Contudo, em meio ao som vibrante e acelerado das redes sociais, há um fenômeno inquietante: muitos dos que moldaram nossa cultura, de escritores a compositores, caem no esquecimento, relegados ao limbo do “quem é este?”.
Os novos aderentes da modernidade mal conhecem os mestres que pavimentaram o caminho por onde caminham.
A escalabilidade da vida, como um rio que altera seu curso, transforma a forma como consumimos e retemos informação.
O imediatismo, impulsionado pelo turbilhão das mídias digitais, faz com que as histórias complexas e ricas de nossa herança cultural sejam reduzidas a meros fragmentos: tweets, posts, vídeos curtos.
Aqueles que outrora evocavam profundas reflexões agora se tornam ecos distantes, silenciados por uma urgência que privilegia o presente sobre o passado.
É alarmante notar que, enquanto a tecnologia avança a passos largos, a memória coletiva se empobrece.
O conhecimento dos nossos antepassados, que poderia servir como alicerce para decisões mais sábias, é relegado à sombra de uma cultura efêmera que valoriza a superficialidade e a instantaneidade.
E assim, a história, rica de lições e experiências, fica à margem, como se presa na teoria do espaço-tempo de Einstein, desafiando a lógica do aprendizado que requer revisão e reflexão.
Nos dias de hoje, quem lê jornais?
A informação foi condensada em formatos tão breves que às vezes mal nos permite entender o contexto de um fato ou a profundidade de uma ideia.
A fofoca, aquiescente e atemporal, continua a fluir, agravada pela avalanche de compartilhamentos nas redes.
O que antes era construído pela leitura, agora se reduz ao swipe de uma tela, deixando pouco espaço para a contemplação e o entendimento profundo.
A realidade é clara: um povo sem memória é um povo sem futuro.
À medida que avançamos, esquecemos das mãos que moldaram o barro do conhecimento que hoje pisamos.
A humanidade não pode se dar ao luxo de ser obsoleta, tanto em pensamento quanto em prática.
O conhecimento dos nossos antepassados deve ser celebrado, preservado, discutido e transmitido, como um legado vital que nos impede de repetir erros e nos encoraja a inovar com responsabilidade.
Portanto, nesse turbilhão de informações instantâneas, é crucial levantar questões: quem são aqueles que vieram antes de nós? Quem são os autores, os artistas, os pensadores que teceram a tapeçaria da nossa cultura?
Ao resgatar esses fios do passado, não apenas honramos suas contribuições, mas também fortalecemos nossa identidade coletiva.
Viva a vida! Viva o saber! Que possamos cultivar a memória e, assim, moldar um futuro mais consciente.
*Geovani Oliveira é advogado, natural de Garanhuns, foi prefeito de Itaquitinga, município da Mata Norte de Pernambuco.
**Imagem: Lide Paraná
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