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CLÁUDIO GONÇALVES ENTREVISTA O POETA GARANHUENSE FELICIANO RAMOS

Mais uma entrevista realizada pelo professor e escritor Cláudio Gonçalves, que vem divulgando os expoentes da produção cultural de Garanhuns. Desta vez ele conversou com Feliciano Ramos, que há 30 anos se dedica à poesia, cantando o amor e expressando os dramas humanos.

Segue o material jornalístico produzido por Cláudio. 

O poeta Feliciano Ramos é natural de Garanhuns. Nasceu em 07 de janeiro de 1966, filho de José Rodrigues Ramos (Zé Bobina) e sua mãe Cleuside Vilela Ramos (Dona Biluca). Casado com Terezinha de Jesus de Oliveira.  São trinta anos escrevendo seus traumas, dramas, tristezas, solidão, fúria, lamentos e o amor que trás dentro de si. Em diferentes plataformas digitais, constrói e publica as suas poesias, pensamentos de autoajuda e reflexão, participando atualmente de oito antologias, recebendo em sua trajetória literária homenageado com os títulos de Perola Gravataense em dezembro de 2018 e Referência Pernambucana em 2019. 

Cláudio -      Poeta Feliciano Ramos gostaria de saber um pouco das suas origens.

 Feliciano  - Sou de família simples e determinada, em casa éramos oito: papai, mamãe, eu e outros sete irmãos, quatro mulher e dois homens. Papai trabalhou e se dedicou muito para nos educar, nos dando roupas, comidas e dignidade, e nada foi fácil. Entretanto, sobrevivemos e hoje somos ou nos tornamos homens e mulheres decentes e conscientes. E entre tantas lutas e batalhas dos meus pais, o principal era o aprendizado (escolar), meus pais sabiam que com estudo, tudo seria bem mais fácil.

Cláudio -      Como ocorreu o seu contato inicial com a literatura?

 Feliciano - Meu primeiro contato com a literatura foi com os livros de bolso que papai gostava de ler, aqueles livros de faroeste americano. Assim começou meu gosto por livros e historias diversas. Quando comecei a estudar passei a conhecer muitos outros livros e escritores.

Cláudio Quando ocorreu a sua paixão pelo tear da escrita?  O que o fez tornar-se poeta? Pode apontar algumas razões?

Feliciano - Não sei precisar datas, mas acredito ter sido nos finais dos anos 80, por volta de 1988 e 1989, isso no estado Rondônia na cidade de Ariquemes. Eu passava muitas horas da noite, olhando as estrelas e aquele céu muito bonito e estrelado de Rondônia, meditava e vez por outra rabiscava pensamentos e frases, os quais os vizinhos gostavam e alguns deles começaram a me chamar de poeta, sendo assim, comecei a pensar que tinha capacidade e dom.  Então comecei a escrever sem parar.

Cláudio -      Quais são as suas maiores influências na poesia?

Feliciano -  Por incrível que pareça, eu não lia quase nada, pois pensava que lendo, tudo que escreveria seria ou parecia ser copiado. Só depois de um bom tempo comecei de fato a ler bons livros e conhecer as obras de grandes escritores (as), principalmente brasileiros (as), entre eles, Gregório de Matos, cujos seus poemas são satíricos e com palavras que são muitas vezes não corriqueiras e quando as lias algumas tinham que recorrer ao dicionário, também gosto de Machado de Assis, Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e outros tantos excepcionais escritores (as) e poetas e poetisas.

Cláudio -     Como conjuga a emoção de fazer o poema e ele comover ao mesmo tempo?

Feliciano - Sempre que começo um poema recomeço muitas vezes até chegar próximo de uma perfeição, e vou pensando como me sentiria com aquelas palavras ou frases.

Cláudio -     Seu momento de vida é sempre importante na sua criação? Como é seu processo criativo?

Feliciano - Com certeza meu momento sem dúvida ajuda a fazer com bem mais sentimento e ênfase, nossa vida (momento) é sim o maior provedor de poesias. Nesse mundo os assuntos são vastos e diversos. Normalmente rabisco e faço anotações e quando chego a minha casa, faço a construção do que pensei. Sou funileiro de profissão e entre uma martelada e outra, começo as minhas composições.

Cláudio -      Que temáticas gosta de poetizar?

Feliciano - Vejo no sentimento (AMOR), a principal fonte para escrever e ser menos triste, e desse modo ajudar outras pessoas.

