SER ESPECIAL É SER FELIZ - por Virginia Spinassé
Contei esta história para algumas pessoas, mas faço questão de deixar registrada neste blog.
Tudo começou quando em 27 de abril de 1984 nasceu nosso primeiro filho – AUGUSTO. Foi a minha primeira experiência com uma criança! Morava numa cidade com poucos recursos e sem familiares por perto.
Entretanto, o instinto materno foi me fazendo perceber que havia alguma coisa diferente com o meu filho. O desenvolvimento era lento: demorou a sentar, a engatinhar, a andar, a falar...
Em uma das visitas ao pediatra, quando Augusto estava com dois anos e eu grávida da minha filha Heloisa, ele me indicou uma fonoaudióloga, por conta da demora da fala. Através dela – Ruth Araújo (a quem agradecerei eternamente), passamos a procurar outros especialistas para examinarem Augusto.
Diagnósticos? Muitos! Ouvi de tudo: de psicose infantil a autismo.
Explicações? Mínimas.
Soluções? Nenhuma.
De acordo com um excelente médico de Garanhuns – o único que há pouco tempo nos deu um diagnóstico coerente - nosso filho tem “retardo mental não identificado e outros transtornos de comportamentos”.
A realidade: um atraso no desenvolvimento da coordenação motora e uma deficiência intelectual que fazem com que Augusto tenha um comportamento diferente dos adultos considerados normais. Preferimos dizer que ele é ESPECIAL.
A história é longa, afinal Augusto tem 27 anos e desde que completou dois anos buscamos tudo que é possível para ele se desenvolva.
A pior parte: os preconceitos! A ignorância do ser humano frente àquilo que ele considera anormal.
A melhor parte: Os anjos que encontramos na nossa caminhada. Essas pessoas maravilhosas que nos apoiaram e apóiam na luta pelo desenvolvimento e pela INCLUSÃO de AUGUSTO na sociedade.
AUGUSTO é um anjo que quebrou as asas lá no céu e caiu, chegando assim em nossas vidas. Ter um anjo particular é privilégio de poucos. Com ele aprendemos a amar incondicionalmente. Aprendemos a ter paciência e compaixão. Aprendemos que o preconceito dói! Aprendemos a respeitar as pessoas apesar das diferenças.
Ter AUGUSTO nos tornou seres humanos melhores e mais felizes. Nossa existência foi transformada!
AUGUSTO nos dá grandes lições de vida. Recentemente ele nos emocionou até as lágrimas e nos fez refletir um pouco mais sobre a vida e o que fazemos com ela.
Vamos ao momento:
Estávamos em uma lanchonete da cidade quando entrou uma pessoa conhecida que também tem um filho nas mesmas condições do nosso. Então se deu a seguinte conversa:
Augusto:"Pai, Mãe! Olha lá: aquele é o filho dela. Ele é especial!"
Pai: "É mesmo?"
Augusto:"É! E eu também sou especial!"
Mãe: "O que é ser especial?"
Augusto:"É ser feliz! Eu sou muito feliz!!!!"
SER ESPECIAL É SER FELIZ! VAMOS TENTAR SER ESPECIAIS TAMBÉM?
É TÃO SIMPLES...
**Virgínia Spinassé, na foto acima, é casada com Albérico Bezerra (Betinho). Trabalhou no Correio de Capoeiras, na Refinações de Milho de Garanhuns e atualmente é professora e coordenadora na AESGA.
Querida Virgínia,
ResponderExcluirQuando você me enviou a narrativa deste belo testemunho de vida explicitado por Augusto fiquei emocionado chegando, inclusivamente, a partilhar com pessoas amigas o fato, e as mesmas tiveram o mesmo sentimento.
Que bom você ter feito comum a todos esta história, que conheço desde o seu início; que ela nos possa fazer aprender a amar de modo incondicional, olhando a todos por sua singularidade, que sempre enriquece e transforma os nossos conceitos pré concebidos, sempre tão limitados e as vezes até de discriminação.
Com uma abraço extensivo a toda família Spinassé de Melo, que aprendeu com Augusto a ser mais feliz!
Cleilton (d. Hugo, mb)
Lindo depoimento da professora, confesso que chorei ao ler tendo o meu filhinho por perto.
ResponderExcluirRealmente Virgínia, seu filho é muito ESPECIAL!
ResponderExcluirLindo seu depoimento, fiquei emocionada!
Conheço Augusto e posso dizer que ele consegue fazer com que as pessoa ao seu lado se sintam felizes com um simples sorriso e aquele abraço gostoso que ele tem.
Parabéns por sua linda família.
Giselle Correia Branco
Roberto!
ResponderExcluirObrigada por publicar meu texto. Essa é uma forma de alertar as pessoas para o grande mau do preconceito!
Forte abraço também ao Cleilton, que conhece bem nossa história.
Oi Roberto adorei a historia da Virginia e do Augusto, tenho uma historia parecida com a dela e gostaria de entrar em contato, por favor me ajude a fazer contato(thais_ferreira@hotmail.com.br)meu blog é(umamaeparatres.blogspot) abraços Thais.
ResponderExcluirBela mensagem também confesso que me emocionei muito!
ResponderExcluirEssa Música que mando no link abixo é muito linda, e segue a sua mensagem
http://www.4shared.com/audio/TXuZ3gKR/Lazaro-Mesmo_assim_te_louvarei.htm
Neilton Cavalcanti