ESPECIAL - O Brasil tem uma tradição de
grandes cantoras: Elizeth Cardoso, que era chamada de a Divina, Dolores Duran,
Ângela Maria, Núbia Lafayette, Maria Betânia, Gal Costa, Elis Regina, Simone,
Nara Leão, Cássia Eller, Marisa Monte, Clara Nunes, Alcione, Maysa, Adriana
Calcanhoto, Ana Carolina, Rita Lee, Vanessa da Mata, Maria Gadu...
De quase todas elas já foi
publicado um perfil aqui no blog, numa série intitulada “Grandes Nomes da MPB.
Faltou escrever, porém, sobre
uma das melhores, talvez a melhor cantora brasileira de todos os tempos: Dalva
de Oliveira, que fez sucesso a partir dos anos 40 e só deixou de brilhar no
firmamento da música popular brasileira, quando foi chamada para reforçar o
coral celestial, em 1972.
Filha de um carpinteiro e de
uma portuguesa naturalizada brasileira, que trabalhou com serviços domésticos,
Vicentina de Paula Oliveira, nasceu em
Rio Claro, no interior de São Paulo e antes de se tornar uma celebridade no
meio artístico foi faxineira, arrumadeira, babá e ajudante de restaurante.
Vicentina, que adotaria
depois o nome artístico de Dalva, por sugestão da mãe, perdeu o pai quando
tinha apenas oito anos de idade.
Com a morte do marido, Mário
Antônio, a viúva Alice do Espírito Santo resolveu levar Dalva e as três irmãs
para morar na capital do Estado.
Enquanto a mãe trabalhava as
meninas ficavam no internato Tamandaré, onde Vicentina Paula teve aulas de
piano, órgão e canto.
Dalva deixou o internato em
1928, por conta de uma infecção nos olhos e então foi trabalhar. Foi faxineira
numa escola de dança onde havia um piano e nesse local descobriu seu potencial
de voz como cantora e então pensou em seguir a carreira artística. Teve o apoio
de Dona Alice, que decidiu mudar para o Rio de Janeiro, entendendo que na então
capital da República a filha teria mais chances.
No Rio a jovem cantora começou
a se apresentar nas rádios, inclusive na Sociedade e Cruzeiro do Sul, onde se
subiu ao palco ao lado do compositor Noel Rosa e outros nomes importantes da
música brasileira da época.
Em 1936 Dalva de Oliveira
conheceu o compositor Herivelto Martins, com quem casou no ano seguinte. Ela e
o marido, mais o cantor Nilo Chagas formaram o Trio de Ouro, que durante anos fez
sucesso no Brasil e no exterior.
Dez anos depois de casados,
em 1947, Herivelto e Dalva se separaram, de maneira nada amistosa, com o escândalo
sendo noticiado pelos jornais e emissoras de rádio (a TV ainda não havia
chegado ao Brasil).
Os dois tiveram dois filhos, um deles o cantor Pery Ribeiro, que aparece em alguns vídeos de programas de televisão falando sobre o relacionamento conturbado dos pais.
Dalva seguiu carreira sozinha
conquistando cada vez mais público e graças aos seus agudos, a voz privilegiada
e ao repertório caprichado, chegou a ser comparada à francesa Edith Piaf.
Existem vídeos da cantora se
apresentando no início dos anos 70, na TV Tupi e outros veículos de
comunicação. Ela aparece já envelhecida, aparentando mais idade do que tinha,
sem os traços de beleza da juventude.
Morreu em 1972, vítima de uma
hemorragia no esôfago.
Dentre as músicas que fizeram
mais sucesso na voz de Dalva de Oliveira estão Hino ao Amor, A Noite do Meu
Bem, Segredo, Fim de Caso e Bandeira Branca. Esta última canção ela gravou já
nos seus últimos anos de vida.
Em 2010 a TV Globo produziu a
minissérie “Dalva e Herivelto”, que conta a história do casal, interpretado na
telinha pelos atores Fábio Assunção e Adriana Esteves.
Dennis Carvalho, diretor do
programa, revelou numa entrevista que ao ver uma foto da atriz não teve dúvida:
“É esta. A Adriana é a atriz que vai viver a Dalva na televisão”.
A partir do estrondoso da
série Dalva de Oliveira ficou conhecida dos mais jovens e foi “redescoberta”
pelos que têm mais idade.
Pery Ribeiro fez rasgados elogios à série da Globo, feliz pela oportunidades dos mais moços tomarem conhecimento da importância de Dalva e Herivelto na música popular.
Existem blogs, páginas no
Facebook, documentários e vídeos no YouTube eternizando o nome da cantora, sem
dúvida um dos grandes nomes da música popular nacional, tendo no auge do
sucesso sido eleita “Rainha da Voz” e “Rainha do Rádio”.
Maria Betânia, a irmã do Caetano, considerada uma das grandes vozes da MPB, revelou numa entrevista da televisão que ouvia muito Dalva quando morava em Santo Amaro, no interior da Bahia. "Sou fã dela", confessou.
Maria Betânia, a irmã do Caetano, considerada uma das grandes vozes da MPB, revelou numa entrevista da televisão que ouvia muito Dalva quando morava em Santo Amaro, no interior da Bahia. "Sou fã dela", confessou.
Para você comprovar que não
há exageros no texto, com relação a Dalva de Oliveira, confira o vídeo abaixo, com belas
imagens, e a voz sem igual da artista interpretando “Hino ao Amor”, uma versão
do original francês, gravado por Edith
Piaf:
https://www.youtube.com/watch?v=4jjeX1aoYms
*O texto foi construído a partir dos vídeos que assisti no YouTube com depoimentos, documentários, entrevistas e músicas da cantora. Também foi consultada a biografia do site letras.com.br/
*O texto foi construído a partir dos vídeos que assisti no YouTube com depoimentos, documentários, entrevistas e músicas da cantora. Também foi consultada a biografia do site letras.com.br/
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