ESPECIAL - Paulo Sérgio de Macedo nasceu em Alegre, no Espírito
Santo, que fica a 60 km de Cachoeiro do Itapemirim, terra de Roberto Carlos.
Jovem ainda foi morar no Rio de Janeiro, com toda família.
Seu pai era alfaiate e Paulo Sérgio poderia ter seguido a mesma profissão, pois
herdou o talento paterno para lidar com roupas.
A vocação artística, porém, falou mais alto e quando
surgiram as primeiras oportunidades Paulo sentiu que seu negócio era mesmo
música, optando pela vida artística.
Quando o cantor lançou o seu primeiro disco, um compacto
com o sucesso “Benzinho”, o movimento da Jovem Guarda já estava caminhando para
o fim.
Com uma voz que lembrava um pouco a do maior ídolo da
época, além da linha melódica e letras também parecidas, Paulo Sérgio passou a
ser comparado ao “Rei” e críticos o chamaram de imitador.
O sucesso de Paulo Sérgio, que estourou de vez com o disco
seguinte, trazendo a “Última Canção”, incomodou o homem que naquela época “mandava
tudo para o inferno”.
Em 1968, como para dar uma satisfação aos fãs e uma
resposta a quem “ameaçava seu reinado”, Roberto lançou o álbum “O Inimitável”,
que a exemplo dos discos anteriores estourou de imediato com quase todas as
faixas sendo bem executadas em rádios de todo o Brasil.
Nos anos 60 não havia MP3, celular, smartfone, Youtube, CD, DVD e nem
sonhavam ainda em inventar a internet.
O êxito de um artista, assim, era avaliado pela venda de
discos (chamados de LPs) e pelo sucesso das músicas no rádio.
Os fãs ouviam seus ídolos nas rádios AMs, pois as FMs
somente surgiriam na década seguinte e quem tocava muito nas emissoras se consagrava, terminando também por aparecer na televisão.
Paulo Sérgio era um rapaz simples, que sabia compor e
tocava alguns instrumentos. Roberto Carlos era melhor compositor, cantor e
intérprete, mas havia espaço para os dois na música brasileiros e o artista de
Alegre também conquistou milhões de fãs por todo o país.
Em apenas 13 anos de carreira vendeu mais de 10 milhões de
discos, um verdadeiro fenômeno.
Tinha os olhos meio tristes, como o conterrâneo famoso do
Espírito Santo e nas suas músicas cantava sobretudo o amor.
Numa de suas baladas românticas que ficaram mais
conhecidas, foi extremamente amargo na avaliação da vida. O momento de
pessimismo começa no título da canção, intitulada “Não Creio em mais Nada”.
Confira a letra da música:
Não sei o que faço, a minha vida é uma luta sem fim
Não sei o que faço, a minha vida é uma luta sem fim
Me sinto no espaço, o tempo todo a procura de mim
Há dias na vida, que a gente pensa que não vai conseguir
Que é bem melhor deixar de tudo e fugir
Que em outro mundo tudo vai resolver
Há dias na vida, que a gente pensa que não vai conseguir
Que é bem melhor deixar de tudo e fugir
Que em outro mundo tudo vai resolver
Não sei
o que faço, se volto agora ou continuo a seguir
Eu sinto cansaço e já não sei se vale a pena insistir
Há dias na vida que a gente pensa que não vai conseguir
Que é bem melhor deixar de tudo e fugir
Que outro mundo tudo vai resolver
Eu sinto cansaço e já não sei se vale a pena insistir
Há dias na vida que a gente pensa que não vai conseguir
Que é bem melhor deixar de tudo e fugir
Que outro mundo tudo vai resolver
Não
creio em mais nada, já me perdi na estrada
Já não procuro carinho, me acostumei na caminhada sozinho
A vida toda só pisei em espinho, já descobri que o meu destino é sofrer
Já não procuro carinho, me acostumei na caminhada sozinho
A vida toda só pisei em espinho, já descobri que o meu destino é sofrer
Há dias
na vida que a gente pensa que não vai conseguir
Que é bem melhor deixar de tudo e fugir
Que outro mundo tudo vai resolver
Não creio em mais nada, já me perdi na estrada
Já não procuro carinho, me acostumei na caminhada sozinho
A vida toda só pisei em espinho, já descobri que o meu destino é sofrer
Que é bem melhor deixar de tudo e fugir
Que outro mundo tudo vai resolver
Não creio em mais nada, já me perdi na estrada
Já não procuro carinho, me acostumei na caminhada sozinho
A vida toda só pisei em espinho, já descobri que o meu destino é sofrer
Não creio
em mais nada, me acostumei na caminhada sozinho
A vida toda só pisei em espinho, já descobri que o meu destino é sofrer.
