Por Lígia
Fernandes e
Maria Angélica Paixão*
Nos últimos dias, a
foto divulgada do abraço entre o ex-ministro do governo golpista e político
conservador José Serra e a presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes) e militante do
PCdoB, Carina Vitral, despertou críticas e incômodos por parte de diversas
correntes do movimento estudantil brasileiro.
É bem verdade que uma parte
considerável das críticas beira à despolitização, ao moralismo,
à crítica meramente pessoal e ao machismo. Tais posturas não ajudam a uma
reflexão mais profunda e politizada sobre tal ato tão lamentável. A foto do
abraço entre a representante da maior entidade do movimento estudantil
brasileiro e um dos principais operadores e ideólogos dos diversos ataques aos
direitos da juventude e dos trabalhadores, revela a total degeneração política,
ideológica e moral de um projeto que se baseia na tentativa de se conciliar o
inconciliável na conjuntura.
A justificativa pode parecer
coerente. A UNE não é de esquerda nem de direita, é uma entidade mais ampla e
patrimônio do povo brasileiro. José Serra fez parte da bela história dessa
entidade, num distante passado, quando o atual político conservador
compunha as fileiras da esquerda católica.
Defendemos uma UNE ampla, massiva e
presente no cotidiano dos estudantes, no entanto, quando o movimento estudantil
brasileiro conseguiu realmente mobilizar a juventude e participar dos grandes
eventos nacionais foi na época na qual a UNE se associava e defendia um
projeto claro de educação e de país para os trabalhadores. A defesa da UNE
contra as tentativas de criminalização do movimento estudantil não se dará por
meio de acordos diplomáticos com políticos de direita e sem nenhum senso
democrático.
Numa conjuntura de ataque implacável
a todos os direitos da juventude e dos trabalhadores, cortes nos investimentos
em educação e outras áreas sociais, contrarreforma da previdência,
contrarreforma trabalhista, apoio do governo brasileiro aos movimentos
golpistas na Venezuela, publicizar uma foto amistosa com um dos principais
defensores e apoiadores destes ataques é um ato que envergonha e humilha a
história do movimento estudantil brasileiro. Urge fortalecermos um amplo campo
combativo no movimento estudantil para retomarmos a UNE para o caminho da luta,
bem longe da conciliação.
UNE de volta para as lutas, sem
conciliação!
Ousar Lutar por uma Universidade Popular!
Ousar Lutar por uma Universidade Popular!
*Coordenação Nacional da UJC e
estudante de Letras da USP.
**Coordenação Nacional da UJC e estudante de Serviço Social da UFRJ.
**Coordenação Nacional da UJC e estudante de Serviço Social da UFRJ.
APOIO: PCB (Partido Comunista Brasileiro) de Garanhuns/PE
PSDB - PT -PMADB A MESMA QAUDRILHA COM NOMES DIFERENTES!
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