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FILMES INEQUECÍVEIS - 50º

AMADEUS

Milos Forman é um cineasta de origem checa que vive nos Estados Unidos desde a década de 60 e que desde 1977 conquistou a cidadania americana. Esse diretor, que passou boa parte de sua vida num país comunista, realizou algumas das grandes obras do cinema mundial nas décadas de 70 e 80, principalmente. No currículo do cineasta se destacam Lanterna Mágica, Ragtime,  O Povo versus Larry Flynt , o musical Hair – uma verdadeira viagem que encantou os jovens no final dos anos 70 – e Amadeus, o filme que comentamos hoje, dentro desta série do blog.

Existem filmes ruins, regulares, bons, descartáveis, ótimos, excelentes, extraordinários. Nesta série temos procurado escrever sobre trabalhos considerados (de um ponto de vista mais pessoal) bons, reconhecendo, porém que nem todos os incluídos na relação são excepcionais. Ladrões de Bicicleta (Di Sica) Luzes da Cidade (Chaplin) e Janela Indiscreta (Hithcock) são clássicos autorais, filmes diferenciados, que vão fazer parte da galeria das grandes produções de todos os tempos. Peg Sue (Coppola)  e Em Algum Lugar do Passado (Jeannot Szwarc) estão entre os 100 que pretendo avaliar mas por gosto pessoal, pela dose de romantismo e fantasia, bem do meu agrado, sem que eu pretenda igualá-los a O Poderoso Chefão (também de Francis Ford Coppola), Casablanca ou Ben Hur, por exemplo.

Já esse Amadeus, do checo Milos Forman, entra na categoria dos filmes monumentais, uma obra prima não apenas para este jornalista - um simples apaixonado pela arte cinematográfica - como para a maioria dos críticos internacionais. Esse longa, de 1984, foi indicado a 53 prêmios após o seu lançamento e conquistou nada menos do que 40, inclusive 8 Oscar da Academia de Hollywood. Assim, só não reconhece os méritos desse trabalho quem é louco ou não tem a menor noção do que é cinema e cultura.

Sim, porque esta obra de Milos Forman é muito mais do que um filme. É um banho de Cinema, com muito de História,  Teatro, Literatura e sobretudo Música Clássica.

Baseado numa peça de teatro de Peter Shaffer, que escreveu o roteiro para o cinema, o filme do checo mostra toda a genialidade de Wolfgang Amadeus Mozart, o músico austríaco que começou a encantar o mundo no período clássico quando tinha apenas quatro anos de idade.

Interessante é que a história é contada por Antônio Salieri, também compositor de música erudita, um autor frustrado e “brigado com Deus” por este não ter lhe dado o talento que desejou. Toda inspiração, a seu ver, foi destinada pelo Criador a um jovem meio moleque e anárquico chamado Mozart.

O filme começa com Salieri velho, num hospício, após uma tentativa de suicídio. Chega um padre para ouvi-lo, a princípio o músico se mostra arredio, mas depois começa a se abrir e vai revelando todos os seus segredos, o sentimento de inveja em relação a Mozart, tudo que fez para prejudicar o rival e até um plano para matá-lo e se apropriar de sua última obra,  um réquiem (música sacra destinada a alma dos mortos).

Além do perfeccionismo de Milos Forman - impecável neste filme em todos os momentos das três horas ou mais de duração do longa - destaque para os atores F. Murray Abrahan (Salieri) e Tom Hulce (Mozart), que estão muito bem em suas interpretações. O primeiro inclusive ficou com a estatueta dourada de Melhor Ator de 1985.

Revi essa obra de arte hoje pela manhã, em casa, num DVD original comprado na Americanas, no período do Carnaval. Imagine você ter um tesouro desses para você pelo resto dos seus dias e desembolsar pouco mais de 10 reais. Esses detalhes, contudo, são só para descontrair um pouco o meu amigo (a) leitor (a). O importante mesmo é o filme e posso confessar que mesmo na tela pequena é possível perceber toda a grandeza dessa produção americana.

No cinema assisti no velho Veneza da Rua do Hospício, tantas vezes citado neste blog. Naquela tela enorme, com a experiência coletiva, Amadeus deslumbrou o então jovem jornalista e o fez ficar apaixonado pelo som criado pelo austríaco. Entendo praticamente nada de música clássica e erudita, porém a meu ver Beethoven, Mozart e Vivaldi são os três maiores nessa área.

Em Amadeus você recebe informações sobre a vida do compositor, se delicia com suas criações, suas tiradas, os concertos, as óperas e se compadece um pouco com sua pouca praticidade.  Wolfgang Mozart, como outros gênios, era iluminado, incomparável em sua arte. Não sabia, contudo,  nem ganhar e muito menos como gastar dinheiro e sua casa, seu lar, era caótico e sua esposa e filho sofriam com as atribulações do artista.

Milos Forman nos possibilita, com seu filme, fazer uma viagem a Viena das primeiras décadas do século XIX, observar os costumes da época, o poder de um imperador e a pequenez dos áulicos que cercam o governante. Neste aspecto, se vê que o mundo mudou pouco.

Afora a mediocridade dos bajuladores do monarca e a inveja de Salieri, sobressai em Amadeus a beleza das imagens, a bela reconstituição de época, os figurinos, o talento do rico elenco do filme e a música que entra nos momentos certos,  em quase todas as cenas com a presença ingênua e bem humorada de Mozart.

Nos Estados Unidos, uma importante associação ligada ao cinema elegeu Amadeus o 53º melhor filme feito no país desde que a indústria cinematográfica foi fundada. Não conheço os outros 52 da relação, mas estou certo que não é fácil encontrar um número igual de produções iguais a esta dirigida pelo checo.

Amadeus é uma festa para os olhos, é um presente a ouvidos educados, é uma obra para ser absorvida com naturalidade e prazer estético por todos os sentidos.

Só mesmo um cineasta de grande talento, como é o caso de Forman, poderia ter se saído tão bem levando para as telas uma obra como essa.

Como a música do austríaco, que está aí há quase 200 anos, este filme também resistirá ao tempo e será sempre um documento e uma obra de arte dedicada a um dos gênios da humanidade que foi Wolfgang Amadeus Mozart.

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