Vivemos aqui em casa um dia tenso, difícil, nesta quinta-feira (17).
Tenho uma filha de 36 anos, Daniela, que mora conosco.
Ela é formada em gastronomia, foi casada e tem um filho de 7 anos, Zé Pedro.
Sofre de depressão profunda, mas vive uma vida praticamente normal, recebendo toda a atenção que eu e minha mulher, Tereza, podemos lhe dar.
Ontem logo depois das 6 horas da manhã, eu ainda na cama, minha esposa no sofá, com um pouco de enxaqueca, Dani abriu e porta e saiu.
Achamos estranho ela ter saído assim, o que nunca tinha acontecido.
Logo começamos a percorrer o bairro, conversar com os vizinhos, ir aos locais em que ela podia estar ou ter passado.
Nenhum sinal.
As horas foram passando e nossa preocupação só aumentando.
Meu filho Tiago, que é guarda municipal, comunicou aos colegas dele o sumiço da irmã.
Após as 10 horas fiz uma divulgação nas redes sociais sobre o desaparecimento e falta de notícias sobre Daniela.
Depois disso começamos a receber mensagens de todo lugar, formou-se uma corrente de solidariedade na cidade.
Um pouco antes disso conseguimos, numa câmera da sorveteria da Avenida Deolinda Valença, captar uma imagem da minha garota andando, já no final da rua Napoleão Almeida, no sentido do Colégio Santa Joana D´Arc.
Às 6h35.
Graças à foto divulgada e a discrição da maneira que minha filha estava vestida, antes do meio-dia veio a primeira informação concreta.
Uma senhora, comerciante em Garanhuns, me parece, viu Daniela andando na pista, em direção ao município de São João.
Ela teria sido avistada por volta das 11h35, com jeito de estar desorientada.
A partir dessa informação, Tiago saiu de carro, acompanhado de Gustavo, também guarda municipal, em direção à cidade vizinha.
Quando meu filho já estava na busca, veio a informação que Dani fora vista, às 13 horas, perto de uma subestação de energia, já nas proximidades de São João.
Passei a informação a Tiago e depois ele conseguiu localizá-la nas imediações do local descrito.
Quando recebi a notícia de que ela tinha sido encontrada não resisti e chorei. Mas foi um choro de alívio, de felicidade.
Dani andou da Cohab II até perto de São João, um percurso em torno de 16 km.
O irmão trouxe ela sem problema e perto das 16 horas estava em casa conosco, para alívio de todos nós.
Passamos por momentos de tensão e muita preocupação.
Mas também sentimos que houve uma solidariedade muito grande. Dos vizinhos e das pessoas que foram informadas do fato pela internet.
A todos que enviaram mensagens, telefonaram vieram a minha casa, somos muito gratos.
Numa hora dessas é que se percebe a importância do apoio dos amigos e amigas, até de pessoas que não nos conhecem pessoalmente.
Felizmente, nenhum mal intencionado abordou Daniela, os que a viram e perceberam alguma coisa errada depressa se preocuparam em nos avisar.
Minha filha quando chegou apenas me pediu um comprimido para dor de cabeça e uma coca.
Pedi que ela almoçasse primeiro e daria o solicitado. Assim foi feito.
Ela amanheceu bem, dormiu muito, pois está com o corpo cansado.
Esperamos não passar mais por outro susto desse.
*Na foto que ilustra este texto, Daniela Almeida com o filho José Pedro, o Zezinho. (Roberto Almeida).
Lamento muito. Como cristão protestante, irei orar por Daniela, para que ela encontre Deus e seu filho amado, Jesus. Imagino como estão as almas tuas e de tua esposa. Na Bíblia também há exemplos de homens de Deus que sofriam de depressão. E eles venceram. Fica com Deus!
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