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Pesquisas Eleitorais

CLÁUDIO GONÇALVES FAZ HOMENAGEM AO PROFESSOR E ESCRITOR MAVIAEL DE MEDEIROS

Depois de entrevistar autores (as) de diferentes segmentos do universo literário de Garanhuns, o professor e escritor Cláudio Gonçalves presta esta semana uma homenagem ao professor Maviael Medeiros, uma notável figura humana, escritor de talento, um intelectual que durante toda vida enriqueceu culturalmente a cidade e nos deixou no ápice de sua produção literária, ficando seu legado de dedicação em prol da Educação, da literatura e da nossa cultura.  

O professor, poeta e romancista Maviael Cavalcanti de Medeiros nasceu em Garanhuns em 15 de maio de 1942. Era filho de Samuel Cavalcanti de Medeiros e Maria de Lourdes Cavalcanti Medeiros. Casou-se em novembro de 1965 com Maria José de Almeida Medeiros, nascendo deste matrimônio os filhos: Maviael Júnior, Cléscia, Cibele e Clébio. Maviael Medeiros estudou no Colégio Diocesano de Garanhuns e concluiu graduação em Letras pela Faculdade de Formação de Professores de Garanhuns (UPE). Lecionou durante trinta anos em tradicionais colégios de Garanhuns e região: Colégio Diocesano de Garanhuns, Escola Professor Jerônimo Gueiros, Colégio Padre Agobar Valença, Escola Simoa Gomes, Erem Francisco Madeiros, Escola Ismênia Wanderley (Brejão) e Colégio José Soares de Almeida (Capoeiras), conciliando o magistério com a profissão de bancário, a qual exerceu durante trinta e cinco anos no antigo Banco da Lavoura de Minas, depois denominado Banco Real, sendo diretor e secretário do Sindicato dos Bancários de Garanhuns e Região em várias gestões. De formação católica desde a infância, foi professor dos seminaristas no Seminário de São José, por cerca de dez anos foi responsável pela Pastoral do Batismo na Catedral de Santo Antônio. Ministro da Comunhão, na Paróquia de São Sebastião e Oblato consagrado do Mosteiro de São Bento, onde recebeu o nome Monástico de “irmão Gregório”. Em virtude de recomendações médicas, não aceitou o convite do Bispo Diocesano, Dom Fernando, para fazer parte do grupo dos Diáconos Permanentes da Diocese de Garanhuns.

Na juventude, Maviael Medeiros manifestou seu interesse pelas Letras, viveu intensamente nos meios culturais, tendo sido membro fundador de diversas agremiações culturais e literárias, entre elas: fundador do Centro Acadêmico Pio XII; Academia Cultural de Garanhuns, da qual foi fundador e presidente, sócio fundador da Fundação Histórico-Cultural do Agreste Meridional (FUNDAME), diretor cultural da Associação Garanhuense de Atletismo (AGA), fundador e diretor do grupo de teatro amador, “Grupo Construção”, tendo participado de várias peças exibidas em Garanhuns e região. Idealizador e fundador da 3ª Loja Maçônica de Garanhuns, a Loja Unidos de Nazaré, integrou o Grêmio Cultural Ruber van der Linden, onde também exerceu a presidência e os cargos de redator e diagramador do mensário “O Grêmio”, tendo inclusive dirigido o programa radiofônico “Garanhuns Literária”, transmitido pela Rádio Difusora de Garanhuns. Em 17 de dezembro de 1977, Maviael Medeiros juntamente com ilustres integrantes do Grêmio Cultural Ruber van der Linden: Dr. Rilton Rodrigues, Humberto de Moraes, Maurílio Matos, Erasmo Bernardino Vilela, Manoel Hélio Monteiro, professor Uzzae Canuto, Dr. Mauro de Souza Lima, Dr. José de Abreu, Dr. João Calado Borba, Argemiro Lima, Sebastião Jacobina. Edil Graciliano Melo, Enoque Burgos, Dr. Aurélio Muniz Freire e o professor Gonçalves Dias fundaram a Academia de Letras de Garanhuns, um marco histórico e cultural da cidade. Na Academia de Letras de Garanhuns, Maviael Medeiros ocupou a cadeira de número 06, do patrono Maurílio Campos Matos.  Entusiasta das atividades literárias e culturais colaborou como membro fundador para a criação da Academia de Letras e Artes do Agreste Meridional (ALAM).

