O crime ocorreu na terça-feira à noite, em Cajueiro Seco, bairro de Jaboatão dos Guararapes.
Professor Daniel Alves, vizinho de Priscila, divulgou nas redes sociais uma Carta Aberta à governadora Raquel Lyra.
Hoje vivenciamos mais uma tragédia que poderia ter sido evitada.
Minha vizinha Priscila, moradora de Cajueiro Seco, em Jaboatão, foi enterrada. Uma mulher trabalhadora, mãe de seis filhos, brutalmente assassinada com uma facada no pescoço, diante de dois de seus filhos adolescentes.
Essa tragédia não aconteceu de repente. Ela vinha sendo anunciada. Sua irmã carregava nas mãos pelo menos seis Boletins de Ocorrência.
Todas as vezes que o agressor se aproximava, Priscila ligava para o 190, mas a ajuda nunca chegava a tempo.
O único apoio real vinha da própria família: mãe, irmã e filhos que faziam o que o Estado não fez.
Infelizmente, essa não é uma história isolada. A maioria das mulheres assassinadas em Pernambuco prestou queixas e possuía medidas protetivas.
O sistema de proteção não está funcionando. Algo está profundamente errado nas delegacias, no atendimento às vítimas e na coordenação entre segurança pública e o Poder Judiciário.
É urgente revisar os protocolos de acolhimento e proteção às mulheres que buscam socorro. Hoje, muitas delas saem da delegacia com a sensação de que assinaram o próprio atestado de óbito, porque voltam para casa e, dias depois, são mortas.
Governadora, Pernambuco precisa dar uma resposta firme, humana e eficiente. Não podemos naturalizar números que representam vidas interrompidas, famílias destruídas e futuros roubados.
Coloco-me à disposição para contribuir com propostas e reflexões.
Precisamos fortalecer políticas educativas, principalmente nas escolas, para que possamos formar homens responsáveis, que compreendam respeito, limites e convívio.
A mudança também é cultural e precisa começar cedo.
Peço que o Governo do Estado trate essa pauta com a urgência e a sensibilidade que ela exige. Cada dia sem ação significa mais mulheres morrendo, mais filhos órfãos e mais comunidades devastadas.
Por justiça, por respeito e pela vida das mulheres pernambucanas, não podemos esperar mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário