Garanhuns
perdeu esta semana duas pessoas conhecidas e queridas na cidade e
região.
Ainda
jovem, morreu a professora Edizia Nascimento, deixando seus colegas de
magistério tristes. Muitos foram os depoimentos de pessoas lamentando a sua
passagem para o outro plano.
Com
mais idade, mas de espírito jovem, de intelecto privilegiado, também faleceu o
juiz aposentado Aurélio Muniz Freire.
Era
conhecido tanto por ter sido magistrado quanto pela sua espiritualidade, sua
disposição para ajudar as pessoas.
Sobre
a professora Edizia, reproduzimos esta nota divulgada pelo Colégio João da Mata
Amaral, do bairro da Boa Vista:
É com muito pesar que informamos sobre o
falecimento da nossa amiga e terna Vice Gestora Edizia Nascimento sua morte nos
pegou de surpresa e o levou de nós repentinamente. Sempre será lembrada por seu
profissionalismo que tanto nos ajudou e contribuiu com nossa instituição e por
seu carisma, sua vontade de fazer tudo acontecer, sempre será lembrado por
todos nós.Neste momento de dor e consternação, só nos cabe pedir a Deus que lhe
ilumine e lhe dê paz, e que Deus dê conforto à sua família para que possam
enfrentar esta imensurável dor com serenidade. E todos que fazem parte da EREM
DOM JOÃO MATA AMARAL solidarizar-se com a família com está lamentável perda!
A respeito de Dr. Aurélio, transcrevemos um
texto da garanhuense Lígia Beltrão:
Olá, Dr.
Aurélio, meu querido e grande amigo.
Hoje
estou triste. Muito triste. Recebi a notícia que você partiu. Eu sempre achei
que você era eterno aqui na terra, mas vejo que a realidade da vida é mesmo
cruel quando quer brincar conosco, e cedo ou tarde ela gargalha sobre a nossa
esperança.
Lá nos idos 1974, eu fazia dezessete anos e você celebrou o meu casamento civil, e sempre que nós nos falávamos perguntava-me: “E aí, deu certo”? Eu respondia sorrindo: Eu faço dar certo, meu amigo. Você me sorria com aquela ternura toda sua e dizia: “Você é um ser iluminado, os seus olhos quando sorriem iluminam qualquer coração. Desenvolva o seu potencial que é muito. Não o perca”...
Eu ria e prometia-lhe que iria qualquer dia a uma reunião no seu Centro. Nunca fui. Faltou oportunidade. A vida deu voltas...
Na última vez que nos vimos trocamos um abraço apertado e emocionado. Conversamos tanto na sua linda biblioteca, que quase não fui embora da sua casa. Você mostrou-me o lugar que estava arrumando para fazer reuniões, pois já não podia estar saindo de casa. Andava debilitado, mas eu o via como uma rocha. Inabalável. Eterno!
Você foi o meu confidente de momentos tristes e bons e vibrou quando eu há algum tempo viúva, encontrei um amor. Ficou feliz comigo e deu-me força para viver tudo o que eu tenho vivido, mas ainda faltava eu dizer-lhe tantas coisas, que se foram adiando no tempo.
Confidenciou-me coisas da sua infância sem a sua mãe, mas com a Mãe preta, que o criou, defendia e cuidava, e que você amou como se fora a sua força, para suportar os momentos de dor e solidão. Trocamos os nossos segredos de infância e quantas vezes choramos, ouvindo os desabafos um do outro. Você me dizia que eu era uma filha sua. Que em alguma outra vida você havia sido o meu pai. Essa sua filha é meio ingrata, pois vim morar longe e nunca mais fui visitá-lo, meu grande amigo.
Você agora cansou dessa terra e resolveu descansar num lugar melhor. Pra você, o melhor de todos os lugares. Lá deve haver um regato correndo e cantando uma canção de paz. Deve haver um banco, onde sentado, você ficará apreciando as flores desabrocharem e dirá que tudo valeu a pena. Com este seu jeito paternal irá sorrir, olhando além do horizonte e descansará de todas as dores da terra.
Daí olhe um pouquinho por mim cá na terra, e espere que vá dar-lhe o abraço que prometi dia desses. Ficamos com a imagem do nosso último encontro na terra. Até qualquer dia...
Lá nos idos 1974, eu fazia dezessete anos e você celebrou o meu casamento civil, e sempre que nós nos falávamos perguntava-me: “E aí, deu certo”? Eu respondia sorrindo: Eu faço dar certo, meu amigo. Você me sorria com aquela ternura toda sua e dizia: “Você é um ser iluminado, os seus olhos quando sorriem iluminam qualquer coração. Desenvolva o seu potencial que é muito. Não o perca”...
Eu ria e prometia-lhe que iria qualquer dia a uma reunião no seu Centro. Nunca fui. Faltou oportunidade. A vida deu voltas...
Na última vez que nos vimos trocamos um abraço apertado e emocionado. Conversamos tanto na sua linda biblioteca, que quase não fui embora da sua casa. Você mostrou-me o lugar que estava arrumando para fazer reuniões, pois já não podia estar saindo de casa. Andava debilitado, mas eu o via como uma rocha. Inabalável. Eterno!
Você foi o meu confidente de momentos tristes e bons e vibrou quando eu há algum tempo viúva, encontrei um amor. Ficou feliz comigo e deu-me força para viver tudo o que eu tenho vivido, mas ainda faltava eu dizer-lhe tantas coisas, que se foram adiando no tempo.
Confidenciou-me coisas da sua infância sem a sua mãe, mas com a Mãe preta, que o criou, defendia e cuidava, e que você amou como se fora a sua força, para suportar os momentos de dor e solidão. Trocamos os nossos segredos de infância e quantas vezes choramos, ouvindo os desabafos um do outro. Você me dizia que eu era uma filha sua. Que em alguma outra vida você havia sido o meu pai. Essa sua filha é meio ingrata, pois vim morar longe e nunca mais fui visitá-lo, meu grande amigo.
Você agora cansou dessa terra e resolveu descansar num lugar melhor. Pra você, o melhor de todos os lugares. Lá deve haver um regato correndo e cantando uma canção de paz. Deve haver um banco, onde sentado, você ficará apreciando as flores desabrocharem e dirá que tudo valeu a pena. Com este seu jeito paternal irá sorrir, olhando além do horizonte e descansará de todas as dores da terra.
Daí olhe um pouquinho por mim cá na terra, e espere que vá dar-lhe o abraço que prometi dia desses. Ficamos com a imagem do nosso último encontro na terra. Até qualquer dia...
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