Sempre a população exercerá a sua
sabedoria, quando quiser, evidentemente e contrariamente ao que os políticos
queiram.
As condições materiais para análise
política são ditadas pelos verdadeiros atores políticos: as pessoas.
Considerando que não havia segundo turno para o governo do Estado, a população
de Pernambuco resolveu nacionalizar o processo eleitoral, à revelia das lideranças
estaduais (Jarbas; Paulo Câmara; Geraldo Júlio; Mendonça Filho; Humberto Costa;
Edilson Silva; Teresa Leitão; Renata Campos; João Lyra; João Paulo; e tantos
outros).
Após a “Refundação” e a conquista do
poder central, o PT se transformou
num partido político de Centro, ora
oscilando para Centro-direita, ora para a Centro-esquerda. É um Partido da
Ordem Burguesa, assim como o é o PSDB.
A Política Social Compensatória,
iniciada no governo FHC, através do
Programa Comunidade Solidária (Bolsa Escola; Vale Gás, etc), habilmente
transformada pelo PT em “Bolsa Família”,
tem um viés eleitoral e pesa sim a favor do governo, independente de coloração
partidária.
O voto destinado a presidente Dilma,
foi também oriundo de uma parcela da população progressista, ou de esquerda, a
qual acredita na falsa ilusão de que o PT é um partido de "esquerda".
Trata-se de um amor Platônico, não correspondido pelo PT.
A população sabe que o PT, nos governos
Lula e Dilma, destinaram verbas generosas para o governo Eduardo Campos, o qual
habilmente escondia a autoria das mesmas, apartando-as da escala federal. A
FIAT, recentemente instalada em Goiana/PE, é o retrato das concessões generosas
do governo federal ao governo estadual do ex-governador, falecido, Eduardo
Campos. Esse procedimento do PT, no segundo turno das eleições para Presidente
da República, colando no empreendimento
FIAT de Goiana/PE, enfraqueceu as iniciativas da articuladora do PSB,
Renata Campos. Foi uma ação sutil do PT, mas de grande impacto eleitoral.
É verdade que as lideranças do PT, ora
associadas ao burguês e senador Armando Monteiro, estão fragilizadas no
contexto estadual.
Igualmente, é verdade que Lula é uma liderança nacional, muito
perigoso na política, e é filho natural do ex-distrito de Garanhuns, hoje
cidade, Caetés, Pernambuco. Há um casamento insolúvel de Lula com a população
de Pernambuco. Portanto, o ex-presidente Lula, foi o principal abonador e arquiteto da vitória de Dilma em Pernambuco.
No segundo turno houveram manifestações isoladas e acanhadas das
lideranças do PSDB e do PSB, e demais partidos afins, em PE. Isso quer dizer,
que a maioria dos Prefeitos do PSB, e demais políticos pró-Aécio, não vestiram
a camisa plena do Aécio, enfraquecendo a sua campanha. Vide exemplo do empenho
das lideranças políticas pró-Aécio, capitalizando a vitória do mesmo em Taquaritinga do Norte/PE.
A maioria esmagadora da população não é
progressista e muito menos esquerdista. Pelo exposto até aqui, podemos dizer
que a população que queria “mudança”, votou no Aécio. Ou à Direita, não tem o
direito de defender as suas “mudanças”?
A presidente Dilma, representa o
continuismo de um governo que chega ao 12º ano consecutivo sem mover uma
palha sequer em favor da transformação da sociedade brasileira para contribuir
com a cicratização da nossa história em face da exploração do homem pelo
próprio homem. Afinal, o PT, com auxílio
do PC do B, este último hegemônico no
movimento estudantil, arrefeceram o movimento popular brasileiro sob os
aplausos da burguesia. Vide as manifestações apartidárias, descontroladas e
anarquistas de junho de 2013.
Houve negação, parcial, a Aécio em Minas Gerais e não em Pernambuco.
O Pernambu-cano é perdido de amor por Lula e mais ninguém. Em Pernambuco, Dilma
é apenas afilhada de Lula, conhecida
popularmente como a "mulher" (sem vinculação amorosa) do homem
(Lula).
A população ainda não se expressou
sobre a palavra "Mudança". Quais? A presidente Dilma, também
não disse quais são as “Mudanças”. Aécio e Marina, também falaram em
"Mudança". Quais? Finalmente, quem está enrolando quem?
Sobre
a vitória de Paulo Câmara, para governador,
nas eleições de 05.10.2014, pode-se dizer que
os seus marqueteiros, habilmente
souberam transformá-lo no candidato do ex-governador Eduardo Campos.
Logo, o Paulo Câmara, ganharia a eleição com ou sem a presença física de
Eduardo Campos. Sendo assim, pensar que foi a emoção que deu a vitória a Paulo
Câmara, em PE, é uma atitude ingênua. Armando Monteiro, chegou aos 43%
de aceitação, até o momento em que a população imaginava que ele era o
candidato de Eduardo Campos. Nos Debates o Armando Monteiro, colecionou
antipatia pela sua arrogância patriarcal contra o candidato Paulo Câmara,
afilhado do ex-governador, falecido, Eduardo Campos. Além do Paulo
Câmara, ter mais identificação com a
juventude, do que o cinqüentão Armando Monteiro.
Os setores em Pernambuco, que não
aceitam o PT, habitam no PSOL, PCB, PSTU, PSDB, PPS, DEM, PMDB e porque
não dizer, nos eleitores do ex-candidato a presidente Aécio Neves. É uma geleia
geral.
As pessoas se mobilizam na maioria das
vezes no terreno das ilusões. Era esse o sentimento que unificava as pessoas,
sejam Dilmistas, Lulistas, Petistas, Psolistas, ou não, as quais se encontravam
na comemoração da vitória de Dilma, realizada na noite de 26.10.2014, no Marco
Zero, Recife/PE.
Por fim, imagino
que não existe a expressão de que o governo antidemocrático da
presidente Dilma, vai dialogar com as "mudanças" (quais?), infantilmente pretendidas pelas pessoas ou
partidos políticos, uma vez que o governo Dilma vai priorizar dialogar com as
Classes Dominantes do país, visando acalmar o Mercado.
Paulo Camelo de Holanda Cavalcanti,
engenheiro civil, ex-candidato a Deputado Federal pelo PSOL/PE