A vida toda só pisei em espinho, já descobri que o meu destino é sofrer.
A
canção, mesmo triste e amarga, foi tocada bastante nos rádios e o cantor a
interpretou em vários shows, pois o público gostava.
Sem
rebuscar muito o assunto, sem aprofundar a discussão, ignorando a filosofia, da
sua maneira Paulo Sérgio refletiu talvez o sentimento de milhões de pessoas,
uma vez que muitos vêm para este mundo como que destinados a sofrer.
É
o destino dos “pobres e oprimidos”, que na maioria das vezes não têm
consciência de que por trás do sofrimento pode estar um sistema político
injusto que possibilita que poucos tenham muito e muitos não tenham quase nada.
Além
de refletir aquele momento, a canção como que previu a tragédia que levaria o
artista do nosso convívio tão precocemente.
Em
1980 Paulo Sérgio fez a sua última apresentação na televisão, no “Programa do
Bolinha” e depois foi realizar shows no interior paulista. Num deles foi
agredido por uma fã, que jogou até uma pedra e quebrou o para- brisa do seu
carro.
O
artista ficou muito nervoso e irritado com o episódio, na apresentação seguinte
sentiu-se mal tão logo começou a cantar, a cabeça doía de estourar, os
comprimidos tomados não adiantaram e ele foi levado a um hospital onde já
chegou em coma.
Paulo
Sérgio morreu de derrame cerebral com apenas 36 anos de idade, deixando duas
filhas e um filho ainda menores de idade.
Rodrigo,
filho do cantor, anos depois fez um dueto com o pai já falecido, graças aos recursos
tecnológicos.
Numa
canção triste, Paulo Sérgio recorda do nascimento do filho e da alegria que ele
trouxe para ele e sua esposa Raquel. Rodrigo, então ainda criança, lamenta o
dia em que o pai o deixou e “foi morar com Deus”.
Eu recordo com felicidade, dia mês
E hora em que você nasceu
Você trouxe tanta alegria fruto do amor de sua mãe
e eu
Meu filho Deus que lhe proteja
E onde quer que esteja eu rezo por você
Eu adoro ver você sorrindo
Seu sorriso faz de tudo eu esquecer.
Com meu peito cheio de saudade
Eu lembro os bons momentos que você me deu
Não consigo esquecer o dia que você me deixou
E foi morar com Deus
Mas eu sinto a sua presença em tudo
Que eu faço onde quer que eu vá
Na escola em casa ou na rua, qualquer coisa
Que eu olho o seu rosto está.
(estrofes da
música “Meu Filho Deus que Lhe Proteja”).
Paulo Sérgio foi sepultado em São Paulo, em 1980, com uma
multidão de fãs acompanhando o veículo que levou seu corpo e os (as) fãs
formando um enorme coral que entoava os versos de a “Última Canção”.
Esta é a última
canção que eu faço pra você
Já cansei de
viver iludido só pensando em você
Se amanhã você
me encontrar
De braços dados
com outro alguém
Faça de conta
Que pra você
não sou ninguém...
