Por Altamir Pinheiro
Franco Nero
ficou conhecido entre os cinéfilos graças a DJANGO, onde interpreta o
personagem-título. Pois bem, diferentemente de Charles Bronson, Franco Nero
conhece o Brasil, inclusive, em 2013, participou de um filme brasileiro,
contracenando com a atriz IRENE RAVACHE. Trata-se de A MEMÓRIA QUE ME CONTAM.
No filme ele dá vida a PAOLO, um italiano que vive no Brasil e precisa lidar
com a inesperada prisão por ter participado de um atentado terrorista em seu
país natal há décadas atrás. Destaque para a participação de Franco Nero
como o marido de Irene Ravache e o lado político que o personagem também
carrega, só que desta vez relacionado com sua Itália natal. Perguntado pelo
cinéfilo e blogueiro do ADOROCINEMA, como foi aprender a língua em tão pouco
tempo, o “ITALIANO DJANGO” respondeu: “Não foi nem um pouco fácil!!! Falo
espanhol muito bem, mas português é uma língua completamente diferente para
mim. Tinha uma amiga aqui em Roma, Natália, que é brasileira e me ajudou com as
falas em português. Procurei decorar os diálogos das minhas cenas e correu tudo
bem”.
O filme A MEMÓRIA QUE ME CONTAM
retrata o tempo da ditadura militar e gira em torno da ex-guerrilheira
ANA(Simone Spoladorre). O filme foi uma homenagem da cineasta Lúcia Murat a sua
amiga Vera Sílvia Magalhães guerrilheira na juventude e marcante
na vida de várias pessoas. Na verdade, VERA
poderia ter desfilado a beleza de seus vinte anos pelas calçadas de Ipanema, no
Rio de Janeiro onde nasceu. Poderia ter sido uma garota que amava os Beatles e
os Rolling Stones ou então nos embalos de sábado à noite curtindo John
Travolta, no liberou geral de costumes que varreu o mundo na década de 60. Ou
poderia ter concluído o curso de Economia e levado uma vida burguesa, mas Vera
Sílvia Magalhães amava a revolução e, como tantos jovens de sua época, não
admitia viver sob a ditadura implantada pelo golpe de 64. MEMÓRIA QUE ME
CONTAM com participação dos Super Star setentões Nero e Irene é um bom filme
brasileiro , recomendo-o, mas poderia ser melhor, o tema é farto e exigia
isso.
Custa-nos crer, que haja no
gênero cinematográfico que relata as aventuras dos desbravadores do
Oeste, uma palavra mais sagrada, Importante, influente e pessoalíssima que
“DJANGO”. O personagem atingiu proporções inimagináveis não apenas em termos de
sucesso junto ao público, mas também pela influência que gerou. Pelo menos 50
filmes se apropriaram do título “Django” criado por Sergio Corbucci, quase
todos com personagens centrais que pouco lembravam a imagem notável concebida
por FRANCO NERO. Segundo um dos maiores cinéfilos do país, na modalidade
de filmes faroestes, DARCI FONSECA, “nenhum outro western spaghetti, à exceção
da Trilogia dos Dólares de Sergio Leone, se equipara a “DJANGO” (filmado no ano
de 1966 tendo como diretor, Sérgio Corbucci), na empatia com o público e
na importância no relativamente curto percurso em que o gênero dominou as telas
do mundo”. Merecidamente, claro!!!
Neste filme que leva o mesmo nome do
personagem, o andarilho solitário Django difere em muito de outros
filmes. Introspectivo, compenetrado e altamente econômico nas palavras o homem
do PONCHO e da CIGARRILHA nos apresenta uma grata surpresa em não
cavalgar em nenhum momento e nem poderia fazê-lo pois o caixão que arrasta
parece um complemento de seu corpo. O filme Django é Inovativo em diversos
aspectos, haja vista que tem o eixo da história pouco original pois
o personagem central é o divisor de águas em meio a dois grupos que se
defrontam para obter o poder jurisdicional do Condado local. Segundo o
crítico de cinema Darci Fonseca nos faz uma alerta que, quando perguntado
sobre para quem é aquele CAIXÃO, ele responde que é para ele próprio, em razão
de ser um homem atormentado por seu próprio passado. Entre os dois grupos
contendores, Django tem simpatia pelos renegados mexicanos, acreditando no
idealismo destes.
E continua Fonseca: Assemelham-se, no
entanto, os dois personagens na inverossímil indestrutibilidade, na frieza com
que enfrentam inimigos mais poderosos e em maior número. Django tem uma
vingança como escopo e não sente repulsa ou aversão às mulheres, pois ao final
declara a vontade de recomeçar a vida ao lado de Maria. O respeito da crítica
pelo diretor deste filme(Sergio Corbucci), tem início com “Django” porque
neste filme o diretor demonstra ter estilo próprio. A LAMACENTA RUA PRINCIPAL
DO LUGAREJO SEMIDESERTO com casario cinzento é perturbadora, assim como a
decoração opressiva do SALOON onde transcorre boa parte do filme. É nessa
ambientação que rebenta uma sucessão de violência que faz de “Django” um
western como sendo um palco de incontido sadismo.
Na sinopse e
detalhes, Django (Franco Nero) é um homem que arrasta consigo um caixão, onde
dentro está escondida uma poderosa metralhadora. Na fronteira do México, ele
está disposto a vingar a morte da sua esposa, e parte para uma luta sangrenta
contra duas gangues rivais que agem na região, isso depois de fazer um acordo
com o bandido local. Só que desconfiado das intenções do bandido, ele resolve se
juntar a María, uma mulher que havia salvo, e os dois serão perseguidos pelo
mexicano e seu bando. Se deleite com uma síntese de apenas 3 minutos do vídeo
logo abaixo. Advertindo sempre que, depois de completar 50 anos que chegou as
telas do mundo inteiro, Django é um filme para quem nunca assistiu vale a pena
vê-lo e, para quem já assistiu vale a pena ver de novo!!! Leitores!!! Não abram
o caixão que vocês podem ter um susto.
Abram o link abaixo e terão uma grande
surpresa.
Django, talvez tenha sido o único filme autêntico de faroeste que o ARTISTA não usa e nem anda a cavalo. O cavalo foi substituído por um caixão de defunto, onde lá dentro estava guardada a Lurdinha...
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