UMA VISITA A CAPOEIRAS

Depois de mais de um ano, visito Capoeiras, cidadezinha em que nasci, quando não passava de um distrito de São Bento do Una.

Fui rever minha querida mãe, Maria das Neves, muito lúcida, atenta a tudo, a menos de um mês de completar 89 anos de idade.

Pude passar a tarde ao seu lado. Sozinha, ainda preparou feijão, arroz e um frango assado no forno, além de um delicioso suco de frutas.

Ajudei levando um chop suey do restaurante Changai. Tiago arrumou a mesa e Teresinha não deixou mamãe fazer nada pós almoço.

Todos comemos muito bem, menos a netinha Clarice que enjoou um pouquinho a viagem de carro.

Eu e Paula, fãs da comida chinesa, fizemos a festa.

Terezinha e Tiago prestigiaram mais os pratos feitos por dona Maria das Neves.

Meu filho levou a mãe ao Sítio Cajazeiras e ela pôde rever a irmã, Preta. Clarice ficou encantada com bezerros, passarinhos e galinhas.

Eu fiquei na cidade, assistindo pela TV, ao lado de mamãe, Inglaterra e Itália, um jogo que a meu ver deixou muito a desejar.

Lá pelas 16 horas, passou na casa de minha infância a amiga Rosângela, casada com Wanderlã, o primeiro veterinário a se instalar em Capoeiras.

Colocamos os assuntos em dia, falando de filhos, de netos e da política da terrinha, que não poderia faltar.

Rosângela fica cada dia mais parecida com Dona Maria, sua mãe, que era uma mulher muito bem humorada, espirituosa. O pai, Aluízio Bezerra, também era alto astral, sempre dizendo alguma coisa engraçada.

Lembro com saudades deles. Ângela, irmã um pouco mais velha de Rosângela, foi a primeira capoeirense a fazer o curso de farmácia, na UFPE e fez carreira na Polícia Federal, até se aposentar.

O caminho Garanhuns-Capoeiras está lindo de se ver. Tudo verde, as barragens cheias. Uma festa para os olhos.

Foi bom sair um pouco do isolamento, rever a terra da infância, sentir saudades do meu pai, abraçar com amor a minha grande guerreira.

Dias assim são preciosos e precisamos agradecer a Deus por eles.