Cláudio -      Tem alguma história ou curiosidade que envolva a sua jornada literária?

Feliciano - Em Rondônia por algum tempo, eu postava minhas poesias em um jornal semanal, certo dia  escrevi um texto que dizia "Um Só Deus", por conta do texto ou contexto, fui perseguido por um tempo, nestes textos assinava F. RAMOS e logo o dono do jornal me chamou para uma reunião onde ficou tratado que para ter um apoio jurídico eu passaria a assinar Feliciano Ramos, nome que passei  desde em tão a assinar meus trabalhos.

Cláudio -     Você participa de alguma entidade literária?

Feliciano Ramos - Minha Primeira Academia foi a Academia Independente de Letras (AIL) ocupando a cadeira de n°29 e que passei a ser um Imortal no dia 27 de Fevereiro de 2019. A segunda foi a Academia de Artes, Ciências e Letras do Brasil (ACILBRAS) assumindo a cadeira de n°323 no dia 25 de Abril de 2019 e a terceira a Academia Virtual Academia de Literatura do Brasil (ALB) de Guarapari, no  Espírito Santo, a qual foi empossado na cadeira de n°81.

Cláudio -    Além da poesia, você escreve reflexões e pensamentos de autoajuda. O que você espera atingir no leitor, quando o mesmo lê os seus textos?

Feliciano - Graças a Deus, muito do que escrevo tem sido um apoio para muitos leitores nas redes sociais, tento muitas visualizações. E muitos até agradecem por tudo ou quase tudo que escrevo e me incentivam para que nunca deixe de escrever e isso é algo que me incentiva a nunca desistir e sou muito feliz com tudo isso.

 Cláudio  Conte-nos um pouco sobre seus livros lançados.

 Feliciano Ramos -  Meu primeiro livro chama-se Quem Diria! É de Mim. Livro que me fez ser de verdade um Imortal com minha primeira obra registrada de fato.

 Cláudio -    Quais as dificuldades para a publicação e circulação de obras l       literárias?

 Feliciano Ramos - No meu caso tudo é novidade e muito complicado, é minha primeira experiência e foi um pouco triste (pessoas me decepcionaram) e fiquei sem saber o que fazer, mas fui a luta e consegui, no próximo livro que lançarei em dezembro, tudo ira ser com certeza bem mais fácil e prático.

Cláudio -    Como você definiria sua relação com a poesia? O que na poesia te deixa mais encantado?

 Feliciano  - Meu cotidiano é interligado com a poesia e mesmo vivendo em um ambiente que não tem nada haver (oficina funilaria) com esse mundo, vivo no foco e tenho certeza que desse mundo literário não mais sairei, é um mundo repleto de oportunidades, sonhos, realizações e conquistas.

Cláudio -    Quais as suas pretensões na carreira literária?

Feliciano - Ir o mais longe possível e ter sempre o compromisso de escrever o que vem de dentro de mim.  Outros objetivos são lançar um livro autoral todo ano, participar ao menos cinco antologias e de encontros literários por todo o país, com fé em Deus.

Cláudio -    Como vê a atual produção poética em Garanhuns e região?

Feliciano - Garanhuns tem muitos escritores (a), poetas e poetisas, o que é difícil é termos apoio, digo apoio para vivermos sem tantas dificuldades, principalmente para nossas produções.

Cláudio -    Que dicas daria para os que estão começando no universo da poesia?

Feliciano - Qualquer mundo profissional ou de iniciação é árduo, temos que ser fortes nunca desistir por mais complicado que seja ou aparente ser. Só seguindo em frente é que seremos um excelente profissional literário e vitorioso.

Cláudio -    Poderia deixar aos nossos leitores uma de suas poesias, reflexões ou pensamentos?

DOCE ENGANO

Ah doce engano

Onde cada fim de dia

Significa uma conquista.

Pois quando não se tem

Um amor, não se tem nada.

Ah vida sofrida, incompreendida.

Ah doce engano

Cheio de tantas contradições.

Onde tem,

Grito que não se ouve.

Tem dor, que não se mede.

Tem caminhada, sem fim.

Tem parada, sem descanso.

Tem palavras carregadas de vidas.

Como também, sonhos dilacerados

Com palavras de muita dor e sofrimento.

Entretanto será tudo

Um Doce Engano.

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