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GERSON LIMA ESCREVE UM TEXTO ARRETADO SOBRE A SELEÇÃO BRASILEIRA


OBRIGADO, SELEÇÃO BRASILEIRA

Por Gerson Lima

Como sugere Raul Seixas, eu bem que me esforço para ser um “sujeito normal e fazer tudo igual”, procurando até “enxergar na seleção brasileira apenas um time de futebol, como fazem muitos. Mas não tem jeito. Faz tempo que me junto e me transformo num Maluco Beleza tornando metade do país num hospício alegre pela hipnose coletiva de vê-la entrar em campo. Porque, ao invés de apenas um time, é um sentimento de festa e de nação, grudado um no outro e que funciona como um anestésico para em 90 minutos, adormecer as nossas dores. 

Faço-me agradavelmente imbecil e discuto em voz alta com a TV. Estou certo de que meu “pitaco” na tela será ouvido pelo técnico a milhares de quilômetros num pais dos Emirados. Rapidamente nos tornamos PHD em estratégias de partidas, analistas de times e especialistas em Copa do Mundo. Corremos de todos os afazeres para estar de plantão alí, antes dos 11 homens cantarem a primeira frase do nosso hino, e a gente tenta cantar o resto da letra quando se lembra. Nossa Sky Gato  é a majestade da sala e nos tornamos uma espécie de adoradores ao redor dela. 

A moça compra ou ganha uma camiseta verde e amarelo, enfia-se dentro com orgulho, como quem se agarra a um sonho bom e não quer acordar. Não é um time, é o embalo de um sonho de nossa esperança nua. A seleção joga e eu jogo fora a lembrança do boleto que venceu. O grito de gol afugenta todas as mágoas. Uma bola chutada na trave do adversário tem a mesma força daquela vontade de mandar o cotidiano do trabalho para os ares. E no apito final, quando haviam vitórias, tinha o mesmo alívio da saudade esquecida do amor que esfriou. 

Passamos a jogar, todos, dentro das quatro linhas do campo, expondo nossa molecagem brasileira num país de gente de sorriso fácil, enfeitada de qualquer coisa que chamem de Brasil, feliz pelo tira gosto simples a família e os amigos reunidos. Um povo que salta melhor do que os guerreiros da Tribo Massai, só por que é gol....do Brasil! Uma gente que não admite que  zombem sequer de nosso jeito. 

Quando criticaram nossa dancinha, uma amiga que morou no Canadá e outro que reside no México, me pediram numa “notinha” para ajudar no rebate pela imprensa de lá. Fiquei contente em poder ajudar enviando um sonoro, bem escrito e elegante FODA-SE para o resto do mundo. A Seleção volta para casa com dignidade. É que nossa ignorância não permite enxergar que a nossa derrota (só em campo) fez a alegria de um país pequenininho chamado Croácia. Lugar onde aquela gurizada que nos tirou da Copa nos pênaltis,  cresceu vendo nossos heróis em campo. 

E enquanto entornávamos nossa vitamina destilada na alegria de um gol, uma guerra  por lá, devastava o país inteiro nos anos 90. No intervalo entre um bombardeio e outro, aquela molecada corria entre os escombros brincando de ser a Seleção Brasileira. Para um dia derrota-la na raça Obrigado, Seleção Brasileira, também fico feliz pela felicidade de um povo, torcendo para que, como nós, o sonho não acabe tão cedo. Porque na vida, nem todos os dias se faz gols, mas continuamos jogando porque o Apito Final não pertence a nós.

*Gerson Lima é radialista e publicitário.

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