Por Altamir Pinheiro
Em que pese eu NÃO ser uma figura afeita em
bajular macho, mas por estarmos num período natalino, vai daqui um
merecido afeto e um abraço fraterno ao prefeito do município de
Garanhuns, por ter lançado e ter sido aprovado pela Câmara, esta semana,
o projeto de lei 042/2015 para mapear interesse de empresas em administrar
áreas de preservação ambiental, projeto este, que reza no seu bojo um programa
de adoção de praças públicas e parques da cidade de Garanhuns. Trocando em
miúdos, trata-se da privatização propriamente dita do Parque Ruber Van Der
Linden (Pau Pombo) e Euclides Dourado, tendo como prazo de adoção que será no máximo por
2(dois) anos podendo ser prorrogado por igual período.
É notório e cristalina como são nossas
águas minerais que, o poder público, leia-se aqui prefeitura, não sabe ser
empresário. Não sabe explorar economicamente nem é esse o papel do município.
Então, a administração desses parques pela iniciativa privada pode ser muito
mais eficiente a um custo muito mais baixo para o contribuinte!!! Até porque, a
ideia do programa é a possibilidade de adoção dessas áreas e a sua manutenção,
pela iniciativa privada, desonerando o executivo de gastos e contribuindo para
o bem estar da municipalidade.
Pois bem!!! Apesar dos seus 140 mil habitantes
a expansão dos espaços urbanos de Garanhuns cria uma contradição entre as
questões sócio ambientais e o interesse econômico. Com o avanço desordenado do
crescimento populacional da cidade observa-se que a relação cidade e
natureza, que é o nosso forte, assume feições cada vez mais
problemáticas. Entra ano sai ano, nota-se com facilidade praças e jardins
abandonados por uma esfera pública que, incumbida das responsabilidades obscuras
dos gabinetes, acabou por engendrar uma desconfiança da população nas
instituições. O município, desprestigiado e com parcos recursos, colabora
ativamente no processo de perda de referência das áreas públicas de convivência
como partes constitutivas do cotidiano da sociedade. Daí, em boa parte das
cidades brasileiras, as ideologias de privatização e mercantilização do espaço,
nesse sentido, reforçaram o papel marginal, secundário, do poder público. Como
diz a geógrafa e educadora ambiental Mariza Amate: “AS
PREOCUPAÇÕES COLETIVAS FORAM ENGESSADAS”, substituídas por rentabilidades
econômicas exclusivistas e, Garanhuns não é diferente.
Em seu bojo, o projeto que tem 14
artigos, vem com peculiaridades bastante interessantes para quem quiser adotar
o Pau Pombo ou o Parque dos Eucaliptos, como por exemplo, a exclusão da
participação de pessoas jurídicas relacionados a cigarros e bebidas alcoólicas
como também a proibição de propagandas dessas drogas lícitas; Outro item
bastante interessante, para quem adotá-los é a obrigação do envolvimento da
Secretaria do Meio Ambiente, de Serviços Públicos e Planejamento, referindo-se
à urbanização, conservação/manutenção e construção, com sua devida fiscalização
e/ou execução.
No projeto, no meu simplório entender, só há
uma falha, inclusive, deixou muito a desejar, mas pode ser corrigida através de
Decreto pelo executivo municipal. No seu artigo 13, reza o seguinte: “Para a
aplicação das disposições constantes nesta lei o poder executivo municipal
poderá regulamentá-la por decreto, nos casos em que forem omissos”. MAS, QUE
FALHA É ESTA?!?!?! VEJAMOS: Cobrança de entrada para o cidadão
garanhuense ter acesso aos parques...
O medo da população é que o acesso aos locais
públicos passe a ser cobrado. Não pode simplesmente uma empresa adotar o Parque
Euclides Dourado, chegar lá, fazer cerca elétrica e passar a cobrar a
entrada. Eles têm que arrumar outro jeito de ganhar dinheiro, como cobrar taxa
por uso de piscina, pista de gelo, roda gigante, “TRIVULIM”, acesso ao zoológico
e demais obras de lazer. Ou então, haveria a gratuidade da entrada para
crianças até 12 anos e para pessoas acima de 60, além de estudantes e
cadeirantes, e cobraria o estacionamento. Mesmo assim, as cobranças para
as pessoas acima de 12 e menos de 60, teriam que passar pelo crivo
do poder público, como é o caso das passagens de ônibus. Por lei teria que ter
preços módicos para que toda a população tivesse acesso indistintamente.
Altamir, não sou político nem tenho cargo, mas lhe vejo com bons olhos quando você se refere a nossa cidade.
ResponderExcluirEu num tô acreditando. Então o pobre não vai mais poder levar a familia para passear nos parques de Garanhuns? Mas os parques não são do povo? Pera ai minha gente, tão querendo tirar vantagem até dos parques públicos da cidade? Pagar entrada para poder entrar? Ai é demais para o meu bolso. Que tristeza, ai meu Deus, a que ponto chegamos !
ResponderExcluirAdmitamos que as praças da cidade sejam adotadas por empresas na sua conservação, modernidade, segurança, etc podendo as empresas adotantes utilizarem suas propagandas nos locais. Mas "privatizar" o Pau Pombo e o Parque Euclides Dourado, que são patrimônios públicos da cidade? Ai é um absurdo ! É tirar do povo o que é do povo. Eu frequento, junto com minhas amigas, o Parque Euclides Dourado para nos exercitarmos, quase que diariamente. Vamos ter que abdicar desse direito, pois se for para cobrar entrada, estamos fora. Por favor senhor prefeito e vereadores da cidade, repensem !!! A população agradece.
ResponderExcluirMeu prezado anônimo(14:13),
ResponderExcluirFico bastante lisonjeado com a sua observação. Revigora ainda mais minha defesa intransigente e adianto-lhe que, para defendê-la, não meço palavras nem me dou conta do tempo, espaço e hora. A propósito, meu prezado anônimo: você tem prestado atenção, neste natal, como está poluída as nossas largas calçadas da Avenida Santo Antonio?!?!?! Estão empestadas de “NEGOS DO HAITI” vendendo bugigangas... É o que dá ter um prefeito EX CAMELÔ!!!