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Pesquisas Eleitorais

GOVERNADORES PASSAM, MAS GARANHUNS FICA, FIRME, ENTRE SETE COLINAS


Em 2009, o então governador Eduardo Campos sancionou a Lei de número 13.788, considerando o São João de Caruaru como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Pernambuco.

A referida lei foi de autoria da deputada Miriam Lacerda, esposa de Tony Gel, que foi prefeito de Caruaru por dois mandatos e também deputado estadual.

Anos depois o Festival de Inverno de Garanhuns também foi considerado Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de Pernambuco.

A aprovação dessas leis é um reconhecimento da importância dos eventos nas duas cidades, um realizado durante o mês de junho e o outro em julho.

Não é preciso ser advogado para saber que essa outorga, vamos considerar assim, não dá o direito do Estado se apropriar do São João de Caruaru nem do Festival de Inverno de Garanhuns.

Tanto que a festa junina na capital do Agreste sempre é organizada pela prefeitura. O Governo do Estado apenas dá o suporte de recursos.

A autonomia de Caruaru é tal, que o atual prefeito daquele município, Rodrigo Pinheiro, já anunciou que em 2024 os festejos juninos na cidade irão durar mais de 70 dias.

Ninguém do governo contestou, é claro. A cidade é a terra de Raquel Lyra, ela foi prefeita eleita e reeleita e Rodrigo era seu vice e caminha para emplacar um novo mandato, desta vez partindo logo como titular.

Caruaru é quem faz o seu São João, assim como Arcoverde, Petrolina, Bom Conselho e muitas outras cidades de Pernambuco.

Ora, se os outros municípios têm autonomia, realizam seus eventos e o Governo do Estado entra apenas como o apoio financeiro, por que somente Garanhuns precisa ficar preso, acorrentado, submisso ao pedantismo dos funcionários comissionados da Fundarpe de plantão?

Não se trata de guerra nem de briga política, como alguns estão entendendo essa polêmica em torno do Festival de Inverno. Na verdade é muito mais uma questão de honra, de dignidade, de altivez.

Raquel Lyra foi eleita para governar Pernambuco, cuidar dos 184 municípios do estado. Mas não é dona de nenhum deles, precisa respeitar a autonomia dos municípios pequenos, como Jucati e Iati, dos médios, caso de Garanhuns, Gravatá e Arcoverde e dos grandes, como Petrolina,  Olinda e Jaboatão dos Guararapes.

Não se trata, neste momento, de ficar contra ou a favor de Sivaldo Albino. É de ficar ao lado de Garanhuns. Defender sua bandeira, seu hino, sua história, sua importância no Agreste e em todo o Estado de Pernambuco.

Tem gente pra tudo no mundo. Para defender Bolsonaro e seus crimes, apoiar Raquel e seu jeito autoritário de governar, defender o armamento da população, acreditar que a cloroquina salva e a vacina faz virar jacaré.

Assim, por questões políticas alguns - até lideranças políticas do município - estão se posicionando favoravelmente à governadora (ela, neste caso, não faz parte da chamada Legião Estrangeira?) e se voltando contra a própria cidade.

Eu sou bairrista neste momento. Nascido em Capoeiras, vivi em Garanhuns parte da infância e adolescência, passei anos na capital, mas voltei e aqui estou na Cohab II, em janeiro vai completar 30 anos.

Por generosidade da Câmara Municipal, recebi o título de Cidadão de Garanhuns, que é minha cidade por aqui viver e pela honraria concedida pela então vereadora Betânia Monteiro e demais parlamentares da Casa Raimundo de Moraes.

Esta é minha posição pessoal. Acredito, porém, pelo que tenho acompanhado, que o bairrismo, o sentimento de amor pela cidade, faz com que neste momento mais de 90% da população apoia a proposta do prefeito Sivaldo Albino de tomar as rédeas do Festival de Inverno.

O gestor deixou claro que não declarou guerra a ninguém, continua aberto ao diálogo. Apenas quer a mesma autonomia de Caruaru, Arcoverde, Petrolina, Bom Conselho, Gravatá, Triunfo, Pesqueira e outras cidades, na realização de eventos.

A gestão de Raquel Lyra errou feio na organização do Festival de Inverno deste ano. Ficou muito aquém das edições passadas, começou mal e encerrou ontem melancolicamente, com espaços de sobra na Praça Mestre Dominguinhos, principal polo do evento.

Sivaldo Albino mostrou altivez e teve o seu dia de Dom Pedro I, dando o grito de independência.

Ficar contra ele, neste caso específico do FIG, é  ficar contra sua própria terra.

Miguel Arraes passou, passou Jarbas, Joaquim Francisco, Roberto Magalhães, Marco Maciel, Eduardo Campos e Paulo Câmara.

Raquel Lyra também passará. Mas Garanhuns está firme como rocha, cravada entre sete colinas, uma cidade abençoada pela natureza.

Salve Garanhuns! Viva o Festival de Inverno!

2 comentários:

  1. A defesa intransigente do nosso FIG não pode apenas ser protegida por pessoa que governa um município ou estado por 4 ou 8 anos, mas por todos nós. A independência e soberania do nosso FESTIVAL são valores que não dependem de modismo ou coisa que o valha, pois temos a obrigação de permanecer sempre em estado de alerta para não se correr riscos. O nosso FIG tem riquezas culturais, padrões e conteúdos que jamais podem ser negociados. Portanto, nunca é alto o preço de nossa eterna vigilância.

    P.S.: - Há troço mais sem nexo do que a grade de atrações ser anunciada em Recife e não no local onde será realizado o festival.

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  2. Ela passará e nem será reeleita, porque a viúva Por Cima já escolheu o chupador de pirulito - o atual prefeito do Recife - para concorrer a governador. E o pior, ele irá ganhar. Já está todo mundo falando e fofocando sobre isso, aqui no Recife.

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