Por Clóvis Manfrini Souto Calado*
No
dicionário de Aurélio Buarque de Holanda, o substantivo feminino crônica, neste caso crônicas, no plural, é apresentado de várias formas. A que mais nos
interessa é a primeira: “Narração histórica, por ordem cronológica”, se bem que
poderíamos incluir outra denominação: “Texto jornalístico redigido de forma livre e pessoal”. Sem querer ser um falso modesto, este que aqui rabisca
estas linhas não nutre lá muitas simpatias para com as “regras jornalísticas”,
por isso, simpatizo mais com a parte onde o livre
e o pessoal são destacados pelo
grande filólogo carioca.
Garanhuenses...
Bom, são os nascidos na “Cidade das Flores”, na “Suíça Pernambucana”, a cidade
do agreste pernambucano onde o “Nordeste garoa!”. Ser garanhuense, além de nascer
aqui, é ser conterrâneo de escritores, músicos, romancistas, poetas, políticos
importantes, artistas, figuras folclóricas que habitaram esta província e gente simples e honesta, em
sua grande maioria, que construíram este pedaço de terra fincado entre as sete
colinas.
Mas,
pode vir a perguntar o leitor mais atento:
- O
que diabos eu tenho a ver com isso?
Eu
respondo: apenas explico para muitos leitores desatentos, se situarem
com o objetivo desta “coluna”.
Por
exemplo, muitos destes leitores pouco atentos não sabem que Garanhuns tem sua
formação ainda no início do século XVIII. Quer dizer, sua formação após o
avanço colonizador dos portugueses pelos sertões nordestinos. Antes dos
“brancos” chegarem, por aqui habitavam várias etnias nativas, como por exemplo,
os Tapuias,
que ocupavam um vasto território situado à “margem direita do Rio Canhoto, desde as cabeceiras até
confrontar com a Serra dos Bois. Está
à 5 km à leste da (atual) cidade de São
João, com uma extensão para o sul que varia de 15 a 30 km, e é toda de
vegetação baixa” (Cavalcanti, Alfredo Leite. História de Garanhuns). Esta região foi denominada Campos dos Garanhuns.
Um
sujeito chamado Gabriel de Brito Cação “descobriu” esta região e mais tarde foi
proprietário do Sítio do Buraco, o
qual vendeu a Domingos Pereira de Morais, em 6 de outubro de 1710, pelo preço
de cinqüenta mil réis. Pelo menos é o que diz a História. Mas quem eram estes
senhores? Certamente queriam algo a mais comprando terras (aí vem o início de
um pré-capitalismo como sistema econômico dominante, derrubando o mercantilismo
que ainda dominava boa parte da Europa). Por sinal, as terras foram herança de sesmeiros (as sesmarias foram as primeiras privatizações de terras “públicas”,
concedidas pela Coroa Portuguesa aos seus amigos). É desta prática (ou praga)
que se iniciou a triste tradição brasileira à latifundização das terras.
Inicia-se assim, nos Campos dos Garanhuns,
a povoação “civilizada”. Provavelmente, nesta época, não existia muito luxo,
nem mesmo no caso do “nobre” Pereira de Morais. As casas eram feitas de taipa, os móveis, bancas e tamboretes de
madeira grosseiras, camas rústicas com bases de couro, potes e panelas de
barro, fogo à lenha. A comida, muito fraca, de baixo valor calórico, onde a
farinha de mandioca era a base alimentar. Carne, muito rara. Vestimentas, as
mais simples. Homens e mulheres semi ou completamente analfabetos. Estes eram
nossos primeiros colonos. Rústicos, rudes, que viam na terra herdada ou
comprada seu único meio de vida. Aí, nessa época, começa a se diluir as
gigantescas sesmarias e se tem início
a formação do povo agrestino-sertanejo de
Pernambuco.
O PROBLEMA É QUE ESSES HISTORIADORES QUEREM E ENVELHECERAM A CIDADE DE GARANHUNS ,COLOCANDO QUE GARANHUNS SURGIU NO QUASE NA ÉPOCA DO DESCOBRIMENTO DO BRASIL ,ORAS BOLAS ,A DATA DE EMANCIPAÇÃO POLITICA DE GARANHUNS FOI EM 1879 , E NÃO QUE OS BANDEIRANTES CHEGARAM SECULOS ANTES , NÃO EXISTE FUNDAÇÃO ANTES DA CIDADE VIRAR CIDADE MESMO ,ESSES HISTORIADORES BAGUNÇARAM SIM COM AS COMEMORAÇÕES DE EMANCIPAÇÃO DA CIDADE ,TA UMA BAGUNÇA E PRONTO FINAL ,AGORA EU PERGUNTO ,O QUE GARANHUNS GANHA SENDO ENVELHECIDA NA HISTÓRIA?
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