Gabriel M. Colombo de Freitas*
A operação “Carne
Fraca” da PF exaspera a necessidade de se criar uma empresa público-estatal de
agricultura e alimentação, a “AgriBras”, para colocar a produção de alimentos
ao serviço dos trabalhadores.
A venda de carnes vencidas e podres é
um dos resultados do domínio do capital sobre a produção da nossa comida. Passa
a predominar o interesse em elevar os lucros por quaisquer meios, enquanto a
qualidade dos alimentos e a conservação dos recursos naturais passam a segundo
plano ou se restringem a produtos que atendem “nichos de mercado”.
Por outro lado, a
liberalização da agricultura acompanhada da subordinação aos mercados globais
de commodities aliena a produção de alimentos das
necessidades da população. A cada ano, aumentam as áreas plantadas com soja,
cana-de-açúcar e eucalipto, por exemplo, enquanto diminuem as áreas de arroz e
feijão [1]. Como consequência, passamos a depender mais da importação de
alimentos básicos e ficamos mais vulneráveis às oscilações de preço do mercado
internacional, como o sensível aumento do preço do feijão em 2016. Outra
consequência da liberalização da agricultura é a “queima de produção” para
diminuir os estoques e elevar o preço de mercado, a fim de assegurar os lucros.
É o que acontece frequentemente com o tomate.
A questão central para defender a estatização da agricultura, me parece, é que os pilares da hegemonia do capitalismo no campo, a grande propriedade da terra e a modernização da agricultura, são PODRES como as carnes da JBS:
– As grandes propriedades de terra são
resultado da expropriação violenta de camponeses e populações tradicionais [2]
e da grilagem de terras públicas [3]. Não bastasse, muitas vezes são produto do
desmatamento ilegal.
– A expansão do capital no campo foi
consolidada com a Ditadura Civil-Militar e é calcada no Estado até hoje, a
partir de subsídios fiscais e créditos públicos. Por exemplo: o Plano Safra
2016/2017 é de 185 bilhões de reais [4]; os investimentos do BNDES nas
agroindústrias [5]; a isenção de ICMS sobre a soja em grão e processada
destinada à exportação [6].
Ao invés de atender os interesses
privados dos proprietários de terra e capitalistas da agricultura, o Estado
deve expropriar as terras griladas e investir os recursos que hoje financiam o
agronegócio na “AgriBras”. O objetivo desta empresa estatal é organizar a
produção de alimentos, fibras e madeiras nas terras públicas, de acordo com as
necessidades da população e interesse dos trabalhadores; gerar condições dignas
de trabalho e empregos com remuneração adequada no campo; produzir alimentos de
qualidade preservando o meio ambiente e sem pressionar as terras do campesinato
e das populações tradicionais.
Cabe observar que a “AgriBras” é uma
das propostas para a resolução da questão agrária brasileira, adequada ao atual
estágio de desenvolvimento das forças produtivas na agricultura, em que estão
dadas as condições tecnológicas da produção em solo nacionalizado.
[1] http://www.conab.gov.br/OlalaCMS/uploads/arquivos/17_02_24_11_49_40_revista_indicadores_da_agropecuaria_-_versao_final_internet.pdf
[2] https://www.cptnacional.org.br/index.php/component/jdownloads/send/41-conflitos-no-campo-brasil-publicacao/14019-conflitos-no-campo-brasil-2015?option=com_jdownloads
[3] https://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/metade-dos-documentos-de-posse-de-terra-no-brasil-e-ilegal-7116.html
[4] http://www.sistemafaep.org.br/mapa-redimensiona-o-plano-safra-e-valor-cai-r-17-bi.html
[5] http://oglobo.globo.com/economia/gigantes-do-setor-jbs-brf-tiveram-empurrao-do-bndes-21078821
[6] http://www.gazetadopovo.com.br/agronegocio/agricultura/tributacao-assombra-setor-da-soja-6hg75nzr5a6lqbhu3ehx1ghy5
[2] https://www.cptnacional.org.br/index.php/component/jdownloads/send/41-conflitos-no-campo-brasil-publicacao/14019-conflitos-no-campo-brasil-2015?option=com_jdownloads
[3] https://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/metade-dos-documentos-de-posse-de-terra-no-brasil-e-ilegal-7116.html
[4] http://www.sistemafaep.org.br/mapa-redimensiona-o-plano-safra-e-valor-cai-r-17-bi.html
[5] http://oglobo.globo.com/economia/gigantes-do-setor-jbs-brf-tiveram-empurrao-do-bndes-21078821
[6] http://www.gazetadopovo.com.br/agronegocio/agricultura/tributacao-assombra-setor-da-soja-6hg75nzr5a6lqbhu3ehx1ghy5
*Engenheiro Agrônomo, mestrando em Ecologia
Aplicada na ESALQ/USP; Secretário Político do PCB-Piracicaba/SP
Apoio: PCB (Partido Comunista
Brasileiro) de Garanhuns/PE
hahahahahahahahahahaha
ResponderExcluirO Agrônomo Mestre Comunista quer aplicar no Brasil as ideias que já mataram e continuam matando milhões de pessoas de fome mundo a fora. O pior não é ter um doente mental capaz de propor esse monte de porcaria, o pior é ter alguém que leve a sério esse monte de bosta, e se julga ainda capaz de criticar qualquer coisa.