Reportagem especial do
Fantástico denuncia uma rede de prostituição de luxo de brasileiras na África.
Mulheres eram levadas para fazer programas sexuais em Angola. Segundo as
investigações, o principal cliente era um general, um dos homens mais poderosos
da África. Ele chegava a oferecer US$ 100 mil por um programa. A reportagem é
de Walter Nunes e Ernesto Paglia.
Uma reportagem do Jornal da Bandeirantes também já tinha denunciado o problema
O Aeroporto Internacional
de São Paulo é passagem frequente de muitos famosos. Artistas, celebridades,
gente que viaja a trabalho para decolar nos palcos do Brasil e do mundo.
Agora, uma investigação da
Polícia Federal revela que, durante os últimos sete anos, Guarulhos funcionou
também como ponto de partida de uma ponte aérea da prostituição, que ligava
Brasil e África.
Brasileiras - algumas,
rostos conhecidos de programas de TV - embarcavam pelo menos duas vezes por mês
com destino a Angola ou à África do Sul. Em certos casos, essas expedições
incluíam Portugal.
Entre os envolvidos, não
havia segredo. O objetivo das excursões era abertamente sexual.
ENTREVISTAS
Fantástico: Essas mulheres sabiam que iam para lá para se
prostituir?
Stella Fátima Scampini,
procuradora federal: Sim.
Fantástico: Então, isso não descaracteriza o crime?
Stella: Não. O fato de a pessoa se prostituir, isso não é
crime. A pessoa que explora a outra sexualmente, que tira proveito da
prostituição alheia, essa sim comete crime. O simples fato de você promover a
saída de uma pessoa para o exterior para exploração sexual, isso por si só já é
um crime, que é justamente o crime de tráfico internacional de pessoas.
O destino final desse
tráfico de pessoas era, na maioria das vezes, a cidade de Luanda. A precária
capital angolana, marcada por quase 30 anos de guerra civil, foi o improvável
cenário de prostituição para algumas mulheres brasileiras.
Se Angola ainda luta contra
a pobreza, o mesmo não pode ser dito do homem que a Polícia Federal aponta como
o grande patrocinador deste esquema, que pode ter movimentado quase US$ 50
milhões desde 2007.
Bento dos Santos Kangamba é
general da reserva das Forças Armadas angolanas. Herói da guerra civil, líder
político do partido do poder, o MPLA, ele é um dos maiores empresários do país.
Com negócios na África e em Portugal, dono do time de futebol que é o atual
campeão angolano, o general Bento tem forte ligação com o presidente José Eduardo
dos Santos, no poder há 34 anos. Ele é, simplesmente, casado com uma sobrinha
do chefe de estado de Angola.
Luiz Tempestini,
delegado da Polícia Federal: Ele é
uma pessoal muito influente naquele país.
Fantástico: Intocável?
Tempestini: Eu não diria intocável. Mas tem uma dificuldade maior
sim.
De acordo com a Polícia
Federal, as brasileiras eram enviadas em grupos de cinco ou seis para Angola.
No auge do esquema, no meio deste ano, havia pelo menos dois grupos por mês. Em
uma escuta feita com autorização judicial, uma das mulheres que já tinha
visitado Luanda conta para outra como é a viagem. A conversa confirma: as moças
sabiam muito bem com quem estavam lidando.
Mulher 1: Ele é famosíssimo. Esse cara é dono de tudo lá. Ele
abre uma gaveta assim ó, cheio de dólares. Cheio. Milhões de dólares.
As moças eram contratadas
por US$ 10 mil cada. O combinado: uma semana à disposição de Kangamba e seus
amigos na África. Mas, para uma delas, a eleita, o cachê podia ganhar outra
dimensão.
As escutas mostram que
Bento Kangamba fazia uma seleção cuidadosa e escolhia uma das beldades para ser
a sua própria acompanhante.
Mulher 1: No primeiro dia que ele foi ver a gente, ele pegou,
foi lá pro quarto, mandou chamar nós duas. Aí ele mandou ficar em pé para ele
ver meu corpo.
Mulher 2: De roupa mesmo ou sem nada?
Mulher 1: De vestido e calcinha.Em um quarto do hotel, as moças
desfilavam diante do poderoso angolano.
Mulher 1: Ele não gosta de baixa, ele gosta de mulher super
bolada. Ele gosta de mulher com carne. Se eu tivesse o corpo de antes, a bunda
do tamanho do mundo, eu tenho certeza que ele ia pirar na minha.
Quando Kangamba decidia, a
escolhida recebia um bom pé-de-meia. O general pagava até US$ 100 mil, quase R$
250 mil, para a sua favorita. Mas essa pequena fortuna tinha um preço alto,
segundo a polícia. Um risco de vida. Quando se trata de sexo, o general tem os
seus caprichos.
Mulher 1: Ele não transa com camisinha, né?
Mulher 2: Ah, não?
Mulher 1: Dizem que ele só gosta sem camisinha e por isso que
ele dá R$ 100 mil, R$ 200 mil para as meninas.
Fantástico: O risco envolvido é muito alto.
Stella: Muito alto. Elas tinham consciência disso, muitas
delas ficavam em dúvida, mas acho que a tentação e aquela ambição era maior.
Mulher: Eu não vou ficar com demagogia, não, tô lá na chuva é
pra me molhar. Ninguém morreu de Aids até agora.
