Meu pai ensinou que se pode ser comerciante e honesto ao mesmo tempo. Numa vila, uma cidade pequena, foi empregado e depois conseguiu seu próprio negócio. Bodega, depois venda, no final um mercadinho. Trabalhando de domingo a domingo, sem direito a luxos ou farras, criou cinco filhos. Fez mais que isso: assim que pôde mandou seus meninos para estudar em Garanhuns e no maior esforço os matriculou em bons colégios. Diocesano, Quinze de Novembro. De um a gente sempre lembra, o outro todo mundo sabe que é um Alto Padrão de Civismo e de Glória.
Minha mãe fez a sua parte. Como boa esposa tradicional, ajudava em casa e também no pequeno comércio. Ela mesma costurava a roupa dos filhos, economizava nas passagens, nos sapatos ou sandálias e até nas batatas, se necessário
Os dois, vivendo aquele pequeno mundo, enxergaram longe. O primeiro terminou juiz do trabalho, vive sem apertos e é um cidadão correto, que soube criar os próprios filhos.
O segundo é agrônomo, serve ao Estado há muitos anos e ainda desenvolve uma atividade particular para completar o orçamento. Caminha para os 60 anos, mas como trabalha. Nunca tive conhecimento de um ato desonesto seu. Educou bem suas meninas e seu menino e aos domingos não deixa de ir à igreja.
O terceiro é jornalista e além do mais torcedor do Náutico. Já passou por muitas nesta vida, mas tem em comum com os irmãos os exemplos do pai e da mãe: sentimento de justiça e certeza de que tudo deve ser conquistado com o suor do seu rosto.
Os dois mais novos, uma mulher e outro homem, não são muito diferentes. Vivem modestamente, fazem malabarismo para sobreviver e se esforçam para ter sempre a ficha limpa.
Meu pai não deixou bens para ninguém. Deixou um nome. Passados 12 anos que Deus o chamou ainda encontro muitas pessoas em Garanhuns, Capoeiras ou Caetés dizendo com todas as letras em destaque: “Seu Euclides era um homem direito”.
Fico feliz por ser assim. Conheço gente que já morreu, mas nem a ida para o outro lado limpou o nome. Escuto pronunciarem abertamente: “Aquilo era um ladrão”.
Deus me livre de um negócio desses. Sinceramente, admiro pobres que mesmo precisando não são capazes de pegar do alheio nem mesmo uma laranja.
Para os meus filhos, vou deixar menos do que meu pai deixou pra nós. Tenho pelo menos o consolo de que eles não vão ter do que se envergonhar. Saberão que me esforcei bastante para fazer de todos gente. Tentei lhes dar educação e ensinei o que aprendi: que devem devem ser corretos em tudo.
Todos passam, todos um dia são chamados. No futuro, seremos lembrados não tantos pelos bens que acumulamos, mas pelas atitudes. Alguns serão chamados de direitos, como meu pai, outros carregarão má fama mesmo depois de sepultados, jogando desconfiança sobre os descendentes.
Sou dos que não gostam nem de avançar o sinal de trânsito. Gosto das coisas corretas. Não sou santo, claro, apenas tento estar do lado certo.
Não importa que muitos se deem bem praticando o errado. Quero que meus filhos escutem de mim, daqui a muitos anos, o que hoje eu escuto do meu pai. Tenho orgulho dele e da minha mãe e do que me ensinaram.
belissima historia senhor roberto almeida é com grande orgulho que ainda vemos lição de vida que bom seria se todos pensasem assim com humbridade carater o mundo com certeza estaria bem melhor e não viriamos ainda tantos exemplos de desonestidade parabéns ,meu caro
ResponderExcluirÀs vezes manifestações como está, do Roberto Almeida, pode ser entendida como um engrandecer-se. Penso que não é o caso, mesmo não conhecendo esse meu xará. Parabéns blogueiro! Extensivo aos seus familiares. Os valores que você destacou precisam ser cultivados e por que não divulgados.
ResponderExcluirRoberto Lira
Sr Roberto a esta familia no qual tenho orgulho de aplaudir e respeitar HÁ bastante tempo atrs,quando ouvia minha MAE falar de vocês que tinha uma Amiga e (o) de longa datas ai em Capoeiras que se chamava sua Mae e seu Pai Euclides. Como sempre tinha uma admiração embutida por vocês todas as vezes que eu me deslocava de Garanhuns a Capoeiras ha 15 anos atras em busca de uma simples paquera de colegio que morava em capoeiras eu procurava saber dela como iria os amigos de minha mae.E por sinal ela so me dava noticias boas de voces,isso sim é um orgulho. ate que um dia devido eu ta com o coração apaixonado por esta garota e vi que ela não queria nada serio comigo,quando eu estava ai em capoeiras num domingo virei a cabeça e fiz uma baderninha na cidade no volante de um carro, ai gerou aquele extresse a policia chegou multou prendeu o carro e eu fiquei a pé sem ninguem, foi quando minha mae ficou sabendo e aperriou sua mae e seu IRMAO mais novo me deu a maior atenção que um ser humano pode dar a outro,Isso sem duvida Roberto devo a todos voces pelo resto da minha vida.deste dia pra ká comecei a ver e enxegar a vida de um modo diferente. Mais diante Mão parabens pela sua familia e que deus continue abencoando todos como vem abencoando. lembre-se que sou assiduo do seu blog sucesso ...
ResponderExcluirTaí meu caro Roberto,você está revelando para os seus leitores a receita que fez de vocè um cidadão íntegro e decente. Olhe que você já ocupou e ocupa cargos púlblicos e nunca foi contaminado pelo maléfico vírus da corrupção.Sou seu fã incondicional,você me conhece e um dia vou ter o prazer de revelar minha identidade.Um abraço e Jesus te abençoe!.
ResponderExcluirDe geração em geração, somos uma família íntegra e com a retidão impressa em nossas mentes e corações.
ResponderExcluirMuito bom ouvir este relato e lembrar, com saudosismo, de um vovô Euclides que sempre foi um excelente exemplo de conduta aos seus filhos e netos.
ouvido suas história do seu pai,lembrei-me do meu que a 2 anos Deus o chamou,fique tentado da um pouco do muito que meu pai me ensino para meus filho, pois tenho medo que no futuro não exista homens como nossos pais,que mesmo com sagrífico conseguiu criar homens e mulheres de bem para fazer o bem por isso contínuam vivos em nossas vidas e corações.fez-me chora meu prezado.
ResponderExcluirSão muitas as histórias de vida, e está , é mais uma do modelo tradicional de educação(que sempre deu certo), que infelizmente nos dias de hoje com a geração yogurte/shopping center, faz com que as pessoas não entendam o que é ser honesto e procurão distorce as imformações verdade...
ResponderExcluirParabéns!!! Roberto você é um vencedor e nem sempre os bem sucedidos,conseguem obter fortunas, mas você é rico no saber...
Um forte abraço
É esse o maior legado que se deve deixar aos filhos: honradez, dignidade.
ResponderExcluirNão ser rico de bens materiais dando-lhes polpudas heranças, mas ser multimilionário em
integridade.
Isso nos dá paz de espírito, saber/sentir que
demos aos nossos, o melhor que podíamos,e assim
continuar pela vida afora, de fronte erguida -
não por vaidade tola, mas pela certeza do dever
cumprido.