Esta semana a Casa do Campo, que é dirigida pelo médico veterinário Antônio
Carlos Vieira dos Santos, conhecido como Carlos Batata, promoveu palestra no
Garanhuns Palace Hotel em parceria com o Banco do Nordeste e com a empresa
Gallus, produtora de equipamentos especializados para avicultura,
principalmente com galinhas Free Range e para o modelo de produção Cage
Free. O objetivo do encontro foi
analisar e apresentar a viabilidade econômica para produção de ovos de galinhas
livres de gaiolas no Agreste. Este modelo de produção caracteriza-se pela
preservação do bem-estar e do conforto animal.
Hoje no Brasil, apenas 1% dos
ovos produzidos são de galinhas livres de gaiolas. Os 99% restantes são por
galinhas presas.
É importante ressaltar, que
as grandes redes de supermercado como Carrefour, Pão de Açúcar, entre outros,
assim como as grandes redes de fast food como McDonald's e Subway, já a partir
de 2021 começarão a diminuir a compra de ovos de galinhas engaioladas e a partir
de 2025 só adquirirão ovos de galinhas livres de gaiola. Desta forma, esse
mercado será aberto e, dada a dificuldade das grandes empresas e grandes
granjas que produzem milhões de ovos por dia de mudarem em pouco tempo seu
sistema de produção, obviamente os produtores pronafianos terão condição de
ganhar esse mercado, sendo o criatório de ave de postura uma atividade de alta
rentabilidade.
Participaram da palestra
representando o Banco do Nordeste o senhor Eduardo Nascimento (gerente de
negócios da agência Garanhuns), o qual possui excelente relacionamento com o
homem do campo e, em especial, com o produtor pronafiano; a gerente geral do
BNB de Garanhuns, Claudiana Maria, e o gerente de negócios do BNB de Bom
Conselho, Fernando Freitas. Foram apresentadas e explicadas todas as linhas de
crédito possíveis, principalmente às pertinentes aos recursos oriundos do
PRONAF e do FNE, com taxas de juros subsidiadas pelo governo federal e bastante
acessíveis aos produtores rurais.
Representando a empresa Gallus,
o sócio-diretor e zootecnista, Dr. Fernando Saiz, que possui larga experiência
em granjas, apresentou toda a cadeia produtiva da criação de galinhas livres de
gaiola, fazendo, ainda, considerações sobre mercado,
suas perspectivas, mercado futuro, possibilidades, manejos, vacinas. Com muita
habilidade expôs com detalhes desde a criação até a viabilidade econômica da
criação de galinhas Cage Free. A plateia foi composta principalmente por
pequenos produtores de Iati, São João, Brejão, Garanhuns e produtores
pronafianos de Capoeiras, além de técnicos, veterinários e zootecnistas.
Aproveitando uma vocação
econômica já existente na região, principalmente na cidade de São Bento do Una
e com menor intensidade em Lajedo e Lagoa do Ouro, a Casa do Campo buscou
parcerias com o Banco do Nordeste e empresas especializadas do Rio Grande do
Sul, principalmente a Gallus e a Zauza, no sentido de incentivar, promover e
viabilizar o desenvolvimento de um novo modelo econômico que possa gerar renda
no campo e dar melhor qualidade de vida àqueles que efetivamente produz.
Neste modelo, em São Bento do
Una, existe a Granja Mota, de propriedade da senhora Cibele Mota, instalada
como a primeira unidade integradora de produção, que conta com um Centro de
Processamento de Ovos (CPO) com capacidade para 200 mil ovos/dia e com fábrica
de ração com capacidade de produção para 200 mil aves/dia. Lastreados nesta
granja, os produtores pronafianos podem participar de um modelo de integração
onde receberão as galinhas com cento e quinze dias já em ponto de postura e a
ração apropriada na sua propriedade. Os ovos serão recolhidos para o centro de
produção em São Bento do Una e lá eles serão classificados, embalados e
enviados para o comércio no Estado ou para qualquer outro lugar do Brasil.
Inicialmente em Capoeiras,
tem-se 11 produtores interessados, assim como produtores de outras cidades da
região, de modo que os ovos a serem produzidos por eles serão comercializados
pela granja Mota, que possui S.I.F, não só em Pernambuco mas para qualquer
estado da federação.
Este sistema de produção é
chamado de Cage Free, "Livres de Gaiola" ou, mais popularmente,
"Ovo de Galinha Feliz", pelo fato da ave não ser criada engaiolada e
sim em galpões. Atualmente, esse modelo de produção se apresenta como um apelo
não só nos grandes centros nacionais mas também no mundo inteiro. Ao preservar
a questão do bem estar animal e da propagação
de consciência ambiental, cada vez mais o mercado tem a procurado por este tipo
de ovo.
*Foto: Portal Agropecuário
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