Sereno e simples, o artista sabe da responsabilidade que tem em levar ao seu público a proposta musical de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Jackson do Pandeiro, dentre outros cantores do verdadeiro forró nordestino.
E levou. O público de ontem poderia perfeitamente bater no peito e explicitar seu orgulho em ser "da terra [em] que o povo padece, mas não esmorece e procura vencer, da terra querida, que a linda cabocla, de riso na boca zomba no sofrer", como disse Patativa do Assaré.
Sem precisar apelar para bailarinas seminuas no palco ou músicas que depreciam a mulher e exaltam o álcool e a infidelidade, Flávio José provou o que pregou o Mestre Ariano Suassuna, "de que é preciso proporcionar ao povo espetáculos de qualidade para que as pessoas possam escolher o que querem", naquela famosa analogia que fazia, ao perguntar "se já tinham dado carne a um cachorro, para afirmar que ele gostava de osso."
Com uma excelente banda e "back vocals" que deram um show a parte, Flávio José tocou e cantou músicas do seu repertório, que diga-se de passagem são todas sucesso, fazendo com que o público cantasse todas, mas também passeou pelas canções de artistas como Antônio Barros e Cecéu, Assisão, Flávio Leandro, Trio Nordestino, e claro, Luiz Gonzaga, o nome maior da música nordestina.
Como acontece em todas suas apresentações, o conterrâneo de Pinto do Monteiro encerrou cantando "Tudo é do Pai" e "Deus Está Aqui Neste Momento", músicas católicas que fazem sucesso nas vozes de vários artistas, como os padres Marcelo Rossi e Reginaldo Manzotti, respectivamente.
Foi lindo!
Que nosso povo tenha mais Flávios Josés e Leandros, mais Petrúcios Amorins e Macieis Melo, que tenham o direito de receber doses grandes de nordestinidade.
Viva Flávio José, viva Capoeiras, viva a música nordestina!
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