O professor, poeta e romancista
Maviael Cavalcanti de Medeiros nasceu em Garanhuns em 15 de maio de 1942. Era
filho de Samuel Cavalcanti de Medeiros e Maria de Lourdes Cavalcanti Medeiros.
Casou-se em novembro de 1965 com Maria José de Almeida Medeiros, nascendo deste
matrimônio os filhos: Maviael Júnior, Cléscia, Cibele e Clébio. Maviael
Medeiros estudou no Colégio Diocesano de Garanhuns e concluiu graduação em
Letras pela Faculdade de Formação de Professores de Garanhuns (UPE). Lecionou
durante trinta anos em tradicionais colégios de Garanhuns e região: Colégio
Diocesano de Garanhuns, Escola Professor Jerônimo Gueiros, Colégio Padre Agobar
Valença, Escola Simoa Gomes, Erem Francisco Madeiros, Escola Ismênia Wanderley
(Brejão) e Colégio José Soares de Almeida (Capoeiras), conciliando o magistério
com a profissão de bancário, a qual exerceu durante trinta e cinco anos no
antigo Banco da Lavoura de Minas, depois denominado Banco Real, sendo diretor e
secretário do Sindicato dos Bancários de Garanhuns e Região em várias gestões.
De formação católica desde a infância, foi professor dos seminaristas no
Seminário de São José, por cerca de dez anos foi responsável pela Pastoral do
Batismo na Catedral de Santo Antônio. Ministro da Comunhão, na Paróquia de São
Sebastião e Oblato consagrado do Mosteiro de São Bento, onde recebeu o nome
Monástico de “irmão Gregório”. Em virtude de recomendações médicas, não aceitou
o convite do Bispo Diocesano, Dom Fernando, para fazer parte do grupo dos
Diáconos Permanentes da Diocese de Garanhuns.
Na juventude, Maviael Medeiros manifestou
seu interesse pelas Letras, viveu intensamente nos meios culturais, tendo
sido membro fundador de diversas agremiações culturais e literárias, entre
elas: fundador do Centro Acadêmico Pio XII; Academia Cultural de Garanhuns, da
qual foi fundador e presidente, sócio fundador da Fundação Histórico-Cultural
do Agreste Meridional (FUNDAME), diretor cultural da Associação Garanhuense de
Atletismo (AGA), fundador e diretor do grupo de teatro amador, “Grupo
Construção”, tendo participado de várias peças exibidas em Garanhuns e região.
Idealizador e fundador da 3ª Loja Maçônica de Garanhuns, a Loja Unidos de
Nazaré, integrou o Grêmio Cultural Ruber van der Linden, onde também exerceu a
presidência e os cargos de redator e diagramador do mensário “O Grêmio”, tendo
inclusive dirigido o programa radiofônico “Garanhuns Literária”, transmitido
pela Rádio Difusora de Garanhuns. Em 17 de dezembro de 1977, Maviael Medeiros
juntamente com ilustres integrantes do Grêmio Cultural Ruber van der Linden:
Dr. Rilton Rodrigues, Humberto de Moraes, Maurílio Matos, Erasmo Bernardino
Vilela, Manoel Hélio Monteiro, professor Uzzae Canuto, Dr. Mauro de Souza Lima,
Dr. José de Abreu, Dr. João Calado Borba, Argemiro Lima, Sebastião Jacobina.
Edil Graciliano Melo, Enoque Burgos, Dr. Aurélio Muniz Freire e o professor
Gonçalves Dias fundaram a Academia de Letras de Garanhuns, um marco histórico e
cultural da cidade. Na Academia de Letras de Garanhuns, Maviael Medeiros ocupou
a cadeira de número 06, do patrono Maurílio Campos Matos. Entusiasta das atividades literárias e
culturais colaborou como membro fundador para a criação da Academia de Letras e
Artes do Agreste Meridional (ALAM).
Reunindo a versatilidade, qualidades e
talento dos grandes escritores, Maviael Medeiros, iniciou sua trajetória
literária colaborando para vários jornais da cidade, com inúmeros artigos em
prosa e poesia, como o Jornal “O Monitor”, do qual foi secretário, jornal
“Opinião Popular” e o jornal católico “A Catedral”, o qual contribuiu para sua
criação. Teve ainda diversos artigos publicados no Diário de Pernambuco e
Jornal do Comércio.
