Filme russos são raríssimos no Brasil. A Netflix, com um catálogo de milhares de longas dos mais diversos países, praticamente não tem nenhuma produção do primeiro país a fazer uma revolução comunista e sustentar esse regime político por muitas décadas.
Mas a Rússia não somente pode estar agora no seu televisor, como graças à plataforma de filmes americana nos brinda com um surpreendente conto de fadas, com inspiração em Romeu e Julieta e um romance publicado nos Estados Unidos e desconhecido entre nós.
“Cidade de Gelo”, o filme em questão, estreou na Netflix há poucos dias e segundo informações dos sites de cinema já faz sucesso entre os brasileiros.
Vai repetir aqui o êxito que teve em seu país de origem, onde foi visto por milhões de pessoas.
Qual o segredo de “Cidade de Gelo”?
Embora conte uma história muitas vezes vista, antes e depois de Shakespeare, o filme tem sabor de novidade por ser russo, com locações em cidades como São Petersburgo e Leningrado, duas cidades históricas do antigo império comunista.
São lugares lindos de se ver no inverno, pelo menos na televisão, entre cobertores.
Em Cidade do Gelo um jovem, chamado Matvey, trabalha como entregador de comida numa padaria, usando patins dados pelo pai para chegar rápido à casa dos clientes.
Um dia é demitido injustamente (e aí se faz uma crítica muito de leve ao capitalismo) e sem outra opção imediata termina se juntando a um bando de ladrões de espírito revolucionário.
Em suas incursões pelas casas dos burgueses ou aristocratas para roubar, Matvey conhece a jovem Alisa (Alice), filha de um oficial russo conservador.
A paixão improvável acontece e os dois terão de lutar para ficar juntos, ainda mais que um outro jovem, militar de prestígio está de olho na mocinha e está decidido a dar um paradeiro nos roubos que estão acontecendo em São Petersburgo.
O filme é leve, divertido e bonito, o visual é um arraso. Ideal para aliviar as tensões de quem está cansado de notícias ruins geradas pela pandemia.
Também legal no longa é saber como foi a transição do século XIX para o século XX na Rússia dos czares.
Dispenso aqui citar nomes do diretor e atores, todos russos, desconhecidos para nós. Mais importante é dizer que todos mandam bem e nos entregaram um filme bonitinho que faz um bem danado.
Quem já viu gostou e muitos que ainda vão assistir irão gostar. Não é pra gente chata, pseudos intelectuais que só apreciam filmes difíceis e às vezes chatos.
É para o grande público, para quem deseja se divertir, sonhar, se encantar, passar duas horas esquecido de como a vida está complicada.
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