A construção da democracia não é fácil. Até porque muitos –
inclusive os letrados - muitas vezes não têm a menor ideia do que é a tal democracia; confundem e banalizam o regime político considerado ideal, nivelando o mesmo a
uma ditadurazinha qualquer.
No Brasil de 1964 a 1984 os presidentes da República eram
escolhidos nos quarteis, o Legislativo era mero apêndice do Executivo e até o
Judiciário era inteiramente subserviente ao Poder Central.
Aí veio Sarney
eleito pelo Colégio Eleitoral após apoiar a ditadura durante 20 anos, Collor (o
primeiro eleito pelo povo em mais de
20), mas que também tinha feito parte do sistema capitaneado pelos militares.
Collor caiu em desgraça e foi substituído por Itamar, um
temperamental, mas que fez algumas coisas boas e conseguiu eleger seu sucessor:
Fernando Henrique Cardoso. Sociólogo de verniz esquerdista, aprovou o instituto da reeleição e ficou 8
anos no poder, consolidando a democracia iniciada em 84.
Então veio Lula para também governar 8 anos e este elegeu Dilma,
esta iniciando com enormes dificuldades o segundo mandato.
A democracia se constrói aos poucos, portanto, como encenamos
escrever no começo desse post. Era quase nenhuma nos anos 60, 70 e 80, melhorou
um pouco a partir dos anos 90 e acelerou a partir do século XXI. Só um
ignorante não percebe ou não sabe que com Fernando Henrique e Lula a democracia
brasileira já é bastante representativa.
As pessoas podem falar mal dos poderes, do presidente, podem
protestar, criticar, sugerir, mudar, votar livremente. A corrupção, que durante
décadas foi jogada pra debaixo do tapete, hoje está escancarada e medalhões que a gente nunca imaginou ira
para a cadeia hoje estão cumprindo pena.
A imprensa, censurada e ameaçada pelos militares e menos por
Sarney, Collor, Itamar e Fernando Henrique, criou asas com Lula e sua
sucessora. Está tão livre, nesse avanço democrático dos últimos anos, que alguns setores parecem até sentir saudosismo do passado, acusando o governo de querer cercear a
sua liberdade.
Confundem, às vezes, liberdade com interesses econômicos ou
de classe. Isso também faz parte da democracia e todos temos de saber lidar com esse jogo, que também faz parte da democracia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário