Romance lançado no segundo semestre de 2019, “Torto Arado”, de Itamar Vieira Júnior já vendeu perto de 100 mil exemplares, coleciona prêmios da crítica especializada e elogios do público em geral.
Lançado inicialmente em Portugal,
o livro ganhou o Leya, uma honraria concedida pelos portugueses a quem faz boa
literatura.
Depois, no Brasil, o sucesso
se repetiu e “Torto Arado” ficou com os prêmios Oceanos e Jabuti, dos mais
importantes da literatura nacional.
Itamar Júnior ainda é jovem
(irá completa 42 anos em agosto próximo), negro, natural de Salvador, formado
em Geografia pela Universidade Federal da Bahia.
Ele já morou também em
Pernambuco.
Muito simples nas entrevistas
que concede, sem nenhum ar de intelectual, o escritor já revelou que suas
influências mais fortes foram Jorge Amado, Lima Barreto, Clarice Lispector e judeu alemão Herman Hesse,
autor de O Lobo da Estepe.
Em “Torto Arado”, romance bem
escrito, o autor é um dos primeiros a aprofundar a questão dos quilombolas,
discute o tema da escravidão no Brasil, que segundo ele não acabou em 1888,
prossegue ainda hoje, em muitas fazendas no interior do país.
A narrativa do livro é feita
por mulheres, duas delas irmãs, Bibiana e Belonísia, uma delas capaz de
desenvolver consciência política e a outra bem ligada à terra.
Romance tem tudo para chegar
ainda mais longe, pois já tem tradução garantida em outros países, como a Itália.
Também deve virar filme, pois
Itamar Vieira já negociou os direitos autorais do livro para o audiovisual.
Num país em que se lê pouco, com a internet acabando as livrarias e bancas de revista, é um alento o surgimento de um fenômeno como “Torto Arado”, que transformou o funcionário público Itamar Vieira Júnior num pop star ou perto disso.
*Nas fotos da Veja São Paulo, Itamar Vieira e a capa do seu romance.
Nenhum comentário:
Postar um comentário