QUINTETO VIOLADO
Liderado pelo garanhuense Toinho Alves, que morreu em 2009, o Quinteto Violado surgiu em 1970, fazendo shows no circuito universitário do Recife. Em 71, numa apresentação no teatro de Nova Jerusalém, em Fazenda Nova, foi descoberto pelo cantor Gilberto Gil que ficou entusiasmado com o grupo. O conjunto regional não tinha nem nome ainda, mas foram chamados de “Violados” e como eram cinco ficou fácil batizar os rapazes que fariam história na Música Popular Brasileira.
A formação inicial do Quinteto foi a seguinte: Toinho Alves, o paraibana Marcele Melo, o pernambucano de Limoeiro Fernando Filizola, Luciano Pimentel, da mesma cidade do Agreste Pernambucana, e Alexandre Johnson dos Anjos, o Sando, excelente flautista, também natural de Garanhuns, como o líder do grupo. Ao longo do tempo os Violados tiveram diversos integrantes, embora o estilo tenha permanecido o mesmo, com valorização da música regional e um trabalho de pesquisa relacionado com a produção cultural de Pernambuco e do Nordeste.
O primeiro disco do Quinteto Violado, lançado em 1972, foi um acontecimento no cenário da música pernambucana e brasileira. O vinil trouxe uma versão de Asa Branca que encantou o público, a crítica e a própria classe artística. Mesmo Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, aprovou o trabalho diferenciado dos músicos nordestinos.
O LP, com 11 músicas, fazia uma outra leitura de sucessos de Gonzagão, como Vozes da Seca e Acauã, mas não se limitava a regravar o sanfoneiro de Exu. Frevos, cirandas e até uma “Marcha dos Índios Quiriris” integravam o álbum.
Com esse disco o grupo musical pernambucano passou a ser conhecido nacionalmente e fazer shows nas principais capitais do País. O grupo se apresentou em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Salvador e o vinil, muito bem acolhido como uma boa novidade na MPB, foi lançado até no Japão.
No ano seguinte o Quinteto lançou Berra Boi. O nome do disco e do espetáculo foi tirado de um brinquedo fabricado com corda de caruá e barro, vendido nas feiras do interior nordestino. Esse segundo álbum é tão bom quanto o primeiro e brindou os fãs dos Violados com algumas obras primas. Destaque para “Vaquejada”, de Toinho Alves, que exalta a mais famosa festa de vaqueiros do interior pernambucano, realizada anualmente em Surubim, no Agreste do Estado. O vinil inclui ainda a animada “Forró de Dominguinhos” e a bela “Cavalo Marinho”, uma adaptação do folclore pernambucano feita por Luciano Pimentel e Fernando Filizola.
O espetáculo “A Feira”, de 1974, teve a participação de Elba Ramalho, que praticamente foi lançada como cantora neste show. O disco, com o mesmo título, vai de Luiz Gonzaga (Assum Preto e Pau de Arara) a Geraldo Vandré (Disparada), passando por Gilberto Gil (Procissão) e Caetano Veloso (Ave Maria). Há uma música muito interessante, “O Gemedor”, dedicada a uma preciosidade ainda hoje existente no interior do Nordeste: o carro de boi. Como nos trabalhos anteriores, Toinho Alves e Marcelo Melo também comparecem com composições próprias.
A partir desses três primeiros álbuns o Quinteto Violado se consolidou com um dos grupos mais originais da Música Brasileira. Ao longo de mais de 40 anos lançaram perto de 50 discos, viajaram por todo o Brasil, América Latina, Europa e outros continentes. Criaram a “Fundação Quinteto Violado” para profissionalizar ainda mais o trabalho de pesquisa e apoiar novos artistas de Pernambuco e outras regiões nordestinas.
Outros discos desse grupo pernambucano que merecem ser mencionados são “Folguedo”, gravado em Olinda, “Missa do Vaqueiro”, celebrando o famoso evento realizado todos os anos em Serrita, no Sertão pernambucano, “Antologia do Baião”, “Coisas que Lua Canta”, Quinteto Canta Vandré, Desafio, Algaroba e Ilhas do Cabo Verde.
A partir dos anos 90 o Quinteto passou a ter uma participação importante também no Carnaval do Recife, uma das maiores festas de rua do Brasil. Em Garanhuns Toinho Alves e sua turma sempre tiveram uma presença marcante, fazendo shows e sendo um dos idealizadores do Palco de Música Instrumental, montado durante o Festival de Inverno, no Parque Ruber van der Linden.
Mesmo com a morte de Toinho o Quinteto Violado sobrevive, inclusive com a participação de um dos seus filhos no grupo. Este ano, numa boa lembrança da Fundarpe, estarão novamente participando do FIG, se apresentando num lugar que é a sua casa: o Pau Pombo.
Não há a menor dúvida de que o Quinteto é um capítulo importante da História da Música Popular Brasileira nos últimos 40 anos. (Na foto o Quinteto Violado ainda com Toinho Alves).
Quantas belíssimas apresentaçãoes do Quinteto Violado, assistimos em Garanhuns, na televisão.
ResponderExcluirMúsicas imortais no Rádio.
Vinhetas imortais na Rádio Jornal.
São imortais!
São nossos, são de Garanhuns, do Agreste.
Salve o Quinteto Violado, que faz parte das nossas vidas, estudantes das décadas de 70, 80, 90 e por aí vai.
Nobres Cantadores admirados em todo o Brasil.
São referência para estudos em pról do crescimento da Nação.
Roberto Brito
Paranatama-PE