa histeria anti-lulista e antipetista, tanto quanto o crescimento
inquietante do voto de direita e do voto religioso. Mas pode ser que tudo isso
não passe de uma cortina de fumaça para a execução de uma outra política
voltada aos interesses das grandes empresas e da banca. Mas uma vez, o ódio de determinados grupos é utilizado
para demonizar a política (e os candidatos) da esquerda e viabilizar outro
golpe contra os interesses da população. Como disse um jornalista antenado com
os acontecimentos, se LULA participar do processo eleitoral com chances de
ganhar (e estas são muitas) não haverá eleição. Tudo será conduzido por um
“petit comitê” para reproduzir e ampliar a política ultraliberal, antipopular, antinacional
que vem sendo posta em prática por este intruso que ora ocupa a cadeira
presidencial.
*Michel Zaidan Filho é cientista político e professor universitário.
**Imagem; Brasil 247
Não há dúvidas: É inveja, mesmo dessa... vamos dizer SITUAÇÃO DAS RUINS, oposição à Nós, Petistas Lulistas!
ResponderExcluirFrustração das grandes, os "CRONTA" não sabem de nada de política, de convivência com GENTE.
É Lula "mermo".
E pronto!
Agora fala bonito aí, pra nóis lê.
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