O NORDESTE MUDOU E O VOTO MIGROU DA DIREITA PARA A ESQUERDA

Por Roberto Almeida

Em 1970 eu tinha apenas 13 anos. Criança criada em Capoeiras, aos 9 vim morar em Garanhuns.

Só fui conhecer a capital quando tinha 18 anos.

Lembro que em 70 uma grande seca castigou o Nordeste.

A região nordestina era pobre (muito mais que nos tempos atuais), a seca agravava a pobreza, mas o problema nunca foi somente a falta d´água.

Os governos nunca fizeram nada de efetivo para reduzir as desigualdades, desenvolver o Nordeste.

Isso vale para os generais presidentes, Sarney e Collor, nordestinos, e Fernando Henrique Cardoso, paulista.

Com a chegada de Lula à presidência, na eleição de 2002, a situação começou a mudar.

Lula e sua sucessora, Dilma Rousseff, realmente transformaram a realidade nordestina.

Não é uma questão de opinião, de ideologia, de esquerda e direita. É um fato.

Quem começou a falar em transposição do Rio São Francisco foi o imperador Dom Pedro I, no século XIX.

Mas foi Luiz Inácio da Silva, no século XXI, quem tirou a ideia do papel.

Esse projeto está perto de ser concluído e o impacto é enorme, na região do semiárido nordestino.

Com Lula e Dilma o Nordeste começou a crescer num ritmo maior que outras regiões do Brasil.

Esse crescimento chegou a 33% antes do golpe que tirou Dilma do poder.

Um dos mais importantes projeto do presidente Lula, o Bolsa Família, teve maior impacto no Nordeste.

Esse programa, criticado pelos que não sabem o que é extrema pobreza, não é meramente assistencialista.

Ao dar uma renda mínima a quem não tem quase nada, o governo criou uma espécie de indústria.

O dinheiro que circula na economia é gasto pelas famílias nas feiras livres, nos mercadinhos de bairro, na padaria, nas farmácias.

Há cidades pequenas do Nordeste em que o dinheiro do Bolsa Família é maior do que o do FPM.

Lula também investiu muito na educação,  na região nordestina.

Criou universidades e institutos de Educação em cidades que sequer sonhavam com instituições de ensino superior.

Um exemplo está aqui mesmo, em Garanhuns, que hoje tem a Universidade do Agreste, por iniciativa de Lula na sua gestão anterior.

Os cursos de doutorado e mestrado também tiveram crescimento nas gestões petista.

Outros programas do PT tiveram maior impacto no Nordeste, a exemplo do Mais Médicos, Minha Casa, Mina Vida e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).

Outro dado importante: as taxas de mortalidade infantil e de analfabetismo caíram,  nas gestões de Lula e Dilma.

O Nordeste que conheci na seca de 70, na época dos governos militares e de outros governantes não é mais o mesmo.

Lógico que muitos pernambucanos, alagoanos, paraibanos, cearenses, baianos, piauienses, maranhenses, sergipanos e norte-rio-grandenses têm essa percepção de que a situação melhorou na região.

O voto em Lula, Dilma e Haddad, nas eleições presidenciais, não foi um voto de ignorância, de pessoas alienadas ou desinformadas.

Foi o voto de quem reconhece o que foi feito, de quem sabe que a vida melhorou graças aos governos petistas.

Não é à toa que estados nordestinos têm dado vitória a candidatos do PT.

Políticos afinados com Lula e filiados ao Partido dos Trabalhadores governam atualmente o Rio Grande do Norte, o Ceará e a Bahia.

Neste último estado, que durante décadas foi comandado pela direita carlista, há vinte ano que o PT está no poder.

No próximo ano, se depender do Nordeste,  Lula será mais uma vez eleito.

Os nordestinos, em sua maioria, sabem que a vida melhorou e pode melhorar ainda mais em suas cidades e seus estados. Por isso fazem essa opção política.