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AINDA ESTOU AQUI E O DINHEIRO DE WALTER SALLES

Esta semana foi dado destaque ao Globo de Ouro conquistado pela atriz Fernanda Montenegro, pela sua atuação no filme "Ainda Estou Aqui".

Nos blogs, nos principais sites nacionais, no Instagram e demais redes sociais a artista esteve no centro das atenções.

Foi festejada por todo o Brasil, como se tivesse tivesse vencido uma Copa do Mundo.

Mas parece que nem todos ficaram satisfeitos com a vitória da Fernanda.

Um certo ex-presidente do Brasil, de maneira sutil insinuou que o filme dirigido por Walter Salles foi financiado com dinheiro público, através da Lei Rouanet. 

Na verdade o longa é uma produção da Globo Filmes e nem é permitido usar recursos da Lei Rouanet - criada no Governo Collor - em longas metragens.

Tivemos ainda diversos veículos da grande imprensa enfatizando o fato de Walter Salles ser um dos homens mais ricos do Brasil.

Foi uma maneira, também sutil, como a do ex-presidente, de desqualificar "Ainda Estou Aqui"?

Salles é um dos melhores cineastas brasileiros. Antes desse filme, tão badalado, ele dirigiu outras películas de qualidade, como "Abril Despedaçado" e "Central do Brasil".

Todos os seus trabalhos refletem o país, sem sectarismo, sem fazer panfletagem. 

Ele é rico não porque ganhou muito dinheiro com o cinema e sim porque é herdeiro do poderoso grupo Itaú.

Por que é milionário não pode ter sensibilidade social, não pode realizar um filme retratando um capítulo da ditadura militar?

O político da direita, que cuspiu numa estátua do ex-deputado Rubens Paiva (retratado no filme em questão), até se entende não gostar de "Ainda Estou Aqui".

É típico dele o comportamento adotado. Até porque o sucesso do longa deve estar lhe doendo.

Agora, essa imprensa que acha mais importante, neste momento, destacar a riqueza de Walter Salles, do que a qualidade dos seus filmes, não merece respeito.

Até porque é covarde, age de artifícios para atacar o diretor.

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