O simples estabelecimento de uma regulação da radiodifusão não
pode ser tachado de cerceamento da liberdade de imprensa ou então de censura
porque é isso o que diz e pede a própria Constituição
brasileira de 1988, ao estabelecer princípios que devem ser respeitados
pelos canais de rádio e TV.
No entanto, mais de 25 anos após sua promulgação, nenhum artigo de
seu capítulo V, que trata da Comunicação Social, foi regulamentado, deixando um
vazio regulatório no setor e permitindo a consolidação de situações que
contrariam os princípios ali estabelecidos.
Os efeitos da não regulamentação constitucional são evidentes:
§
O artigo 220, por exemplo, define que não pode haver monopólio ou
oligopólio na comunicação social eletrônica. Hoje, no entanto, uma única
emissora controla cerca de 70% do mercado de TV aberta.
§
O artigo 221 define que a produção regional e independente devem
ser estimuladas. No entanto, 98% de toda produção de TV no país é feita no eixo
Rio-São Paulo pelas próprias emissoras de radiodifusão, e não por produtoras
independentes.
§
Já o artigo 223 define que o sistema de comunicação no país deve
respeitar a complementaridade entre os setores de comunicação pública, privada
e estatal. No entanto, a imensa maioria do espectro de radiodifusão é ocupada
por canais privados com fins lucrativos. Ao mesmo tempo, as 5.000 rádios
comunitárias autorizadas no país são proibidas de operar com potência superior
a 25 watts, enquanto uma única rádio comercial privada chega a operar em
potências superiores a 400.000 watts. Uma conta simples revela o evidente
desequilíbrio entre os setores.
§
Por fim, o artigo 54 determina que deputados e senadores não podem
ser donos de concessionárias de serviço público. No entanto, a família Sarney,
os senadores Fernando Collor, Agripino Maia e Edson Lobão Filho, entre tantos
outros parlamentares, controlam inúmeros canais em seus estados. Sem uma lei
que regulamente tal artigo, ele – como os demais da Constituição – torna-se
letra morta e o poder político segue promiscuamente ligado ao poder midiático.
Regular os meios de comunicação de massa neste sentido está longe,
portanto, de estabelecer práticas de censura da mídia. Trata-se de uma
exigência constitucional de definir regras concretas para o funcionamento
destes veículos no sentido de atender aos objetivos definidos pela sociedade em
sua carta maior.
Regular
a radiodifusão não é coisa de comunista
Outro mantra entoado pelos oponentes da regulação da mídia é que
esta seria uma tentativa de acabar com a liberdade de imprensa e transformar o
Brasil num país comunista. Nada mais desinformado.
O Estados Unidos, por exemplo, país que está longe de ter
aspirações comunistas, já estabeleceu, há algumas décadas, que donos de
empresas que publicam jornais e revistas não podem controlar também canais de
rádio e TV. Os americanos entendem que tamanha concentração de poder em termos
de difusão de informação é prejudicial para a democracia liberal e a livre
concorrência de mercado, que tanto defendem.
Assim,
lá os donos do The New York Times não podem ser os mesmos donos de uma
emissora de TV em Nova York, porque a regulação americana coloca limites à
propriedade cruzada dos meios de comunicação e proíbe a formação de
oligopólios. Da mesma forma, uma empresa não pode ultrapassar um percentual
máximo de audiência na mesma localidade, porque seu impacto seria demasiado
grande em termos de poder político. Estas são apenas duas das regras definidas
pelo órgão regulador responsável pelo setor, entre tantas outras que os Estados
Unidos, berço do liberalismo, decidiu adotar em relação à mídia.
Já por aqui, apesar de muitos atribuírem o êxito das Organizações
Globo exclusivamente à sua competência em se posicionar no mercado, é preciso
lembrar que parte do poder alcançado pelo maior grupo de rádio e televisão do
Brasil também é resultado de uma ação histórica, ao longo das décadas, do que
se pode chamar de abuso de poder de mercado. Abuso que se revela quando uma
única emissora possui cerca de 40% da audiência da TV aberta e concentra mais
de 70% do mercado publicitário – além de controlar canais de TV por assinatura,
jornais, revistas, editoras, gravadoras e produtoras –, desenhando um cenário
de evidente monopólio.
Trecho de uma reportagem
dos jornalistas Pedro Ekman e Bia Barbosa, na Revista Carta Capital
É não, é coisa de quem pensa que o PT não é um partido comunista!!! Porque tem gente que só consegue ver um palmo na frente do nariz...
ResponderExcluirOu só quer ver o que convêm!
Sr Roberto almeida...essa foi a unica forma q achei de entrar em contato com o senhor!!!como o senhor é um famoso jornalista ai na cidade eu gostaria de saber seo ssenhor pode me ajudar a encontrar a familia da minha mae q ela ja nao ve a Mais de trinta anos.......minha mae só lembra o nome dos pais dela a mae dela se chamava Maria josefa da conceicao..e o pai Jose antonio almeida!!!!e o nome da minha mae é Maria José da conceicao...tem 57 anos...meu nome é Monica da Conceição santos.....email; monikitaerael@gmail.com....muito obrigado
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