A música muitas vezes se associa à política, à história e a revoluções que transformaram o mundo.
Um poema escrito por um francês, Eugéne Pottier, em 1871, acabou virando o Hino Internacional Comunista, que passou a ser adotado por movimentos socialistas, anarquistas e comunistas no mundo inteiro.
O poema musicado terminou adotado como o Hino da União Soviética, depois da revolução russa de 1917.
Segue um trecho da internacional:
De pé, ó vítimas da fome!
De pé, famélicos da terra!
Da ideia a chama já consome
A crosta bruta que a soterra
Cortai o mal bem pelo fundo
De pé de pé não mais senhores
Se nada somos em tal mundo
Sejamos tudo ó produtores
Também na França, em 1792, Claude Rouget compôs A Marselhesa, que já nasceu como canção revolucionária e virou o hino do país europeu.
Abaixo uma estrofe da canção francesa:
Avante, filhos da
Pátria
O dia da Glória
chegou
Contra nós, da
tirania
O estandarte
ensanguentado se ergueu
O estandarte
ensanguentado se ergueu
Ouvis nos campos
Rugirem esses
ferozes soldados?
Vêm eles até aos
nossos braços
Degolar nossos
filhos, nossas mulheres
Às armas, cidadãos
Formai vossos
batalhões
Marchemos,
marchemos!
Que um sangue
impuro
Ague o nosso arado!
Em Portugal, em 1974, uma música composta por Zeca Afonso foi a senha para a Revolução dos Cravos, que acabou com a ditadura de Salazar, que sufocou a nossa pátria mãe por décadas.
“Grândola Vila Morena”, a canção de Afonso, é uma chamada do povo à luta, um grito revolucionário, ainda hoje entoado pelos portugueses e também por outros povos do mundo.
Pablo Milanés, cantor e compositor cubano, tem uma canção linda, narrando com tristeza a queda do socialista Salvador Allende, no Chile, quando o político foi tirado do poder e assassinado por militares.
A música também procura nos dar um pouco de esperança, prevendo que um dia a ditadura acabará e o povo voltará a sorrir.
“Vai devolver os livros, canções/Que queimaram as mãos assassinas. /Renascerá meu povo de sua ruína/E pagarão sua culpa os traidores”, prega uma bela estrofe da música de Pablo Milanés.
No Brasil muitos artistas engajados fizeram músicas de protesto ou de viés revolucionário.
Chico Buarque, Gonzaguinha, João Bosco, Caetano Veloso e Geraldo Vandré estiveram na linha de frente dos compositores comprometidos com mudanças, lutando contra a ditadura e por democracia e liberdade.
Alegria Alegria, Cálice, Apesar de Você, Comportamento Geral, O Bêbado e O Equilibrista e sobretudo Pra não Dizer que não Falei de Flores estão dentre as canções de protesto dos brasileiros, ainda hoje cantadas por pessoas de todas as idades, que precisam ser lembradas no momento atual, quando defensores do regime militar de 1964, de políticas fascistas, estão no poder.
Assista o vídeo com vídeo "Grândola, Vila Morena":
A música de Pablo Milanés:
Geraldo Vandré e “Pra não dizer que não Falei
de Flores”:
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