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BRUNA SURFISTINHA NO CINE ELDORADO



NOTÍCIA EM PRIMEIRA MÃO - Bruna Surfistinha, o filme, tem estréia nacional no próximo dia 25. A direção do Cine Eldorado de Garanhuns confirmou hoje à tarde, ao blog, que o longa entra no circuito também aqui na cidade. Pelo sucesso do livro, pela mídia que vem sendo feita do trabalho na TV Aberta e TV por Assinatura, inclusive com participação direta de Deborah Secco, o filme tem tudo para ser mais um grande sucesso de bilheteria. A estreia é nesta sexta-feira, portanto, no cinema do Polo Heliópolis e em mais 500 salas espalhadas pelo País.

Raquel Pacheco Pinto, o verdadeiro nome de Bruna Surfistinha, virou garota de programa aos 17 anos. Transou com diferentes homens, mulheres, casais... Fez de tudo na cama. Em 2005, contou tudo de suas experiências sexuais ao jornalista Jorge Tarquini, que escreveu o livro “Doce Veneno do Escorpião – O Diário de uma Garota de Programa”. Vendeu perto de 500 mil exemplares, um best seller para os padrões nacionais e de outros países.

É este livro que foi transformado em filme. Tem direção de Marcus Baldini, roteiro de Homero Olivetto com a colaboração da própria Raquel Pacheco. No elenco do longa temos Deborah Secco (Bruna Surfistinha),  Drica Moraes, Daniela Winits e Cássio Gabus Mendes, entre outros.

O filme tem apoio da Globo Filmes e da Rede Tele Cine, que tem repetido exaustivamente em seus canais uma entrevista de Deborah Secco falando do trabalho. A atriz garante ter sido uma experiência enriquecedora fazer o papel da prostituta.

Abaixo, para os leitores do blog, um dos trechos mais leves e inocentes do livro:

Para mim, todas as prostitutas de São Paulo estavam na Augusta. Eu já havia passado por lá muitas vezes, inclusive com meus pais. “Olha lá aquelas putas”, alguém comentava. “Como é que uma mulher chega nesse ponto?”, eu pensava. Para mim, só tinha putas ali, naquela rua suja, feia. Ou, então, elas viviam naquelas casinhas velhas, caindo aos pedaços, com mulheres muito maquiadas penduradas nas janelas, chamando os homens que passam pela rua. Lá dentro, bastava elas abrirem as pernas e esperarem o cliente gozar: pronto. A tal “vida fácil”. Garota de programa seria assim, também? Não pelos anúncios de jornal. “Você, menina de 18 a 25 anos, atenda a executivos ganhando no mínimo mil reais por semana”. 

"O prive da alameda Franca, nos Jardins, foi a minha escolha. Eu não sabia fazer nada, nem tinha experiência ou segundo grau completo. Para sair de casa, teria que pagar para ver - e ganhar os tais mil reais pelo que fizesse. O preconceito foi embora e eu disse: “Vou ter que ser isso”. E, confesso: fantasiei muito com a possibilidade de ter vários homens e comecei a gostar da idéia. Afinal, só tinha transado seis vezes, de modo bem mecânico, e nunca tinha visto um filme pornô na minha vida. Ia ser a chance de descobrir até onde o sexo podia me levar.”

FOTOS: 1) Cenas do Filme; 2) Bruna Surfistinha; 3) Debora Secco

Um comentário:

  1. Bons filmes que falam de sexo de modo maduro e mais conceitual têm o De olhos bem fechados de Stanley Kubrick, ou sobre a teoria de Kinsey no filme Vamos falar de sexo ou então o de bonequinha de luxo que mesmo não falando de sexo explicitamente possui como protagonista uma garota de programa ou até mesmo Uma linda mulher que retrata uma história sim de uma prostituta por necessidade e não como a “BRUNINHA”. Existem tantas pessoas interessantes e que merecem ter sua estória contada, prestigiada e admiradas... Aí fazem essa produção, elogiando o ato de uma garota de classe média alta que resolveu se prostituir. Motivos? Circunstâncias? Causa? NENHUMA. A garota nunca precisou recorrer a essa vida. Enquanto a maioria das prostitutas são o que são por necessidade. Bruna, cansada da sua vida de classe média alta, com intuito de chocar as pessoas, resolveu se prostituir.

    Num país de miséria e cheio de problemas sociais onde a prostituição infantil e violência contra a mulher reinam, onde vemos inúmeros relatos de historia de sofrimentos e explorações tão comuns vem a grande mídia exacerbar a inauguração de um filme com direito a reportagens em folhetins televisivos e ao cinema invertendo os valores já tão pouco usados na sociedade atual. Contar uma história de garota de programa, em que a “grana corre solta” e que usa drogas como conto de cinderela moderna está bem fora de uma lição de autoconhecimento e altruísmo.

    Não estou defendendo uma sociedade puritana, aos moldes de uma revolução cristã (ou teocrática de burcas), mas um mínimo de consciência tem que ter. Mas de que adianta ser contra? O que vale mesmo é saber que um filme desses vai render bilheteria, vender milhões. E o que vale mesmo é ganhar dinheiro nessa aldeia global.

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