Gabo, como era chamado o autor, prêmio Nobel de Literatura, nunca permitiu a adaptação do romance.
Dez anos após a sua morte a família aceitou que o livro fosse para a telinha.
A Netflix, atendeu as reivindicações básicas dos herdeiros de Garcia Márquez: a série foi totalmente gravada na Colômbia, falada em espanhol o elenco é formado por artistas do país Sul Americano.
Basta ver os dois primeiros capítulo para perceber que não é uma obra fácil de ser adaptada.
A série muitas vezes parece uma leitura do livro coberta com imagens.
Cineasta colombiana Laura Mora, que divide a direção do programa com o argentino Alex Garcia Lopez, disse numa entrevista que considerava impossível a adaptação.
"Para nós, colombianos, é como lidar com a Bíblia", disse Laura, reverenciando o romance.
"Cem Anos de Solidão" é um livro que marca a vida de quem o lê.
Eu só fiz uma leitura: há 46/47 anos. E mesmo passado todo esse tempo tenho guardado na memória o universo ficcional criado por Gabriel Garcia Márquez.
Ao ver a série, José Arcádio Buendía, Úrsula, Melquíades, Pillar e outros personagens me pareceram familiares.
Macondo, a aldeia fundada por Arcádio, tem muito a ver com muitos lugarejos do Brasil, da Argentina, do Peru, do Uruguai, da Colômbia, claro, e de toda a América Latina.
O romance e a série unem realidade e fantasia - o chamado realismo mágico -, fazendo como que um retrato da nossa América, com seu povo, o misticismo, os tiranos e as novidades que aparecem e mudam o mundo.
Uma vez, numa entrevista, Garcia Márquez confessou ter recebido alguma influência do escritor brasileiro Érico Veríssimo, pelo seu magnífico "O Tempo e o Vento".
O romance do escritor gaúcho também tem um pouco do realismo mágico.
Só que o colombiano aprofundou esse componente da criação literária, fazendo da magia, da imaginação, um ingrediente muito forte de "Cem Anos de Solidão".
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