Para as moças que ficavam
em dúvida, era oferecido um suposto antídoto, um coquetel de drogas antiaids.
Nesta escuta, uma das
mulheres que topou fazer sexo sem camisinha com Bento Kangamba conta os efeitos
da medicação recebida.
O ESQUEMA
A Polícia Federal calcula
que o esquema de prostituição internacional chegou a faturar mais de R$ 640 mil
por mês. E o dinheiro não ficava todo com as mulheres. A comissão cobrada pelo
chefe dos agenciadores, Wellington de Sousa, o Latyno (não confundir com o cantor Latino), corroía pelo menos
metade desse valor. E como a mesma rapidez com que ele dinheiro entrava,
aparentemente ele saía, gasto em itens de luxo, como um supercarro que está
apreendido pela Polícia Federal de São Paulo. Um veículo que zero quilômetro
custa mais de R$ 380 mil.
“Ele era basicamente o
líder da organização aqui no Brasil”, revela o delegado.
Em uma ligação, o ex-pagodeiro
fala diretamente com o general angolano. O assunto é uma viagem a Portugal.
Kangamba: Qual o pessoal que vai agora?
Latyno: Tô com várias pessoas já preparadas, que era tudo
pessoal de TV. Já tem um time bom, tudo montado pra lá.
Kangamba: Põe pra ir na quinta-feira, elas.
Em outra gravação, ele
precisa lidar com a frustração do general, que não pode ter uma das moças que
gostaria.
Kangamba: A cara é boa, né?
Latyno: Sim, é boa. É grande, né? Aquela eu tentei já, mas é
difícil demais, tio.
Kangamba: É difícil por quê?
Latyno: É muito difícil, tio. Tentei muito, tentei muito.
Kangamba: Ah, tá bom, organiza lá então.
Latyno - que lembramos mais
uma vez, não tem nada a ver com o músico mais famoso de mesmo apelido - também
executava funções burocráticas. Em uma escuta, uma das mulheres explica que o
ex-pagodeiro também cuidava do dinheiro recebido pelo grupo.
Mulher: Quem sempre vai pra pegar o dinheiro, trazer o
dinheiro pra gente é o Latyno.
Mas, em pelo menos um dos
casos, diz a polícia, o agenciador sumiu com o dinheiro. E a mulher escolhida
pelo general ficou sem os US$ 100 mil pagos por Kangamba para fazer sexo sem
preservativo.
Em uma troca de mensagens
com Latyno, ela cobra a dívida. E o chama de 'o maior cafetão do Brasil'.
Latyno está preso desde o
final de outubro. Com ele, estão outros quatro brasileiros. Segundo a polícia,
são seus dois auxiliares principais: Rosemary Aparecida Merlin e Eron Francisco
Vianna. E o terceiro escalão da quadrilha, formado por Luciana Teixeira de
Melo, a Lu Bob, e Jackson Souza de Lima, marido de Rosemary.
“Cada um tinha uma função
específica. Mas em termos gerais eles eram responsáveis por toda a logística da
organização. Tanto para aliciamento, quanto para seleção, quanto para obtenção
de vistos”, afirma Tempestini.
O grupo é acusado de
formação de quadrilha, favorecimento à prostituição, tráfico internacional de
pessoas e cárcere privado.
“Somados os crimes que as pessoas foram
indiciadas e denunciadas pelo Ministério Público, o cálculo é aproximado de 41
anos de pena total”, explica o delegado.
O Fantástico procurou todos
os acusados. Entre os brasileiros, nenhum quis dar entrevista. A defesa de
Jackson Souza de Lima mandou uma nota em que nega todas as acusações e que seu
cliente não tem antecedentes criminais. Os angolanos Bento Kangamba e Nino
Republicano tiveram a prisão preventiva pedida pelo Ministério Público Federal.
Bento dos Santos Kangamba
contratou um advogado para defendê-lo no Brasil.
“Se algo como isso
acontecia, acontecia absolutamente sem o conhecimento e domínio do Bento dos
Santos. Ele contratou profissionais, artistas brasileiros, para fazer a
promoção do clube de futebol dali”, argumenta Paulo Iasz de Morais, advogado de
Bento Kangamba.
Nino Republicano também
contratou um advogado brasileiro.
“O meu cliente não tem
nenhum envolvimento com a dita quadrilha de tráfico internacional de mulheres.
Ele tem uma empresa de eventos, responsável por levar inúmeros eventos de
artistas brasileiros para Angola”, defende Pedro Iokoi, advogado de Nino
Republicano. (Fonte: G1. Foto: Mashpedia).
As escolas, a mídia e o governo brasileiros formam hoje, em dia, os jovens para isso depois querem que elas não exerçam sua formação? Qual a capacitação moral preponderante que os jovens hoje recebem? Embasados em FUNK, AXÉ, CARTILHAS SEXUAIS, NOVELAS, incentivando a promisquidade, o homossexualismo e a depravação total e irrestrita, transformam o Brasil em um país de sodomitas e prostitutas e depois querem criminalizar essas coisas. BRASIL SINÔNIMO DE HIPOCRISIA!!!!!
ResponderExcluiressas putas vão por que querem e a federal fica perdendo tempo,tendo tanta coisa seria para investigar.
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