O Livro de estreia foi ”Rose” (memória romanceada). A segunda obra veio para coroar sua carreira literária e fazer o autor despontar como uma das gratas revelações da literatura nacional, essa obra chegaria de forma brilhante e com grande repercussão no cenário literário, o romance “O Botão de Rosa – no Limar do Mistério” pela Quártica Editora, do Rio de Janeiro, lançada no Salão de Eventos do Sesc em abril de 2013. Uma história de amor vivida em Recife pelo protagonista Martin Calmon em 1963, véspera de um período de mudanças radicais no nosso país. Uma noite fria, uma rua quase deserta, um hotel, uma janela, uma jovem e um botão de rosa foram os ingredientes para um roteiro que rememora uma época, abordando temas congêneres e das nossas vidas, onde podemos ao dobramos uma esquina ser surpreendidos pelo sonho e pelo inusitado momento da fantasia. Dedicado exclusivamente à produção literária e motivado pelo sucesso e reconhecimento do livro de estreia, o escritor Maviael Medeiros lança no ano seguinte seu segundo romance, “Um Resgate no Tempo”, pela Chiado Editora, de Portugal. Uma narrativa que se passa em praças doces e ruas clássicas de Paris, onde o amor aflora, suplantam os infortúnios da vida, transpondo as barreiras do desconhecido, transcendendo o real e as profundezas do imaginário. Inovando dialeticamente ao mesclar lirismo, ficção cientifica e conto de amor.
Maviael Medeiros já se projetava
como uma revelação do romance brasileiro e preparava o lançamento de seu novo
livro, “Mistério no Solar dos Heinz” e a obra inacabada, “O Enigma e outras
Histórias”, quando na noite de 8 de abril de 2016, as teclas silenciaram, um
capítulo foi interrompido, cai à lágrima de uma página em branco e o colorido
da literatura fez uma pausa, diante da ausência de uma cor para dar brilho e
leveza aos temas líricos e poéticos. Maviael Medeiros se transferia de cenário,
pegando seus amigos e leitores de surpresa, uma grande perda para a literatura
garanhuense e brasileira. Dias antes de seu internamento no hospital Nossa
Senhora do Ó, na cidade de Paulista, o encontrei na Avenida Santo Antônio,
estava empolgado com os rumos de sua carreira literária, entusiasmado contou-me
sobre o livro que acabará de escrever, a repercussão de suas obras e o contrato
com a editora portuguesa. Foi o nosso último encontro, um encontro em que “não
imaginamos como as coisas se tornam menos compreensíveis e misteriosas”
(Maviael Medeiros). Semanas depois, recebi a triste notícia de seu desenlace,
no momento em que ele vivia a atmosfera das letras, disseminando cultura. Hoje,
através de suas obras, que exalam o perfume de um botão de rosa volto a
encontrá-lo, como num resgate no tempo, ele se faz presente, em primeira ou
terceira pessoa, renascendo a cada página em que transformou palavras em
narrativas fascinantes. O escritor Maviael Medeiros dedicou-se a literatura
como um amante completamente perdido de amor e deixou-nos um legado que marcará
gerações, pelo seu estilo, estética e inovação literária, e especialmente por
toda uma vida devotada a Educação, a arte das letras e a Cultura de
Garanhuns.
A Velhice
(Maviael Medeiros)
Descortina-se a aurora de uma vida;
Os hinos de
ninar pairam nos Céus;
A natureza
canta embevecida;
Expondo os
policromados véus.
Nas
odisseias em que o tempo avança;
As
provocações da vida se acentuam;
E o
pequenino ser, não mais criança,
Cresce,
produz e as obras continuam.
As vaidades
marcadas pelos anos;
Gravam em
cada ruga uma vivência;
Seus sonhos
não são mais que desenganos...
Vem-lhes o
inverno da velhice e as dormências;
E a máscara
de horror dos mais insanos,
Faz
afugentar-lhe a vida e a consciência.
Obras
Publicadas pelo escritor Maviael Medeiros:
Rose
(romance);
O Botão de
Rosa – No Limiar do Mistério (romance);
Um Resgate
no Tempo (romance)
Mistério no
Solar dos Heinz (romance). Obra a ser pulicada em tempo oportuno.
O Enigma e outras Histórias (romance) obra a ser concluída
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