O que a CBF, Confederação Brasileira de
Futebol, tem a ver com o Dia do Comerciário?
A pergunta foi feita com ironia pelo
radialista Edinaldo Santos no Programa Domingo Esportivo deste final de semana
quando um dos participantes lembrou que a CBF, provavelmente, iria fechar as
portas nesta segunda-feira, 21 de outubro, feriado do Dia dos Comerciários,
para não receber liminar beneficiando o Betim de Minas Gerais em detrimento do
Mogi Mirim de São Paulo, que tem como padrinho o vice-presidente da CBF, o
senhor..., nesta nova guerra judicial para saber quem continua na disputa da
famigerada Série C como o próximo adversário do Santa Cruz na primeira fase do
mata-mata.
Edinaldo tem sido um dos críticos mais
ferrenhos do mafioso futebol brasileiro, em especial do pernambucano, dirigido
pelo donatário da Capitania Hereditária de Futebol, também conhecida como FPF,
aquele bacharel de direito que exige ser chamado de “doutor”, no rádio.
Pois eu respondo: a CBF tem tudo a ver com
o Dia do Comerciário, futebol virou puro comércio, e comércio sujo. Na verdade,
tráfico, tráfico de droga, que o nosso futebol tornou-se uma autêntica droga de
péssima qualidade. A maconha que se fuma aqui nos Quatro Cantos de Olinda tem
cheiro bem mais saudável.
Futebol virou um reino de maracutaias
comandado por figuras asquerosas que se aproximam da bola para tirarem proveito
político ou econômico para suas empresas e para si mesmas. O que dizer de
Ricardo Teixeira, José Maria Marin, um dedo-duro da ditadura militar de
primeiro de abril de 1964, e desse vice-presidente que também comanda a
Federação Paulista de Futebol. O ex-jogador e atual deputado federal Romário
tem toda razão quando mete o cacete nessa gente.
No caso de Pernambuco,
está na cara que o seu fracasso vergonhoso com timinhos de pernas de pau é pura
obra de sua elite dirigente, na Federação e nos clubes. Campanhas ridículas.
Um clube do porte e da história do Santa Cruz numa desmoralizante Série
C, depois de penar na D, já diz tudo.
O Náutico já transformou em lixo iluminado por uma lanterna o tão
apregoado luxo de sua maior conquista, apesar de ter um plantel caro.
E o Sport paga salários milionários para umas perronhas chamados de
jogadores de futebol que não passam de embustes. Tirando Magrão, Marcos
Aurélio, Vinícius Simon e, talvez, mais um ou dois, não sobra mais ninguém que
se dê a respeito e possa ser chamado de atleta de talento, de craque da bola. É
quase um ex-clube esportivo vitimado pela especulação imobiliária e que vai
virar um complexo empresarial parceiro de importantes construtoras com torres
de concreto no lugar de parque aquático, quadras e outros equipamentos esportivos,
num belo exemplo da modernidade vestida de grilagem urbana.
Infelizmente, não há interesse em nossa imprensa esportiva em
cascavilhar as negociatas por trás de contratações de chutadores de bola
medíocres por valores fabulosos. E muito menos bisbilhotar projetos como o da
Arena da Ilha do Retiro. Fica tudo por debaixo do pano nos clubes, nas
federações estaduais e, principalmente, na CBF.
Alegam os "doutores" que o futebol é feito por entidades
privadas, sem dinheiro público, o que é uma falácia. O futebol é movido por um
monte de dinheiro público, dos governos, inclusive, aqui, em Pernambuco. Então,
essa gente tem sim que dar conta do que faz com esses recursos que saem do
bolso do povo.
O que acontece é que o futebol é um dos pouquíssimos setores do País que
não se democratizou, vive ainda na cultura da ditadura militar que acobertava e
censurava a divulgação das roubalheiras que existiram naquele período. No
futebol, transparência não existe.
Portanto, CBF e Dia do
Comerciário, ou melhor, Dia do Comércio, tem tudo a ver.
Feliz Dia do Comerciário na CBF do Senhor das
Medalhas! Um comerciante nato.
Ruy Sarinho - Olinda
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