Talvez o
leitor vá ficar chateado porque vou escrever novamente sobre Roberto Carlos.
Provavelmente
muitos vão torcer o nariz e reclamar: “De novo? Esse cara só sabe escrever
sobre Roberto Carlos?”
Ainda esta
semana (parece que foi ontem) publiquei um post sobre o cantor, e hoje, um
sábado, divulgo um tijolaço.
Quem
acompanha o blog deve pensar: "Mas tanto artista pra falar e ele só lembra do
Roberto Carlos". “Ele não gosta de mais ninguém”, o leitor deve pensar.
Mas não é
assim. Meus compositores e cantores preferidos são Caetano Veloso, Chico
Buarque, Fagner e Zeca Baleiro. Gosto do Roberto também, mas não tanto quando
de outros e outras, como Elis Regina, Gal Costa e Maria Betânia.
Falo mais de
Roberto, talvez, porque ele é mais velho, gravou mais discos e o acompanho
desde a infância. Morava em Capoeiras, cidade onde nasci e com apenas 9 anos já
ouvia na rádio Difusora músicas do Rei, principalmente Quero que Vá Tudo pra o
Inferno e Namoradinha e um Amigo Meu.
Cresci
ouvindo Roberto Carlos e continuei gostando do cantor na fase adulta,
apreciando canções como Detalhes e Cavalgada.
Ele está
velho e não grava mais nada, mas eu continuo lhe dando valor.
AS NOVAS MÚSICAS
Leio que
Roberto Carlos está há 11 anos sem gravar um disco novo e como sou ousado ou
doido – devo estar sendo influenciado pelo Lisca, treinador do Náutico –
escrevo uma matéria sobre o novo disco do Rei. Mas como é possível ter algo
novo se ele não grava há mais de 10 anos?
É que na
falta de CDs novos, Roberto Carlos e sua gravadora estão reciclando os discos
antigos, como se faz com o lixo, para ter alguma coisa com embalagem nova para
o público.
Agora mesmo
em 2015 foi lançado o CD Roberto Carlos em Las Vegas, cidade dos Estados Unidos.
Deve ter sido gravado num show que ele
fez lá para americanos, mexicanos, espanhóis e brasileiros.
O CD é
surpreendemente bom embora as músicas sejam todas velhas conhecidas.
Começa com
Emoções, que ele sempre cantar em todo lugar e depois vem uma seleção muito
boa, com Como Vai Você, Detalhes, Desabafo, Côncavo e o Convexo, Proposta,
Canzone Per Te, Gato Ne Blue, etc. Algumas ele nunca apresenta nos shows e canta
um pedaço em português, outro em italiano, espanhol e inglês. O resultado é
bom.
Eu pelo menos
gostei muito.
Passei a vida
toda curtindo Roberto, como já escrevi, passei períodos que não aguentava mais
a voz melosa do artista, fiquei com muita raiva dele quando ele proibiu um
livro sobre a sua vida e perseguiu o jornalista Paulo César Araújo.
Recentemente
fiz as pazes de novo.
Por isso
estou escrevendo esse artigo e confessando ter gostado do novo velho disco do
Rei.
E gostei
muito também do CD Duetos II, que achei melhor do que o primeiro,
principalmente quando Roberto Carlos canta com Tom Jobim, Milton Nascimento,
Fagner, Caetano Veloso, Jorge Ben Jor e Marisa Monte.
A única faixa
de Duetos II que destoa é cantada com Zezé de Camargo e irmão. Esse cara não
canta, mia. O desastre só não é completo porque a música escolhida é cantada
também por Roberto. O Portão, uma das melhores do seu repertório.
Se você pensa
que sabe tudo de RC talvez esteja enganado. Duetos e Roberto Carlos em Las
Vegas são discos novos, bons, embora todas as músicas sejam velhas.
Mas o que é
bom nunca morre, como o vinho que fica cada vez melhor com o passar do tempo.
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