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LIVROS DE PAULO CÉSAR OFERECEM BOM JORNALISMO, HISTÓRIA E CULTURA


Fazia tempo que eu não lia um livro tão bom e com tantas páginas. São quase 900.

"Roberto Carlos Outra Vez", de Paulo César Araújo faz do escritor um astro, como é o seu biografado.

Escreve bem, com leveza, objetividade, às vezes se portando como jornalista, um bom repórter, outras vezes privilegiando sua faceta de historiador.

O trabalho de pesquisa é extraordinário e Paulo César demonstra um conhecimento que muitos pretensos intelectuais não têm.

Como é de uma cidade do interior da Bahia e não tem vergonha de confessar ser um admirador da obra de Roberto Carlos, já deve ter sofrido algum tipo de preconceito do que ele chama de "elite cultural".

Em alguns trechos do monumental livro do escritor, é como se ele estivesse querendo mandar um recado aos intelectuais chatos que pensam saber de tudo.

Paulo César, claro, não se limita a Roberto Carlos. Passa por João Gilberto, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa, Maria Bethânia, Belchior, Jorge Ben, Titãs, Raul Seixas, Nana Caymmi, Nara Leão, Elis Regina, Odair José,  Paulo Sérgio, Agnaldo Timóteo,  Jerry Adriani, Wanderléa, Erasmo Carlos,  Beatles, Elton John, Rolling Stones, Rick Wakeman, Litlle Richard, Charles Aznavour, Louis Armstrong, Elvis Presley e muitos outros artistas nacionais ou internacionais.

Em sua obra, cita ainda bons nomes do teatro, compositores, cineastas, jornalistas, produtores, e escritores do porte de Nélson Rodrigues e Ruy Castro.

Assim, como já tive oportunidade de escrever ("Roberto Carlos Outra Vez já rendeu neste blog pelo menos seis resenhas), o livro de Paulo César Araújo mais parece uma enciclopédia cultural. Só que com gosto de uma extensa e boa reportagem ou de um delicioso romance.

O cara tem de ser muito profissional para fazer um livro celebrando Roberto Carlos depois do que o artista fez com ele.

Pra quem não sabe, o cantor e compositor censurou um ótimo livro de Paulo César, tirando-o de circulação. Queria mais: receber R$ 500 mil por dia caso o volume não sumisse das prateleiras e que o escritor ficasse preso por dois anos.

No livro "O Réu e o Rei", Paulo César Araújo demonstra mágoa com relação ao artista. Neste agora, com o maior profissionalismo do mundo perdoa o cantor, escancara sua admiração e na prática diz com todas as letras: "Ele é bom! Como cantor e compositor. Excelente intérprete, criador de canções memoráveis que têm a cara do Brasil".

"Roberto Carlos Outra Vez" tem 50 capítulos, cada um intitulado com o nome de uma canção ligada à carreira do artista.

Cada capítulo é um show à parte. Ou uma canção. Uns/umas melhores do que outros/outras.

São 50 sucessos, mas eu destacaria, no livro,  os capítulos O Divã, Meu Pequeno Cachoeiro, História de Um Homem Mau, Quero Que Vá Tudo Pra o Inferno, Jovens Tardes de Domingo, Sentado à Beira do Caminho, Nossa Canção, Sua Estupidez, 120/150/200 por hora (incrível o relato sobre o show do Canecão) e Jesus Cristo.

A única ressalva é o uso repetido da expressão "uma certa, um certo". O autor abusa de certa/certo ao longo das quase 900 páginas do livro. Já tinha feito isso em "Roberto Carlos em Detalhes", mas desta vez, provavelmente pela densidade da obra, exagerou na dose.

Isso, no entanto, não tira de forma nenhuma o brilho do seu livro.

Além de ótima leitura, é uma aula de bom jornalismo, fonte de consultas, compromisso com a história e a cultura nacional.

Apesar de ter tantas páginas, não dá o menor trabalho de ler, a gente consome como se fosse água mineral, cerveja ou vinho suave.

Já estou pensando no segundo volume, este ano, com mais 50 capítulos. 

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