Reunindo a versatilidade, qualidades e talento dos grandes escritores, Maviael Medeiros, iniciou sua trajetória literária colaborando para vários jornais da cidade, com inúmeros artigos em prosa e poesia, como o Jornal “O Monitor”, do qual foi secretário, jornal “Opinião Popular” e o jornal católico “A Catedral”, o qual contribuiu para sua criação. Teve ainda diversos artigos publicados no Diário de Pernambuco e Jornal do Comércio.

O Livro de estreia foi ”Rose” (memória romanceada). A segunda obra veio para coroar sua carreira literária e fazer o autor despontar como uma das gratas revelações da literatura nacional, essa obra chegaria de forma brilhante e com grande repercussão no cenário literário, o romance “O Botão de Rosa – no Limar do Mistério” pela Quártica Editora, do Rio de Janeiro, lançada no Salão de Eventos do Sesc em abril de 2013. Uma história de amor vivida em Recife pelo protagonista Martin Calmon em 1963, véspera de um período de mudanças radicais no nosso país. Uma noite fria, uma rua quase deserta, um hotel, uma janela, uma jovem e um botão de rosa foram os ingredientes para um roteiro que rememora uma época, abordando temas congêneres e das nossas vidas, onde podemos ao dobramos uma esquina ser surpreendidos pelo sonho e pelo inusitado momento da fantasia. Dedicado exclusivamente à produção literária e motivado pelo sucesso e reconhecimento do livro de estreia, o escritor Maviael Medeiros lança no ano seguinte seu segundo romance, “Um Resgate no Tempo”, pela Chiado Editora, de Portugal. Uma narrativa que se passa em praças doces e ruas clássicas de Paris, onde o amor aflora, suplantam os infortúnios da vida, transpondo as barreiras do desconhecido, transcendendo o real e as profundezas do imaginário. Inovando dialeticamente ao mesclar lirismo, ficção cientifica e conto de amor. 

Maviael Medeiros já se projetava como uma revelação do romance brasileiro e preparava o lançamento de seu novo livro, “Mistério no Solar dos Heinz” e a obra inacabada, “O Enigma e outras Histórias”, quando na noite de 8 de abril de 2016, as teclas silenciaram, um capítulo foi interrompido, cai à lágrima de uma página em branco e o colorido da literatura fez uma pausa, diante da ausência de uma cor para dar brilho e leveza aos temas líricos e poéticos. Maviael Medeiros se transferia de cenário, pegando seus amigos e leitores de surpresa, uma grande perda para a literatura garanhuense e brasileira. Dias antes de seu internamento no hospital Nossa Senhora do Ó, na cidade de Paulista, o encontrei na Avenida Santo Antônio, estava empolgado com os rumos de sua carreira literária, entusiasmado contou-me sobre o livro que acabará de escrever, a repercussão de suas obras e o contrato com a editora portuguesa. Foi o nosso último encontro, um encontro em que “não imaginamos como as coisas se tornam menos compreensíveis e misteriosas” (Maviael Medeiros). Semanas depois, recebi a triste notícia de seu desenlace, no momento em que ele vivia a atmosfera das letras, disseminando cultura. Hoje, através de suas obras, que exalam o perfume de um botão de rosa volto a encontrá-lo, como num resgate no tempo, ele se faz presente, em primeira ou terceira pessoa, renascendo a cada página em que transformou palavras em narrativas fascinantes. O escritor Maviael Medeiros dedicou-se a literatura como um amante completamente perdido de amor e deixou-nos um legado que marcará gerações, pelo seu estilo, estética e inovação literária, e especialmente por toda uma vida devotada a Educação, a arte das letras e a Cultura de Garanhuns. 

 

       A Velhice (Maviael Medeiros)

 

         Descortina-se a aurora de uma vida;

         Os hinos de ninar pairam nos Céus;

         A natureza canta embevecida;

         Expondo os policromados véus.

 

        Nas odisseias em que o tempo avança;

        As provocações da vida se acentuam;

        E o pequenino ser, não mais criança,

        Cresce, produz e as obras continuam.

 

        As vaidades marcadas pelos anos;

        Gravam em cada ruga uma vivência;

        Seus sonhos não são mais que desenganos...

 

       Vem-lhes o inverno da velhice e as dormências;

       E a máscara de horror dos mais insanos,

       Faz afugentar-lhe a vida e a consciência.

 

        Obras Publicadas pelo escritor Maviael Medeiros:

        Rose (romance);

        O Botão de Rosa – No Limiar do Mistério (romance);

        Um Resgate no Tempo (romance)

        Mistério no Solar dos Heinz (romance). Obra a ser pulicada em tempo                oportuno.

        O Enigma e outras Histórias (romance) obra a ser concluída

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