Há um vídeo no YouTube informando que Rodrigo, o Paulo Sérgio
Júnior, morreu o ano passado, aos 42 anos. Não conseguimos, no entanto, notícias em nenhum site ou no Google
confirmando essa informação. Fica a dúvida, uma vez que na internet costumam
inventar os maiores absurdos, postar as maiores mentiras sem o menor respeito
as pessoas.
“Eu acho que meu destino é sofrer...”.
Por sugestão do jornalista Ruy Sarinho, que
gostou muito da matéria especial sobre Paulo Sérgio, incluímos no post dois
vídeos do artista no YouTube. No primeiro ele canta “Amor tem que ser Amor”,
numa apresentação no antigo programa “Globo de Ouro”, em 1976:
O segundo vídeo traz foto e um áudio de Paulo,
com a interpretação da canção “Não Creio em Mais Nada”, citada no texto:
Prezado muito boa lembrança!
ResponderExcluirBom dia caro jornalista Roberto Almeda parabéns por ótimas postagens sempre estou divulgando seu trabalho aqui na rádio Líder jupi Fm.
ResponderExcluirQue bonita postagem, que bela matéria. Como é bom e saudável lembrarmos de Homens e Mulheres do Bem, trabalhadores, guerreiros cada qual na sua lida. Linda a postagem sobre Paulo Sérgio.
ResponderExcluirParabéns Roberto Almeida.
Paulo Sérgio foi sepultado no cemitério do caju na cidade do Rio de Janeiro. Sim e verdade o filho dele faleceu. Era portador de uma doenca degenerativa, que foi descoberta pouco antes do falecimento de Paulo Sérgio. Saudades desse cantor,que na minha opinião foi melhor que Roberto Carlos. Muito triste e misteriosa a morte do cantor. Que Deus o tenha
ResponderExcluirO cantor Paulo Sérgio foi sepultado no cemitério do caju na cidade do rio de Janeiro.Sim é verdade o filho dele faleceu no ano de 2016. O rapaz era portador de uma doença degenerativa,que foi descoberta um tempo antes do falecimento do pai Paulo Sérgio. Uma história cercada de mistério, mas tenho a certeza que ele não deixou a desejar nada para Roberto Carlos. Tamanha besteira essas comparações. Se existiu isso na época eu entendo já que nosso povo é bem atrasado e preconceituoso até os dias atuais. Paulo serSér cumpriu sua trajetória magistralmente como excelente artista. Isso o faz permanecer nas vivo por quem gostava dele de verdade. Continua querido e inesquecível. Talento todos sabemos que ele tinha. Infelizmente foi cedo. Que Deus o tenha 😢
ResponderExcluirBoa tarde amigo,quem postou o video,fui eu Suely Coutinho Paulete,ex bailarina do saudoso cantor Paulo Sérgio,Rodrigo morreu de esclerose múltipla degenerativa. Morreu em 2016
ResponderExcluirOi suely coutonho tudo bem eu até hoje lembro muito do paulo Sérgio eu era muito fã do paulo amo ele e é eterno esse meu dentimento por ele o que eu quero saber se você sabe se a tal raquel é viva hoje porque de for ela deve sentir muito remorcio do que ela fez com o paulo eu já li tudo sobre o caso paulo sergio eu fiquei indiguinada sobre a frieza dela mais agora tudo acabou o paulo já não estar mais aqui entre nós eu não me conformo até hoje sobre tudo o que aconteceu eu vi um saite da raquel ela fala que foi aero moça por quase desessete anos sê aposentou na vaspe hoje ela tem uma empresa que presta serviços diversos ela deve estar bem sem o filho e sem o paulo ela foi tão ruim com o paulo deve ter colhido tudo o que ela fez com o meu ídolo querido inesquecivel para sempre paulo sergio desculpe o desabafo
ResponderExcluirÓtimo post! Descobri recentemente o trabalho de Paulo Sérgio, e fiquei impressionado com a força das letras e dos arranjos, muito mais roqueiros que o do "rei". As vozes têm certa semelhança, sim, mas a originalidade sobressai, e muito!
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