Devia ser
uma escolha muito fácil, mas está sendo difícil e traumática.
De um lado
um professor universitário, bem casado, com especialização em direito, economia
e filosofia.
Foi um
ótimo ministro da Educação, fez uma excelente administração em São Paulo e
embora não tenha sido reeleito foi elogiado até pelo seu sucessor, João Dória
(PSDB), além de ganhar dois importantes prêmios internacionais pela gestão
inovadora e moderna. Talvez à frente do seu tempo e incompreendido por
moradores da periferia que não têm culpa da pouca informação que recebem em suas vidas.
É um
democrata, tem boas propostas e é da paz.
O grande
problema dele, parece, é ser educado, se preocupar em aprofundar o debate e as
reflexões. E de ser filiado a um partido político que vem sendo criminalizado
desde os anos 80, por defender os direitos dos que não têm terra, casa,
trabalho, justiça e muitas vezes nem comida na mesa.
O
professor Fernando Haddad, que vive do salário da universidade, como sua
mulher, Ana Estela, é possivelmente o melhor candidato a presidente do Brasil
que tivemos de 1989 até hoje. Preparado, moderado, inteligente e com sentimento
do mundo, como o poeta Drummond.
De outro
lado temos um capitão da reserva do exército, que chegou a ser preso quando
estava na ativa, por atos não bem vistos pelos superiores.
Quase 30
anos atrás trocou a farda pela política e conseguiu sucessivos mandatos de
deputado. Está muito rico. E olha que nos anos 80 complementava a renda vendendo paraquedas.
Como achou a política um bom negócio, botou toda a família na atividade e hoje tem filhos deputados e
até um senador.
E disputa
a presidência da República liderando as pesquisas de opinião pública, sem
apresentar proposta, faltando aos debates e com um conhecido discurso de ódio,
intolerância e incitamento à violência.
Já
demonstrou muitas vezes - está registrado nos jornais e nas imagens da
televisão: não gosta de nordestinos, nem de negros, homossexuais e até as
mulheres (embora tenha tido três casamentos) são consideradas inferiores por
ele.
Sim,
porque quem é contrário ao direito de empregadas domésticas, acha normal mulher
ganhar menos do que o homem e justificou o fato de ter uma filha porque “deu
uma fraquejada”, é machista ao extremo. Ou não?
O
professor quer colocar lápis e livros nas mãos das crianças e jovens. O capitão deseja armar a população.
O
professor é respeitoso com todos, inclusive com a imprensa, em boa parte hostil
ao seu partido.
O capitão
e seus filhos já fizeram mais de uma ameaça à imprensa, inclusive a repórteres
de veículos importantes, como uma jornalista da Folha de São Paulo e
trabalhadores do Grupo O Globo.
Nem o STF
(Supremo Tribunal Federal) escapou do verniz autoritário dos Bolsonaro.
Eduardo,
um dos filhos, disse que se o STF tentasse impugnar a candidatura do pai
bastaria “um soldado e um cabo” para fechar o órgão máximo entre os poderes da
República.
Desrespeitou
o Supremo, os soldados e cabos, que foram considerados, está claro na frase, “figuras
menores” no meio militar.
No dia 28,
daqui a seis dias, o Brasil vai optar entre a loucura e a razão, o bem e o mal,
o fanatismo e a reflexão.
Nunca foi
tão fácil. Mas as massas muitas vezes cegam e cometem erros de consequências
trágicas. Foi assim com Mussolini na Itália, Hitler na Alemanha, Jânio Quadros
e Fernando Color no Brasil, nos anos de 1961 e 1989.
Este não é
um artigo de opinião. Não quero fazer a cabeça de ninguém. O que expus neste
texto foram fatos, a realidade que está registrada em livros, sites jornais,
canais do YouTube e da TV aberta.
Aqui não
se trabalha com fake news e sim com o que está ou pode ser comprovado. Há uma
preocupação com meu futuro, o futuro dos filhos e netos, o futuro do Brasil.
Deus
ilumine o povo para não cometer um erro. Quando vier o arrependimento, o
estrago já estará feito.
*Roberto Almeida é jornalista e editor do blog.
*Imagem: O Segredo
Até parece....
ResponderExcluirProfessor universitário é tudo malandro que adora ganhar altos salários sem trabalhar de acordo com o que ganha! E esse Haddad é o exemplo clássico disso!
Assim foi também com o caudilho Francisco Franco, na Espanha! - Essa onda anti-PT tomou conta do país... Não só as pessoas de pouca informação... Grande maioria dos eleitores do Bolsonazi é formada por pessoas com diploma de curso superior... E pior: por pessoas com excelente nível de informações... Gente que lê e sabe muito bem dos fatos que afetaram a humanidade no século XX e nos séculos anteriores... Economistas, engenheiros, médicos, juízes de direito etc., etc. estão engajados nessa empreitada macabra! - Costumo dizer aos parentes próximos, que vão votar no Bolsonazi de todo jeito: que quem chora por último, chora melhor!!
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