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Pesquisas Eleitorais

BREJÃO RECEBE EXPOSIÇÃO ÁRVORE DA PALAVRA DE ROBERTA GUIMARÃES


A força e a beleza de árvores milenares – como o Baobá, o Iroco (gameleira branca), o Umbuzeiro, a Castanheira do Maranhão e a Munguba – expressam sentimentos ligados à ancestralidade e ao sagrado, mantidos vivos até os dias atuais. As vivências em torno delas, como espaço para conversas, encontros e celebrações, serviu de inspiração para o mais novo trabalho da fotógrafa e artista Roberta Guimarães. 

A exposição “Árvore da Palavra: Território Ancestral, Sagrado e da Criação” inicia nesta quarta-feira (17), e vai até o domingo (21), no Quilombo Curiquinha dos Negros, em Brejão (Agreste). Na abertura, às 18h30, haverá um bate-papo do público com a fotógrafa e a curadora da mostra, Joana D’Arc Lima. 

Ainda em Brejão, no Terreiro de Marina, próximo à exposição, vai ser realizada oficina de formação em técnicas de impressão e cópias a partir de pigmentos extraídos de flores e folhas (antotipia e fitotipia). A atividade é aberta ao público – com capacidade para 15 participantes - e acontecerá nos dias 18 e 19 (quinta e sexta-feira), das 8h30 às 11h30; e das 14h às 16h, no primeiro dia; e apenas pela manhã no encerramento. 

O projeto conta com suporte do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura – Funcultura.

Fotografias - A mostra conta com 57 fotografias, dispostas em 35 paineis confeccionados em tecido tactel, que narram encontros nas Árvores da Palavra em Pernambuco – na Zona da Mata, Agreste e Sertão -–, no Senegal, na Nigéria e no Benin – no continente africano.  As obras estarão distribuídas em cinco núcleos temáticos: memória, ocupação, sagrado, tradição e da pele.

Para a exposição, foram utilizadas as próprias árvores como suportes, – conectadas por meio de varais de cabo-de-aço. As obras, confeccionadas em canvas, material resistentes às intempéries (sol, chuva, vento), estarão em chassis de 90x60, acompanhados de textos narrativos informando sobre o projeto. 

Sertão - A mostra segue para a cidade de Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú. De 24 a 28 de julho, ocupa a Praça Monsenhor Alfredo de Arruda Câmara, também com um descontraído bate-papo com Roberta Guimarães, às 17h, no evento de abertura. Como iniciativa inclusiva, contará com interpretação em LIBRAS. Já a oficina será realizada nos dias 25 e 26. 

Ser vivo - O projeto vem sendo desenvolvido desde 2018, quando a fotógrafa começou a ter contato com autores como Mia Couto, Agualusa, Davi Kopenawa e Ailton Krenak, que tratam da questão ambiental conectada às relações espirituais em várias comunidades. 

“As árvores são a maioria dos seres vivos na terra e são elas que também vivem mais. Precisamos mais delas do que elas de nós. Com minha aproximação do pensamento vegetal desses autores, percebi a importância de apresentar essas relações poéticas, afetivas e ancestrais das pessoas com as árvores”, explica Roberta. “A ideia da exposição não é só trazer as imagens das árvores mas de poder trazer um pouco dos relatos, ou pequenas narrativas dessas relações, aproximando a população da urgente necessidade de preservação e consciência ambiental.”

Tradição – A curadora da mostra, a pesquisadora Joana D’Arc Lima, ressalta a importância das africanas árvores da palavra, que não falavam, apenas escutavam os ruídos, os silêncios, as palavras e os corpos animados e inanimados da mãe natureza.

“Na tradição africana, de maneira geral, essas árvores foram feitas para ouvir todo o vilarejo. Conta-se que todo o vilarejo possui uma árvore da palavra ou dos conselhos. Sob essas árvores, as pessoas sentam para discutir, tomar decisões, contar histórias, buscar conselhos”, diz. 

Ela ressalta que o olhar do espectador, é conduzido pelas lentes de Roberta, consegue identificar os encontros embaixo de árvores, as relações e conexões com a presença de narradores/as, contadores/as de histórias que recolocam as experiências ancestrais de matriz africana e indígena em nosso cotidiano, apesar dos “mundos digitais” que insistem em invadir nossas vidas”, completa.

Pesquisa – As fotografias foram produzidas durante pesquisa com o mesmo nome da exposição – viabilizada pelo Funcultura (2016/2017). O trabalho foi realizado no Recife e nas três outras regiões do estado: Zona da Mata, Agreste e Sertão. Ainda, na Nigéria, Senegal e Benin, países do continente africano. 

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