Por Cristina Moraes
Somos uma cidade politizada e
não é de hoje, mas desde a década de 1970 quando pudemos ver uma mulher
sendo eleita deputada federal por minha linda Garanhuns.
Uma vitória para o sexo
feminino, pois naquele período foi a única mulher pernambucana a conseguir um
cargo dessa categoria, se transformando em um ícone de bravura, coerência,
inteligência e integridade.
Com os seus discursos eloquentes,
ganhou notoriedade no Brasil por defender a Política Nacional de Informática, alegando que “sem tecnologia nacional, isto é, sem o domínio do ciclo, que vai
da tecnologia do projeto à do uso, nenhum país será soberano e, por via de
consequência, maiores serão os problemas de sua classe trabalhadora”.
Maria Cristina de Lima
Tavares Correia nasceu no dia 10 de junho de 1934, na Terra de Simoa, filha de José Alves Tavares Correia e Maria Mercês de
Lima Tavares Correia.
A sua consagração na vida
pública se deu pelo engajamento com o jornalismo comprometido e pela
participação política e através do jornalismo e também como educadora.
Sem dúvidas os seus discursos
eloquentes se destacaram diante de uma série de personalidades da sociedade
brasileira, que fizeram resistência parlamentar contra o Golpe Militar de 1964.
Se destacou também na
política partidária, sendo uma séria
interlocutora junto aos movimentos sociais, tendo conquistado três mandatos.
Pelo MDB, tendo sido eleita
deputada federal, 1979 a 1983, pelo mesmo partido, já transformado em Partido
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), ganhou mais dois mandatos consecutivos
como deputada federal, 1983 a 1987 e 1987 a 1991.
Cristina Tavares, nunca
participou de movimentos feministas, mas com o seu olhar amplo pela causa
feminina, compreendendo como eram desumanas as desigualdades de gênero.
Com a sua firmeza de
caráter, firmou e assumiu inúmeros
compromissos com o Movimento de Mulheres, legislando em defesa dos direitos
civis, políticos e sociais da população feminina.
Cristina Tavares lutou, junto
à Câmara Federal, pela emancipação política das mulheres; pelos direitos das
empregadas domésticas e das trabalhadoras rurais; pela posse da terra; pela
assistência integral à saúde da mulher e contra as desigualdades de tratamento
entre homens e mulheres.
A emenda constitucional que veio a reconhecer e consagrar o direito
da mulher, é de autoria da nossa garanhuense, Cristina Tavares, fazendo da
mulher, perante o imposto de renda a peça principal.
São de autoria de Cristina
Tavares, também outros projetos voltados
a combater a discriminação das mulheres no mercado de trabalho, a violência
física, moral, jurídica e institucional que elas vinham sofrendo, além do
capítulo da Família, presente no Código Civil.
Cristina Tavares elaborou
mais de 139 projetos, proferiu 334 discursos, participou de duas comissões
parlamentares, foi relatora de dois simpósios e presidiu duas comissões na
Câmara dos Deputados, proferiu 60 conferências no Brasil, 12 no exterior, e
publicou 8 livros, entre eles: A Última Célula, minha luta contra o câncer .
No tocante à Constituição de
1986, apresentaria 227 emendas, das quais 95, foram aprovadas.
Cristina Tavares, a filha
legítima da minha Garanhuns, foi admirada por muitas personalidades nordestinas
e do âmbito nacional.
Mas a sua trajetória
política, por sinal, muito bem sucedida foi interrompida em 1990, quando perdeu
as eleições.
A nossa expoente da política
da minha linda Garanhuns, faleceu nos Estados Unidos, aos 55 anos de idade, em
1992, vítima de um câncer,
Cristina Tavares, uma grande
mulher, guerreira e é uma grande responsável por muitas conquistas em prol das
mulheres que são usufruídas até os dias atuais.
Cristina Tavares era amiga da
minha família, que participou de campanhas eleitorais juntos, meu avó Raimundo
de Moraes, meu tio Humberto Morais e meu pai Cláudio Alves de Moraes.
Viver, reconhecer e
homenagear.
Conheci muito Cristina, minha contemporânea. Muito apropriada e justa a homemagem a ela feita. É motivo de orgulho para nós garanhuenses ter tido uma representante de esquerda na Câmara Federal. Pena que tenha falecido tão jovem. Junto-me à homenagem.
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