Paulo
César de Araújo, jornalista e historiador, irá lançar, possivelmente ainda este
ano, um terceiro livro sobre o cantor e compositor Roberto Carlos.
Em 2006 Paulo César lançou “Roberto Carlos em Detalhes”, biografia não autorizada do
rei, que foi censurada pelo artista e retirada de circulação no começo de 2007,
quando estava entre os livros mais vendidos do país.
Roberto
Carlos mostrou o “seu lado terrível" nessa história. Além de censurar, pediu na
justiça a prisão do jornalista e a aplicação de uma multa à editora Planeta no valor de R$ 500 mil por
dia, caso a decisão fosse descumprida.
Paulo
César sofreu horrores por conta do comportamento inquisitorial de Roberto
Carlos, mas em 2015 publicou um segundo livro tendo RC como personagem
principal.
“O Réu e o
Rei”, lançado pela Companhia das Letras, que também frequentou a lista dos
livros mais vendidos do Brasil, conta em detalhes o processo movido pelo cantor
contra o jornalista e historiador.
Graças ao
livro de Paulo César Araújo e a atitude alienada de Roberto Carlos, a censura
de biografias virou uma grande discussão no país.
Artistas como
Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan e Chico Buarque integraram um
grupo chamado “Procure Saber”, que defendeu a mesma posição de RC em relação às biografias não autorizadas.
Até o
escritor Paulo Coelho, de fama internacional, entrou na polêmica e escreveu um
artigo criticando duramente a censura imposta por Roberto Carlos ao livro de
Paulo César.
É
importante que se esclareça aqui que o jornalista fez uma pesquisa de 15 anos
para publicar a biografia depois proibida. Realizou centenas de entrevistas, ouvindo
de Wanderleia e Erasmo Carlos a João Gilberto.
E durante
todo esse período tentou entrevistar Roberto Carlos, mas o cantor, embora nunca
tenha dito não, sempre se esquivou de falar.
Quando o
livro saiu, Roberto através dos seus advogados foi à justiça, embora nem tenha lido o
livro, como foi largamente divulgado na imprensa.
O livro de
Paulo César valoriza a obra artística de Roberto Carlos, enaltece suas canções
e tenta explicar o fenômeno, que virou quase uma instituição no Brasil, devido
ao seu longo reinado como ídolo popular.
Algumas
revelações feitas no livro – todas verdadeiras – podem ter desagradado o
cantor, que não consegue entender o fato de ser uma figura pública.
Paulo
César conta, por exemplo, algumas aventuras amorosas do rei, narra como foram
seus casamentos e separações, relembra como o cantor perdeu uma perna num
acidente de trem, ainda menino em Cachoeiro de Itapemirim e narra o seu
sofrimento quando da doença e morte de Maria Rita, sua terceira mulher.
Se
“Roberto Carlos em Detalhes” é um livro de fã, “O Réu e o Rei” é praticamente
um desabafo de um homem magoado, que mostra o “lado mau” de quem vive falando
em amor, Jesus e Nossa Senhora, além de defender a natureza e os animais em
suas canções.
Numa
entrevista de TV, Paulo César disse que não tem mágoa de Roberto, ainda o
admira e ouve suas músicas.
Mesmo
assim, no livro que encerrará a trilogia do rei o jornalista e historiador deve
pegar pesado.
E vai ser
difícil o artista conseguir uma nova proibição, porque depois de toda celeuma
em torno das biografias não autorizadas o Supremo Tribunal Federal decidiu, em
2015, proibir a censura prévia a esse gênero literário.
Desde que
seja um trabalho sério, trazendo verdades, nenhum autor corre o risco de passar
pelas aflições impostas a Paulo César Araújo.
O novo trabalho do historiador chegará ao mercado pela Editora Record, em lançamento a ser feito com toda pompa. A tiragem inicial será de 50 mil exemplares, quando o comum é uma primeira edição de livro no Brasil sair no máximo com 10 mil exemplares.
Paulo César ainda não revelou o título do livro.
O novo trabalho do historiador chegará ao mercado pela Editora Record, em lançamento a ser feito com toda pompa. A tiragem inicial será de 50 mil exemplares, quando o comum é uma primeira edição de livro no Brasil sair no máximo com 10 mil exemplares.
Paulo César ainda não revelou o título do livro.
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