Estava há poucos dias atrás com um amigo em uma mesa de bar, e inesperadamente ele me pergunta:
- Jorge, que porra é coxinha?
Pensei
um pouco e lhe disse:
- Coxinha é assim... um
jeito de ser.
E
ele:
- Como assim?
- Assim, um jeito babaca
de ser. Disse.
Sabia
que estava sendo lacônico, então procurei ser mais explícito:
- Olha, todo coxinha é de direita. Isso não
quer dizer que todo mundo que opta pela direita seja um coxinha. Também, é necessário
ver que o coxinha tem características próprias. Ele geralmente é burro, mas
acha que entende das coisas, é bruto, chegando facilmente a cometer atos
violentos. Quando ele discute política, tema que requer conhecimentos
universais, ele fica muito exaltado, fala alto, aquela de ganhar no grito, e é
justamente nessa hora que mora o perigo. Olhe, não discuta política com um
coxinha.
Você pode ser agredido.
Ele é intolerante, não aceita o contraditório, só ele está certo. Até porque
ele viu e ouviu no Jornal Nacional. Alguns até leem a Veja. Ele pode ser jovem,
de meia idade, idoso e também mulher. É, tem mulher coxinha também viu? Claro
que tem. Mas os homens são mais característicos. Concluí.
Nesse
momento, o amigo me perguntou:
- Por quê de direita? O
que é ser de direita?
- Rapaz, é o seguinte: Esses
termos de direita, de centro e de esquerda, vem lá da Revolução Francesa, que
ocorreu em 1789. Com a queda da aristocracia (governo real) e a ascensão da
burguesia ao poder, o posicionamento, ou seja, o local onde os deputados
sentavam no Parlamento, logo após à Revolução, era o seguinte: Os Absolutistas
(queriam à volta da aristocracia), eram reacionários, não admitiam à revolução,
estes ficavam à direita. No centro se posicionavam os Girondinos, que eram
revolucionários, mas representavam a alta Burguesia e não queriam que a plebe
tivesse muitas conquistas.
Na esquerda, posicionavam-se os Jacobinos. Esses, representantes da baixa Burguesia, defendiam a participação do povo na nova modalidade de governo que se instalara na França e logo em seguida contaminou e ruíram todos os governos absolutistas da Europa. Com exceção da aristocracia da Rússia, que só caiu em 1917.
Na esquerda, posicionavam-se os Jacobinos. Esses, representantes da baixa Burguesia, defendiam a participação do povo na nova modalidade de governo que se instalara na França e logo em seguida contaminou e ruíram todos os governos absolutistas da Europa. Com exceção da aristocracia da Rússia, que só caiu em 1917.
Quando
eu ainda concluía minha ideia, surge ao nosso lado uma senhora com um
recipiente térmico e me interrompe perguntando:
- O senhor vai querer
comprar coxinhas? está bem quentinha, eu acabei de fazê-las.
Olhei
para ela e educadamente falei:
- Muito obrigado senhora.
*Jorge
Remígio é sertanejo de Custódia, Pernambuco, e radicado na Paraíba. É advogado e
estudioso de temáticas nordestinas como coronelismo, messianismo e cangaço.
Nenhum comentário:
Postar um comentário