Recife e Pernambuco foram
abalados, hoje, por uma operação da Polícia Federal na Casa Civil, do Governo
do Estado, e na vice-governadoria.
A Operação Torrentes, assim
batizada por estar relacionada com supostos desvios de recursos para obras de
recuperação de municípios atingidos pelas enchentes de 2010 em Pernambuco,
envolveu equipes de policiais federais, que cumpriram 14 mandatos de prisão temporária,
19 de condução coercitiva e 36 de busca e apreensão.
Os coronéis Carlos
Albuquerque e Mário Cavalcanti, que exerceram funções importantes na Polícia
Militar e Governo do Estado, estão entre os atingidos pelos mandatos de
condução coercitiva e foram levados para depor pelos agentes da Federal.
Albuquerque foi comandante da
Polícia Militar de Pernambuco e Cavalcanti chefe da Casa Militar do Governo,
nomeado pelo governador Paulo Câmara (PSB).
A ação dos policiais federais
repercutiu na grande imprensa, nos blogs da capital e interior, além dos sites
nacionais, como o G1, das organizações Globo.
ESCLARECIMENTO – Por conta da
repercussão do caso, à tarde o Governo de Pernambuco divulgou a seguinte nota à
imprensa:
Com
relação à operação da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União
realizada hoje (09.11) em prédios da Secretaria da Casa Militar do Estado, o
Governo de Pernambuco reafirma a disposição de prestar todos os esclarecimentos
necessários, como sempre tem feito quando solicitado por órgãos de controle e
fiscalização. A Operação Reconstrução, ocorrida a partir de julho de 2010,
envolveu recursos advindos do Estado de Pernambuco e da União, dirigidos ao
atendimento emergencial às 120 mil pessoas da Zona da Mata Sul atingidas pela
enchente, bem como o trabalho de reconstrução das cidades. As prestações de
contas respectivas foram apresentadas a tempo e modo às autoridades
competentes, estaduais e federais. Não foi descumprido nenhum prazo ou foi
negada nenhuma informação por parte do Governo de Pernambuco.
Com relação à Operação Prontidão, realizada após a enchente deste ano de 2017, os prazos de prestação de conta ainda estão em curso. A Operação Reconstrução construiu a Barragem de Serro Azul e cinco hospitais, o Hospital Regional de Palmares, os hospitais municipais de Água Preta, Cortês, Barreiros e de Jaqueira. A Operação Reconstrução também entregou 12.131 mil casas; recuperou ou reconstruiu 71 pontes, recuperou 185 vias urbanas e 28 muros de arrimo em diversos municípios atingidos.
A Operação Reconstrução recuperou, ainda, 63,13 quilômetros de rodovias e 203 quilômetros de estradas vicinais; reconstruiu 29 escolas atingidas, revitalizou a orla de Palmares; recuperou e reconstruiu 123 bueiros e 11 passagens molhadas, promoveu a dragagem do Rio Una e criou a Rede de Monitoramento Hidrometeorológico. É absolutamente lastimável o processo de espetacularização negativa das atividades de controle da atuação pública. O que assistimos hoje é exemplo da grave prática de buscar criminalizar toda a atuação dos agentes públicos e políticos. Os trabalhos da Operação Reconstrução envolveram grande número de servidores públicos, que realizaram um esforço extraordinário na missão de minimizar o sofrimento que as enchentes causaram à população pernambucana.
É lamentável a operação desproporcional realizada no Gabinete do chefe da Casa Militar, no Palácio do Campo das Princesas. O acesso a todos os documentos e equipamentos ali localizados, assim como a qualquer outro documento público, poderia ter sido solicitado sem a necessidade de qualquer ordem judicial. Logo que disponha de mais informações, o Governo de Pernambuco voltará a se pronunciar publicamente.
*Foto reproduzida do Blog de Noelia.
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